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Moraes autoriza novos depoimentos em inquĂ©rito sobre interferĂȘncia de Bolsonaro na PF

Por Redação em 23/08/2021 às 15:46:15
Pedido da PF não deixa expresso quem serĂĄ ouvido. Formato do depoimento do presidente (presencial ou por escrito) ainda depende de decisão do Supremo Tribunal Federal. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a PolĂ­cia Federal nesta segunda-feira (23) a tomar novos depoimentos de eventuais testemunhas no inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na autonomia da instituição para blindar aliados e familiares de investigações.

O inquérito foi aberto pelo STF em abril do ano passado, a pedido da Procuradoria Geral da RepĂșblica (PGR) e tem como base acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Segundo Moro, Bolsonaro tentou interferir em investigações da PF ao cobrar a troca do chefe da PolĂ­cia Federal no Rio de Janeiro e ao exonerar o então diretor-geral da corporação MaurĂ­cio Valeixo, indicado por Moro. Bolsonaro nega ter tentado interferir na corporação.

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Em ofĂ­cio enviado ao STF na Ășltima sexta-feira (20), o delegado da PolĂ­cia Federal Felipe Alcântara Leal informou que os investigadores pretendem ouvir novas testemunhas no caso.

O documento apresentado pela PF não deixa expresso quem serĂĄ ouvido. O delegado perguntou a Moraes, relator do inquérito, se a Procuradoria-Geral da RepĂșblica e a defesa do ex-juiz Sergio Moro farão questionamentos nesses novos depoimentos. Segundo o ministro, a PF não precisa notificar a PGR e a defesa de Moro para que façam perguntas.

"Diante do exposto, autorizo o Delegado de PolĂ­cia Federal a proceder às oitivas de eventuais testemunhas sem a necessidade de intimação nos termos antes determinados, inclusive dos advogados dos investigados", escreveu Moraes.

A TV Globo apurou que, com a decisão, a PF deve começar agora a intimar as testemunhas.

No mĂȘs passado, Moraes determinou à PF que retomasse as investigações do inquérito (vĂ­deo abaixo), que estava suspenso, à espera de o Supremo definir o formato do depoimento de Bolsonaro (se por escrito ou presencial). O julgamento do STF sobre o tema estĂĄ marcado para setembro.

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Reunião ministerial

Sergio Moro tem afirmado que estão entre as provas de que Bolsonaro tentou interferir na PF mensagens trocadas pelos dois em um aplicativo e a reunião ministerial de 22 de abril de 2020.

Na ocasião, Bolsonaro disse: "JĂĄ tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro e oficialmente não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f... minha famĂ­lia toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele. Se não puder trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira."

Segundo Moro, ao mencionar a palavra "segurança", Bolsonaro se referia à PolĂ­cia Federal no Rio de Janeiro.

O presidente, por sua vez, sempre argumentou que se referia à sua segurança pessoal, exercida pelo Gabinete de Segurança Institucional. O Jornal Nacional, contudo, mostrou que os seguranças de Bolsonaro no Rio foram promovidos, o que coloca em xeque a versão do presidente.

Fonte: G1

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