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Secretária adjunta de Saúde de MT é denunciada pelo MP e órgão pede reparação de R$50 milhões aos cofres públicos

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Por Redação em 25/01/2024 às 17:04:38
No momento, a secretária está de licença prêmio por causa da Operação Espelho, que investiga um caso de corrupção entre empresas e a Secretaria de Estado de Saúde (SES). No momento, a secretária está de licença prêmio por causa da Operação Espelho, que investiga um caso de corrupção entre empresas e a Secretaria de Estado de Saúde (SES).

Tchélo Figueiredo/Prefeitura de Cuiabá

O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) denunciou a secretária adjunta de Saúde do estado, Carolina Campos Dobes Conturbia Neves, nessa quarta-feira (24). Na denúncia, o promotor Sérgio Silva da Costa pede que a secretária seja condenada, tenha a perda do cargo comissionado e repare os cofres públicos em R$ 50 milhões.

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No momento, a secretária está de licença prêmio por causa da Operação Espelho, que investiga um caso de corrupção entre empresas e a Secretaria Estadual de Saúde (SES).

Segundo a denúncia, o MPMT não havia, em um primeiro momento, apurado provas suficientes para denunciar a secretária por organização criminosa. Ela foi denunciada por peculato, ou seja, desvio de dinheiro público, em atuação no Hospital Metropolitano de Várzea Grande com uma empresa prestadora de serviço em contratos de 2020.

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O MP aponta que a investigação policial reuniu elementos suficientes que indicam uma ampla organização criminosa na Saúde. Entre as fraudes estão:

recebimento de serviços não prestados efetivamente;

contratações ilegais;

fraudes a licitações mediante simulações de concorrências;

peculatos e outros.

O g1 tenta contato com a defesa de Carolina Dobes. A SES também foi procurada, mas não obteve retorno até o momento desta publicação.

Operação Espelho

Hospital Metropolitano em Várzea Grande está com 96% dos leitos ocupados

Christiano Antonucci/Secom-MT

A primeira fase da operação foi deflagrada em 2021 e investigou fraudes e desvios de valores ocorridos no contrato de prestação de serviços médicos no Hospital Estadual Lousite Ferreira da Silva (hospital metropolitano), em Várzea Grande.

Como desdobramento das investigações, a Polícia Civil apurou que a empresa contratada integrava um cartel de empresas dedicado a fraudar licitações e contratos de prestações de serviços médicos, principalmente de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em todo o estado.

Confira a lista de profissionais denunciados:

Luiz Gustavo Castilho Ivoglo – médico e empresário (organização criminosa/ peculato / fraude à licitação)

Osmar Gabriel Chemim – médico e empresário (organização criminosa)

Bruno Castro Melo – médico e empresário (organização criminosa/ peculato/ fraude à licitação)

Carine Quedi Lehnen Ivoglo – médica (organização criminosa/ peculato)

Gabriel Naves Torres Borges – médico e empresário (organização criminosa)

Alberto Pires de Almeida – médico, pecuarista e empresário (organização criminosa)

Renes Leão Silva – médico e empresário (organização criminosa)

Catherine Roberta Castro da Silva Batista Morante – médica (organização criminosa)

Márcio Matsushita – médico (organização criminosa)

Sergio Dezanetti – médico e pecuarista (organização criminosa)

Luciano Florisbelo – médico (organização criminosa)

Samir Yoshio Mastumoto Bissi – médico e empresário (organização criminosa)

Euller Gustavo Pompeu de Barros Gonçalves – médico (organização criminosa)

Pamela Lustosa Rei – médica (organização criminosa)

Nabih Fares Fares – médico e empresário (peculato)

José Vitor Benevides Ferreira – médico (peculato)

Marcelo de Alécio Costa – servidor público/militar da reserva (organização criminosa / fraude à licitação)

Alexsandra Meira Perez – contadora e professora (organização criminosa)

Maria Eduarda Mattei Cardoso – secretária administrativa (organização criminosa)

Elisandro de Souza Nascimento – enfermeiro (organização criminosa)

Caroline Campos Dobes Conturbia Neves – servidora pública estadual – Secretária Adjunta de Gestão Hospitalar (peculato)

Miguel Moraes da Cruz Suezawa – brasileiro, solteiro, coordenador (peculato)

Todos foram acusados de cartel na saúde pública do estado.

