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'Parecia que a gente estava vivendo em um cemitério a céu aberto', diz amazonense sobre inundações na Alemanha

Por Redação em 17/07/2021 às 18:57:47
Rios transbordaram na Europa devido às chuvas. Mais de 150 pessoas morreram e milhares estão desaparecidas. 'Parecia cemitério a céu aberto', diz amazonense sobre inundações na Alemanha

A amazonense Daniele Besser, de 38 anos, vive em estado de alerta na Alemanha por conta das inundações que acontecem por lá. Ela é de Manaus, mas vive no país há quase oito anos e relembra as cenas das enchentes.

"A represa da cidade, que fica a 10 Km da minha, transbordou. Muita gente morreu, muita gente ficou desabrigada, muita gente desaparecida. Foi muito complicado aqui. Parecia que a gente estava vivendo em um cemitério a céu aberto, essa era a sensação que a gente tinha", lembrou, em entrevista ao G1.

Até a manhã deste sábado (17), mais de 150 pessoas morreram e milhares estão desaparecidas por conta das chuvas nos últimos dias na Europa. Na Alemanha, o país mais afetado, foram 133 mortes.

Pingsheim, cidade que a assistente financeiro vive, não foi atingida, mas a rotina dela mudou.

"A cidade que moro não chegou a alagar, mas ficamos em estado de alerta para evacuação, pois fica a 10 km da barragem que transbordou. O susto é muito grande pois você não fica calmo. Você fica literalmente em estado de alerta e se pergunta se tem que largar a casa, 'o que eu vou fazer'?", desabafa.

Daniele Besser, de 38 anos, diz que vive em estado de alerta na Alemanha por conta das inundações.

Reprodução

A assistente financeiro disse que mora no terceiro andar de uma casa. Para ela, a água não alcança lá, mas disse que guarda objetos importantes no porão, e corre o risco de perder caso a enchente atinja a cidade que ela vive.

"Fico pensando 'meu Deus, eu vou perder minhas coisas' pois não temos tempo hábil de receber o alerta e sair de casa. Teve uma cidade a 70 km daqui, no meio da madrugada, soou o alerta e teve muita gente que não conseguiu sair de casa, acabou morrendo afogado, junto com a casa. O que aconteceu aqui foi tragédia", disse.

Com as enchentes, ruas foram transformadas em rios com correntezas violentas, que varreram carros, arrancaram árvores e causaram o desabamento de algumas edificações. Represas correm o risco de se romper na Alemanha e na Bélgica.

Veja o antes e depois de uma cidade alemã que foi devastada pelas chuvas

Mudança na rotina

Daniele é assistente financeiro e trabalha na cidade de Colônia, no oeste do país. Ela contou que a distância da casa dela até o local é de 40 Km. Antes da tragédia, ela demorava, normalmente, 40 minutos para chegar ao trabalho.

"Com essa situação, todas as estradas foram interditadas, sejam ferroviárias, locais, federais, estaduais, todas bloqueadas. Só há uma via de acesso para região que moro, que é a via continental, onde não tem rio. Hoje, demoro 2 horas e meia para chegar no trabalho, contando com o congestionamento, 3 horas. Ida e volta", explicou.

A assistente disse que uma amiga do trabalho dela está há dois dias sem ir em casa. A mulher mora perto do local onde a barragem se rompeu. A cidade inteira da colega de trabalho foi inundada. Para Daniele, a moça que teve a casa atingida afirmou que tentaria ir em casa para tirar a água do porão.

Questionada sobre a questão de alimentação na cidade em que mora, Daniele afirmou que não houve racionamento de mantimentos e, pelo contrário, as pessoas se ajudaram.

"No dia seguinte que houve o transbordamento da barreira, várias pessoas, o prefeito inclusive, restaurantes da região, se reuniram para juntar mantimentos, roupa, cobertor para as pessoas que estão desabrigadas. Mas as pessoas que moram lá diretamente, perderam tudo. Não tem energia elétrica, não tem internet, tudo debaixo d'água", afirma.

Mais de 150 morreram e milhares continuam desaparecidos nas enchentes da Europa

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Fonte: G1

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