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Nesta terça-feira (25) é celebrado o Dia Nacional da Adoção. Abrigo de Mogi viu rotina mudar durante a pandemia, mas as adoções continuam sendo realizadas. Psicóloga judiciária explica processo de adoção durante a pandemiaMogi das Cruzes tem atualmente 72 crianças ou adolescentes em abrigos de acolhimento. Do total, cinco estão com famílias acolhedoras, mas nem todos estão disponíveis para adoção.Durante a pandemia da Covid-19, os menores que vivem em lares da região viram a rotina mudar. As festas e comemorações ficaram de lado e as visitas de potenciais famílias também precisaram ficar no digital.No entanto, quem deseja adotar ainda pode se candidatar ao processo. Nesta terça-feira (25) é comemorado o Dia Nacional da Adoção.No Dia da Adoção, mãe de menina que Justiça mandou ser devolvida vê famílias 'desistindo da luta'Em duas décadas, casal com duas filhas adota 21 crianças e forma 'superfamília' em ItatibaO que cada criança ou adolescente mais quer é ter o direito de brincar, aprender e crescer com saúde. As que estão em acolhimento no Lar Batista, em Mogi das Cruzes, também esperam serem adotadas.Uma espera difícil e que ficou ainda mais complicada nesse período de pandemia, como conta Cláudia Olímpio, coordenadora do acolhimento.“Tem uma menininha de 5 anos que, quando eu chego, ela me encontra [e diz]: "tia, arrumou uma família?"”“A gente sabe que não só devido à pandemia, porque cada processo é um processo, são situações bem peculiares de cada um. Mas também, isso contribuiu para N coisas que nós estamos vivendo e ficou mais difícil”.Atualmente, no Lar Batista vivem 15 crianças e adolescentes. Alguns já passam por processo de adoção e aguardam o fim dos trâmites legais pra serem levados para as casas das famílias.Mesmo com a pandemia, os processos de adoção aqui na cidade não foram paralisados. Algumas alterações foram feitas para preservar as crianças e os adolescentes e evitar contato com outras pessoas. As visitas presenciais, por exemplo, não são permitidas.“Bem complicado. Não só para a situação das crianças do lar, mas isso é algo mundial. Eu digo que para nós do acolhimento é mais complicado ainda. Eles estão aqui, já não estão no seio familiar, muitos a espera de adoção, por proteção a eles muita coisa mudou”, explica Cláudia.“Nós tínhamos eventos, Páscoa, Natal, Dia das Crianças, que aconteceria em 12 de outubro do ano passado. Vinham parceiros, faziam festas, brincadeiras, teatro. [Agora] não pode ter aglomeração”.A psicóloga Juliana da Conceição Velloso, do Tribunal de Justiça de São Paulo, acompanha de perto as adoções em Mogi. Ela explica que, agora, a maior parte do processo é realizada on-line.“A pessoa que pretende adotar não precisa possuir advogado, porque se trata de uma habilitação. É um procedimento. Basta ela entrar no site do Tribunal de Justiça. Nesse site vai ter um formulário em uma ferramenta chamada "Adotar"”, detalha.“Basta fazer o download desse formulário e providenciar os documentos. Caso a pessoa tenha dificuldade de acesso, ela pode ligar aqui no Fórum, falar na Vara da Infância e agendar um horário. Ou ela pode agendar esse horário também pelo site”.Juliana explica, porém, que nem todas as crianças podem ser adotadas, porque a prioridade é fazer com que elas voltem para suas famílias e origem.“É o que consta no ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente]. A primeira família falhou? Aí a gente vai acionar a listagem de casais ou pessoas que pretendem adotar”, completa a psicóloga. Mais informações sobre os processos de adoção podem ser consultados pelo site do Tribunal de Justiça de São Paulo.Assista a mais notícias sobre o Alto Tietê