O g1 entrou em contato com os denunciados, mas não obteve retorno de todos até a publicação desta matéria. A reportagem tenta contato com a defesa dos demais envolvidos.

Segue abaixo o posicionamento daqueles que se manifestaram:

Por meio da nota, Miguel Moraes da Cruz Suezawa informou que está devidamente representado por seu procurador jurídico, tendo tomado conhecimento em sites de notícias locais sobre o oferecimento de denúncia pelo Ministério Público de Mato Grosso, como desdobramento da Operação Espelho, e apontado como denunciado, vêm manifestar que aguardará com tranquilidade o recebimento formal da denúncia e prestará todos os esclarecimentos necessários em juízo para a elucidação dos fatos.

Luiz Gustavo Castilho Ivoglo disse que, até o presente momento, a defesa dele não teve acesso a denúncia e que aguardará para poder se manifestar.

Sérgio Dezanetti afirmou que nunca trabalhou neste serviço e que no processo não consta nada que o envolva. Além disso, ressaltou que a acusação de ameaça feita por outro médico nunca existiu. Ele afirmou ainda que vai acionar judicialmente os que fizeram acusações contra ele.

A defesa de Márcio Matsushita informou que está bastante tranquila e convicta da inocência dele. Os advogados irão tomar conhecimento da denúncia, a fim de que possa demonstrar que ele é inocente. A defesa destacou que aguardará a tramitação processual para apresentar todas as manifestações necessárias

Os gestores das empresas Bone Medicina Especializada, Medtrauma Centro Especializado e Curat Serviços Médicos disseram que receberam com estranheza os pedidos de pronunciamento feitos pela imprensa a respeito de denúncia criminal supostamente oferecida pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso no âmbito da Operação Espelho.

"Isto, pois, além das investigações tramitarem sob segredo de justiça, não fora disponibilizada nenhuma denúncia nos respectivos autos de inquérito policial, razão pela qual a defesa desconhece o teor de eventuais imputações. Os representantes jurídicos das empresas reafirmaram que todos os contratos públicos de responsabilidade das empresas foram executados a contento, registrando-se a defesa desconhece a existência de indícios que indiquem o contrário".

O Médico Euller Preza enviou nota:

"A referida operação teve seu nascedouro e fechamento, diante de supostas irregularidades nas escalas de plantões junto ao Hospital Metropolitano de V. Grande e a sonegação de atendimentos ao tempo da Covid, sendo cristalino na própria denúncia que o médico jamais atuou em ambos os casos relacionados a esses fatos (…) Contudo, passou a ser indevidamente investigado, em decorrência de algumas trocas de mensagens, em que citara o preço que cobraria em serviços, caso fosse contratado para a prestação de serviços médicos, daí restando imensa indignação pois não há crime algum na apresentação de orçamentos, basicamente sendo esse o viés dos diálogos de aplicativo de mensagem enfrentados na frágil denúncia (…)".

A defesa de Catherine Morante disse que confia plenamente no sistema judicial para a correta apuração dos acontecimentos, com a obtenção de uma conclusão justa e imparcial. Neste momento, a defesa está empenhada em acessar os autos e documentos objeto da denúncia, com o fim de apresentar uma defesa robusta, respaldada pela legislação vigente e pelos princípios fundamentais do Estado de Direito.

Marcelo de Alécio Costa informou, por meio de ligação, que não vai se posicionar no momento, pois ainda não teve acesso ao processo.

Fonte: G1/MT

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