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Planalto diz à CPI da Covid que não tem ata de reuniões de Bolsonaro com Osmar Terra e ministros

Por Redação em 14/06/2021 às 18:15:02
Encontros no Alvorada, no Planalto e no Ministério da Saúde não foram registrados, segundo a Presidência da República. CPI quer acesso às discussões da estratégia federal sobre a pandemia. A Presidência da República informou à CPI da Covid que não registrou em ata as as cinco reuniões realizadas pelo presidente Jair Bolsonaro, em janeiro deste ano, com auxiliares próximos, ministros e o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS).

A CPI no Senado apura o conteúdo dessas reuniões, em que teriam sido discutidos temas relativos à pandemia. Osmar Terra é contrário às medidas de isolamento e apontado como um dos principais interlocutores do chamado "gabinete paralelo" (veja detalhes abaixo).

No fim de maio, a comissão aprovou requerimento para pedir a descrição e a ata de cinco reuniões com a presença de Bolsonaro em janeiro. O Planalto não divulga o tema dos encontros na agenda presidencial oficial.

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De acordo com o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), autor do pedido, as informações seriam necessárias para “subsidiar” os trabalhos da comissão.

Vieira ressaltou que, em depoimento à CPI, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello citou as reuniões com Bolsonaro "como relevantes para a definição da estratégia adotada durante a crise ocorrida na cidade de Manaus".

Sem informar o dia exato, Pazuello disse que o governo chegou a discutir, em janeiro, uma intervenção no Amazonas durante o colapso no sistema de saúde, quando pacientes chegaram a morrer por falta de oxigênio. O governo teria desistido da intervenção após se reunir com ministros e ouvir o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC).

Documentos indicam que 31 pessoas morreram por falta de oxigênio em Manaus nos dias 14 e 15 de janeiro, quando a capital amazonense atingiu o ápice da escassez do gás hospitalar.

VÍDEO: Decisão sobre intervenção em Manaus "não era minha", explica Pazuello

Reuniões sem ata

A CPI pediu à Presidência da República informações sobre as reuniões nos dias 5, 6, 8, 13 e 15 de janeiro. De acordo com o Planalto, não há registro de nenhum desses encontros. Confira abaixo:

5 de janeiro: Bolsonaro foi ao Ministério da Saúde das 16h às 17h40 para uma “visita técnica” com Eduardo Pazuello e sua equipe. Conforme o documento, “não foi lavrada ata dessa agenda oficial por parte do Gabinete Pessoal do Presidente da República”.

6 de janeiro: Bolsonaro se reuniu das 8h às 9h45 com 15 ministros, além do então advogado-geral da União, José Levi, e do presidente da Caixa, Pedro Guimarães. Novamente, informou a Presidência, “não foi lavrada ata”.

8 de janeiro: Bolsonaro se reuniu com o então ministro da Casa Civil Walter Braga Netto e com o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello das 10h às 10h30, “não tendo sido lavrada ata”.

13 de janeiro: Bolsonaro se reuniu no Palácio do Planalto, das 11h30 às 12h, com o deputado federal Osmar Terra (leia mais abaixo) e o então ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Também não houve registro.

15 de janeiro: Bolsonaro se reuniu no Palácio da Alvorada das 21h às 22h com cinco ministros, além de Célio Faria Júnior, chefe do gabinete pessoal do presidente da República, e Flávio Rocha, Secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência, “não sendo lavrada ata dessa reunião”.

'Gabinete paralelo'

A CPI tem especial interesse em obter o detalhamento dos encontros entre o presidente Jair Bolsonaro e o deputado Osmar Terra. O parlamentar é considerado pela comissão uma das peças-chave para apurar a existência de um suposto “gabinete paralelo” que aconselhava o presidente da República sobre a pandemia.

Assim como Bolsonaro, Terra é defensor do tratamento com drogas ineficazes para a Covid. O deputado, médico de formação, fez diversas previsões equivocadas sobre o alcance da pandemia no país.

Osmar Terra também é contrário a medidas de isolamento como forma de conter a expansão da doença. Ele foi uma das primeiras autoridades a lançar a tese incorreta da chamada "imunidade de rebanho" – ou seja, a contaminação generalizada como forma de se alcançar a imunização coletiva.

Ex-ministro Osmar Terra é um crítico do isolamento social

Conforme levantamento feito pela GloboNews, ele se reuniu desde o início da pandemia de Covid pelo menos 17 vezes com o presidente Jair Bolsonaro.

O deputado foi convocado pela comissão na última quarta-feira (9). Ainda não há data marcada para que ele seja ouvido.

Eliane: 'Osmar Terra é peça fundamental' para entender o gabinete paralelo

VÍDEOS: CPI da Covid

Fonte: G1

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