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Odebrecht pagou US$ 9,2 milhões em propina no México no governo Calderón, revela site

Por Redação em 28/10/2021 às 14:48:34
Até então, só se sabia do pagamento de US$ 10,5 milhões no governo do ex-presidente Peña Nieto.

Informações estão em documentos do departamento de propina da construtora brasileira. O então presidente do México, Felipe Calderón, discursa durante a COP20 (Cúpula sobre as Mudanças Climáticas da ONU de 2014), que foi realizada em Lima, no Peru, em dezembro de 2014

Enrique Castro-Mendivil/Reuters

Uma reportagem publicada por um portal de jornalismo investigativo do México revela novos subornos realizados pela construtora brasileira Odebrecht no país, entre os anos de 2006 e 2011, no valor de US$ 9,2 milhões.

As informações foram retiradas de documentos do departamento de operações estruturadas, o setor da companhia que pagava propina a funcionários de governos do Brasil e de países da América Latina e da África.

A reportagem do site Quinto Elemento revela que, entre os anos de 2006 e 2011, durante o governo de Felipe Calderón, a Odebrecht realizou 25 pagamentos ilegais a pelo menos seis pessoas.

O departamento de "caixa dois" da construtora utilizava codinomes e pseudônimos para identificar os beneficiados pelos subornos, por isso não é possível saber ainda os nomes dos mexicanos envolvidos no esquema de corrupção.

Logo da Odebrecht

Paulo Whitaker / Reuters

Mas, pelos dados obtidos pelos jornalistas, somente em 2011 foram realizados 22 depósito ilegais para a construção de uma barragem no estado de Michoacán, no oeste do México.

A barragem começou a ser construída em 2007, e o contrato com a Odebrecht foi assinado por Lázaro Cárdenas Batel, ex-governador de Michoacán e atual chefe dos assessores do presidente Andrés Manuel Lopez Obrador.

VEJA TAMBÉM: Como o escândalo Odebrecht pautou discurso do atual presidente do México durante a sua campanha

Histórico de propinas

Até então, o que se sabia era que a Odebrecht pagou US$ 10,5 milhões a Emilio Lozoya, ex-presidente da Pemex (a empresa estatal de petróleo do México, equivalente à Petrobras), entre 2010 e 2014, durante o governo do ex-presidente Enrique Peña Nieto.

Os subornos foram realizados para fechar o contrato de construção de uma refinaria antes mesmo de ele assumir o cargo, pois Lozoya era visto pela Odebrecht como um nome de muito poder na política mexicana.

Os pagamentos ilegais foram confirmados pelos diretores da Odebrecht em depoimentos à Justiça, e Lozoya fechou um acordo com a Justiça do país para delatar outras figuras públicas que possam ter envolvimento com o caso Odebrecht e aguarda o andamento das investigações em liberdade.

VEJA TAMBÉM: Acusado de receber propina da Odebrecht, ex-presidente da Pemex é preso na Espanha

Os chefes de empresas de petróleo Helge Lund (BG), Claudio Descalzi (Eni), Emilio Lozoya (Pemex), Bob Dudley (BP), Amin Nasser (Aramco), Patrick Pouyanne (Total), Eldar Saetre (Statoil) e Josu Jon Imaz (Repsol) em foto de 2015

Jacky Naegelen/Reuters

Sequência das investigações

O importante agora é saber como a Justiça mexicana vai agir diante dessas novas denúncias e se esses documentos serão solicitados de maneira oficial à Justiça brasileira, para que os beneficiados pelos pagamentos ilegais sejam identificados.

Desde o início das investigações do caso Odebrecht, enquanto a Justiça peruana já entrou com mais de 170 pedidos de colaboração ao Ministério Público do Brasil, os promotores mexicanos pediram apenas 16. O último foi há um ano e meio.

O portal de jornalismo investigativo Quinto Elemento faz parte da rede colaborativa de profissionais latino-americanos que há anos acompanha as investigações do caso Odebrecht e da Operação Lava Jato na região.

O projeto é coordenado por uma organização peruana que teve acesso a mais de 250 páginas de relatórios enviados pela Justiça brasileira ao Ministério Público do Peru.

Além do México e do Peru, os documentos revelam também pagamento de subornos na Argentina, na Venezuela, na República Dominicana e no Panamá.

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Fonte: G1

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