Calendario IPVA 2024

Fornecimento de energia do Amapá é normalizado após três semanas

Por Redação em 24/11/2020 às 22:00:38
A Companhia de Eletricidade do estado diz que o rodízio acabou. Um relatório do operador nacional do sistema mostra que o apagão foi resultado de uma série de falhas da rede de distribuição e das usinas dos estado. Fornecimento de energia do Amapá é normalizado após três semanas

Três semanas depois do apagão, a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) afirmou nesta terça-feira (24) que o fornecimento está normalizado e que o rodízio acabou.

Logo no começo da manhã, a população traumatizada com a crise no fornecimento de energia parecia não acreditar: "Que seja verdade mesmo, que volte ao normal para a gente voltar mesmo a trabalhar normal. Foram 22 dias, mas parece que foi uma eternidade", disse um comerciante.

O equipamento, que garantiu 100% do abastecimento de energia para o estado, foi ligado pela LMTE, a empresa responsável pela subestação que pegou fogo, no dia 3 novembro, e provocou o apagão disse disse que trabalhou em conjunto com os órgãos de governo para normalizar o sistema elétrico do Amapá antes do prazo máximo estabelecido, que era a próxima quinta-feira (26). Nas primeiras horas da manhã, a companhia de eletricidade confirmou o fim do racionamento.

"Os 13 municípios afetados pelo apagão estão com energia e, agora, com a garantia do sistema plenamente restabelecido", afirmou Marcos Pereira, presidente da CEA.

O Ministério de Minas e Energia confirmo que a reconexão integral do Amapá ao Sistema Interligado Nacional (SIN) vai contar também com o suprimento de energia dos geradores instalados em duas usinas térmicas no fim de semana.

Quando soube do fim do racionamento, a dona de restaurante Cláudia Oliveira disse que vai reabrir o restaurante à noite pela primeira vez nesta terça, depois do apagão. Um freezer queimou durante o rodízio de energia e, para evitar mais perdas, comprou um gerador.

"Eu me vi obrigada a me meter em uma dívida sem condições, num gerador de R$ 2.500. Fico feliz que a energia tenha voltado. Espero que tenha voltado ao normal porque, para a gente, foi um prejuízo muito grande", disse Cláudia.

Depois de três semanas de sofrimento, é hora de retomar a vida normal. "Nós estamos agora bem mais esperançosos, respirando mais aliviado. Nós estamos com energia já há mais de 24 horas, não tivemos problema. Então, na expectativa boa de recuperação, de voltar à rotina normal e trabalhar. Correr atrás que o prejuízo foi grande", contou Valter Martins, que é dono de um açougue.

Segundo o Operador Nacional do Sistema, o apagão foi resultado de uma sequência de falhas.

Detalhes do relatório foram publicadas pelo jornal O Valor Econômico. A TV Globo também teve acesso. O documento revela que, logo após o primeiro apagão, no dia 3 de novembro, o Operador Nacional do Sistema não conseguiu contato com a equipe de plantão da Companhia de Eletricidade do Amapá; que foram diversas tentativas de ligação telefônica via "hot line", sem sucesso; e que o evento foi resultado de contingência múltipla, ou seja, várias falhas em todo o sistema.

O ONS recapitulou tudo que que aconteceu naquela noite: só dois dos três transformadores da subestação Macapá estavam funcionando. Um deles estava em manutenção, parado desde dezembro quando apresentou defeitos. Chovia forte na capital. O ONS registrou um curto-circuito no primeiro transformador, seguido de explosão e incêndio. Com o desligamento desse transformador, o outro não suportou a sobrecarga, provocando o desligamento em sequência das unidades geradoras da Usina Hidrelétrica de Coaracy Nunes, culminando com o colapso total das cargas do sistema Amapá.

Segundo o ONS, os órgãos do governo e as empresas ainda vão incluir suas considerações para a elaboração do relatório final que será entregue à Aneel.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que pretende apresentar o resultado das investigações e apuração dos responsáveis no dia 9 de dezembro, em uma reunião do comitê de monitoramento do setor elétrico.

O apagão confirmou fragilidades na rede de distribuição de energia do Amapá. Segundo especialistas, faltam investimentos e as interrupções de energia são longas e frequentes em vários pontos do estado. Além disso, a Companhia de Eletricidade do Amapá diz que está mergulhada em dívidas.

Em um documento obtido pelo Jornal Nacional, a companhia avisou a Aneel que "ocorre que a CEA vinha amargando um desequilíbrio financeiro sistêmico de longas datas, a ponto de pôr em risco a frágil qualidade do serviço prestado" e admitindo que quase metade da energia que entra nas redes da distribuidora não é paga, por problemas de medição da própria empresa, por ligações clandestinas ou por inadimplência dos consumidores.

O especialista Roberto Brandão afirma que a situação no Amapá continua delicado. "Todo mundo falhou na geração, transmissão, fiscalização, supervisão da ANS, porque não conseguiram evitar uma coisa que não deveria acontecer, que a probabilidade de acontecer tem que ser ínfima sempre. Então acho que é difícil dizer. Eu não sou juiz. Esse é o culpado. Acho dificilmente que tem um culpado. Nessas horas, você tem vários responsáveis e por ação, por omissão, por problemas financeiros, por problemas vários cada um fez a sua parte para gerar uma coisa enorme e isso tem que ser revertido na sequência. Ter uma situação mais segura com o abastecimento do Amapá."

A Advocacia-Geral da União declarou que se manifestará sobre o voto do ministro Lewandowski nos autos.

Fonte: G1

Comunicar erro
Radio Jornal de Caceres
InfoJud 728x90
Combate a dengue 2023
Garotas de programa Goiania