Esse é o menor valor registrado considerando toda a série histórica de dados, desde 1965. Maior seca registrada nos últimos 50 anos deixa Rio Paraguai em situação crítica em Cáceres
Ronivon Barros
O nível do Rio Paraguai, em Cáceres (MT), continua em queda durante esse período de estiagem e nesta sexta-feira (27) chegou a 35 cm. Esse é o menor valor registrado considerando toda a série histórica de dados, desde 1965, conforme o monitoramento hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM).
Em relação a essa quinta-feira (26), o nívei baixou 3 cm.
LEIA TAMBÉM:
Nível de água do Rio Paraguai em Cáceres (MT) é o menor da história
Baixo nível do Rio Paraguai em MT pode levar ao desaparecimento de algumas espécies de animais
Chuvas são abaixo da média e rio Paraguai, no Pantanal, deve registrar nova seca histórica em 2021
A previsão para a cota mínima durante todo esse período seco é uma oscilação próxima ao nível de 40 cm em Ladário.
Pelo segundo ano consecutivo, o rio Paraguai, que drena a Bacia do Alto Paraguai e o bioma Pantanal, vem apresentando valores de nível d"água significativamente abaixo da média.
Com tendência de declínio de seu nível até o mês de outubro, quando normalmente termina o processo de vazante, o rio Paraguai preocupa em todas as estações monitoradas pelo (SGB-CPRM).
O comportamento dos rios na bacia vem confirmando o prognóstico divulgado pelo órgão desde o início de junho, quando ficou claro que o processo de vazante havia iniciado antecipadamente em 2021.
Nível do Rio Paraguai em Cáceres está abaixo de 1 metro
Defesa Civil
Impactos da estiagem
A bacia do rio Paraguai abrange uma das maiores extensões de áreas alagadas do planeta: o Pantanal.
O período de estiagem tem implicações para navegação no rio Paraguai, hidrovia por onde escoa principalmente produção de grãos e minérios para exportação.
Outro problema que ronda a região é o abastecimento de água. Alguns municípios estão planejando captação de água alternativa com o uso de bombas móveis.
O rio Paraguai nasce na Chapada dos Parecis, e segue na direção sul, percorre o limite entre os biomas da Amazônia e do Cerrado, adentrando no Pantanal, na região de Cáceres, por onde segue até deixar o Brasil para o Paraguai.
Desde sua cabeceira, o rio Paraguai drena para as regiões de depressão da planície do Pantanal, sendo o principal canal de drenagem da Bacia do Alto Paraguai (BAP). Possui uma extensão total de 2.621 km, dos quais 1.693 km se dão na RH-Paraguai, desde sua nascente até a foz do Rio Apa.