Sistema conta atualmente com 301 articulados, mas apenas 147 funcionam, segundo a prefeitura. Outros 50 não têm mais conserto. Passageiros voltaram a reclamar de empurra-empurra e ônibus lotados. Com o feriado prolongado, a expectativa era ter menos movimento no transporte público. Mas tanto na Região Metropolitana do Rio quanto na capital, passageiros voltaram a enfrentar filas e longa espera para ir para o trabalho nesta segunda-feira (29).
Inaugurado na gestão de Eduardo Paes, o sistema BRT opera no limite, com ônibus lotados, quebrados e atrasos. Para tentar melhorar o serviço, na terça-feira (23), começou a intervenção da Prefeitura do Rio no BRT.
O sistema conta atualmente com 301 articulados, mas apenas 147 funcionam, segundo a prefeitura. Outros 50 não têm mais conserto.
Em Santa Cruz, no corredor Transoeste, a fila dava voltas no quarteirão nesta manhã. Passageiros disseram que a situação só melhorou um pouco com a chegada de ônibus extras.
“Deu uma melhora no sentido de que você tem duas opções. Esse e o outro, mas demora muito a sair, não tem muita melhora”, disse uma passageira.
“Demora muito pra sair e a fila, como vocês veem aí, quilométrica”, falou outra.
“No BRT é um empurra-empurra. Muita gente se machuca. Aqui, pelo menos, não tem esse empurra-empurra”, disse a doméstica Luzinete Ferreira.
Em Santa Cruz a fila dava voltas no quarteirão na manhã desta segunda-feira (29)
Reprodução/TV Globo
Na estação Mato Alto, também no corredor Transoeste, a situação foi pior, com ônibus saindo lotados e até de porta aberta.
“Os BRTs continuam lotados, superlotados, as pessoas todas apertadas, se matando pra entrar, se machucando. Não mudou nada, continua a mesma coisa, mesmo sofrimento de sempre. Precisa de mais ônibus, não dá vazão. É muito pouco ônibus pra quantidade de pessoas que passam aqui todos os dias”, falava uma mulher que se identificou como Iraci.
Essa foi a mesma sensação dos passageiros em Madureira, na Zona Norte.
De acordo com o subprefeito da Zona Norte, há esforços para que a situação melhore no corredor Transcarioca.
“A gente mudou a organização das filas, a organização das entradas, colocamos 6 guardas dentro das estações e aumentamos mais 6 ônibus. A gente vai sair daqui hoje pra uma reunião junto com o sistema de intervenção pra ver se a gente faz a adição dos ônibus de linha pra tentar essa melhora aqui”, explicou Diego Vaz.
Mesmo com a pausa emergencial forçada pelo feriado prolongado, o terminal Alvorada ficou cheio em várias plataformas.
Niterói, na Região Metropolitana, também registrou movimento acima do normal, com longas filas durante a manhã.
O que dizem os citados
A Secretaria de Urbanismo e Mobilidade de Niterói disse que as linhas municipais estão com toda a frota nos dias úteis.
Informou também que houve uma redução da frota de ônibus intermunicipais, o que aumento a quantidade de passageiros no terminal.
A equipe de intervenção do BRT disse que manteve para esta segunda o mesmo planejamento operacional da frota de articulados dos dias úteis.
Falou também que 138 articulados foram liberados para rodar, mas que 15 enguiçaram, o que acabou aumentando os intervalos.
Intervenção
Para diminuir a lotação nos articulados, a primeira medida da intervenção foi a criação de uma linha expressa de Santa Cruz até o terminal Alvorada, no corredor Transoeste. Ao todo, 20 ônibus comuns circularam, sem parar em nenhuma estação.
Segundo a prefeitura, a intervenção vai servir como uma transição até que uma nova licitação seja concluída e o serviço seja assumido por uma nova empresa.
Claudia Antunes Secin, servidora aposentada e ex-presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio), foi nomeada interventora do BRT. Ela responde a um processo por improbidade administrativa e danos ao erário.
Foi criao um Comitê Técnico de Acompanhamento da Intervenção, formado pela Secretaria Municipal de Transportes, Procuradoria Geral do Município, Controladoria Geral do Município e Secretaria de Governo e Integridade Pública.
Entre as medidas emergenciais que já foram adotadas está a de recuperar o mais rápido possível veículos que estão fora de circulação. Uma empresa fará um diagnóstico da frota do BRT para identificar os ônibus que precisam de poucos reparos e podem voltar a circular o mais breve possível.
Outras ações programadas são:
reabertura de estações fechadas
melhorias de infraestrutura
reforço da segurança nas estações
fiscalização sobre invasão de veículos na calha do BRT
combate ao calote
Segundo a prefeitura, será feita ainda uma avaliação periódica das estações para o planejamento e execução de ações conjuntas com outras secretarias.
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