Análises e exames complementares devem esclarecer a causa da morte de José Roberto Figueiredo, de 42 anos. Publicitário José Roberto Figueiredo, de 47 anos, morreu na quinta-feira (8) depois de comer comida japonesa e passar mal dentro de casa, em Cuiabá
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A perícia recolheu os restos da comida japonesa ingerida pelo publicitário José Roberto Figueiredo, de 42 anos, que morreu nessa quinta-feira (8), em Cuiabá, após, supostamente, ter comido o alimento. As amostras foram entregues ao Laboratório Forense e serão submetidas à perícia de toxicologia forense para saber se tinha veneno.
Nesta sexta-feira (9), o exame de necrópsia realizado no corpo do publicitário apontou a causa da morte como indeterminada.
A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) aguarda resultado de exames complementares para saber o que aconteceu com ele.
Segundo a Politec, amostras biológicas do estômago, de sangue, e de tecidos foram encaminhadas para um laboratório para a realização de dois exames, sendo eles, a perícia toxicológica, que será realizada pela Diretoria Metropolitana de Laboratório Forense da Politec, e o exame histopatológico, realizado pela Diretoria Metropolitana de Medicina Legal.
No dia da morte, a família da vítima suspeitou que ele teria sofrido reação alérgica ao comer camarão, no entanto, também cogita a possibilidade de que Roberto sofreu um infarto.
Exames devem identificar se havia alguma substância tóxica na comida de publicitário
Politec
Os novos exames devem identificar possíveis doenças preexistentes na vítima. A perícia também poderá oferecer elementos para sustentar a hipótese de uma possível reação alérgica causada pela ingestão do alimento.
O exame toxicológico visa detectar a presença de venenos ou outras substâncias tóxicas no corpo.
De acordo com a Politec, somente após os resultados destas perícias complementares, o laudo pericial de necrópsia poderá ser concluído.
O prazo legal para a conclusão dos laudos periciais são de 10 dias, podendo ser prorrogável, conforme a necessidade.
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O caso
José Roberto também era lutador de taekwondo e muay thai. Segundo a família, ele sabia que era alérgico, mas não sabia que havia camarão no prato.
A morte ocorreu em um condomínio no Bairro Florais, em Cuiabá.
De acordo com a família, ele começou a passar mal logo que comeu. Em seguida, José Roberto foi até o banheiro do quarto dele. Os familiares ouviram um barulho de queda e tentaram abrir a porta do banheiro, mas ela estava trancada.
O segurança do condomínio foi chamado e arrombou a porta. José Roberto estava caído inconsciente.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado e os socorristas tentaram reanimar o publicitário. Ele tinha um ferimento na cabeça, possivelmente causado pela queda enquanto ele passava mal no banheiro.
José Roberto trabalhava na Secretaria de Educação de Mato Grosso (Seduc).
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga a morte e, inicialmente, não encontrou indícios de crime.
Médica Natasha Slhessarenko explica as condições que podem causar morte súbita em adultos
Arquivo pessoal
Choque anafilático
Após a morte do publicitário, a médica Natasha Slhessarenko, que é especialista em patologia clínica, explicou que várias condições podem causar morte súbita em adultos.
Segundo ela, a anafilaxia é uma reação de hipersensibilidade aguda potencialmente fatal, que inclui sintomas e sinais, isolados ou combinados, que ocorrem em minutos ou em até poucas horas da exposição ao agente causal.
De acordo com a especialista, 50% dos casos de anafilaxia, ou choque anafilático, acontece por causa de alergia alimentar com trigo, ovo, leite e soja, além de peixes, frutos do mar, amendoim e castanha.
Em caso de suspeita de anafilaxia é recomendado ir imediatamente à emergência médica, para que o tratamento seja feito o mais brevemente possível. Geralmente, o tratamento consiste na administração de adrenalina injetável e monitoração dos sinais vitais da pessoa.