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Pacheco e lĂ­deres devem discutir nesta terça MP que reonera folha de pagamento de 17 setores

Por Redação em 08/01/2024 às 13:57:25

O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se reĂșne nesta terça-feira (9) com lĂ­deres partidĂĄrios, às 10h. A expectativa é que eles discutam a medida provisória do governo que reonera a folha de pagamento de 17 setores da economia.

Parlamentares e entidades tĂȘm pedido a Pacheco que devolva a MP. O texto revisa uma decisão do Congresso, que jĂĄ havia derrubado um veto do presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT) e renovado a desoneração por mais quatro anos — até 31 de dezembro de 2027.

A MP prevĂȘ que a reoneração passe a valer em 1Âș de abril de 2024. Segundo técnicos do Senado Federal, se oficializada, a devolução da medida provisória torna o texto sem validade.

Revisão da desoneração

A medida foi publicada em 29 de dezembro e reĂșne um pacote de iniciativas do governo para tentar zerar o déficit das contas pĂșblicas federais nos próximos anos.

Entre elas, estĂĄ o retorno gradual da cobrança de impostos sobre a folha de pagamentos de 17 setores intensivos em mão de obra, que empregam mais de 9 milhões de pessoas.

O texto contraria uma proposta promulgada pelo Congresso, que permitia empresas desses setores a substituir a contribuição previdenciĂĄria — de 20% sobre os salĂĄrios dos empregados — por uma alĂ­quota sobre a receita bruta do empreendimento, que varia de 1% a 4,5%, de acordo com o setor e serviço prestado.

Impacto da medida

Desde que foi anunciada, a MP tem sido alvo de fortes crĂ­ticas dos setores produtivos. Na Ășltima quinta-feira (4), entidades empresariais divulgaram uma nota em protesto ao texto.

A manifestação é assinada pela Confederação da Agricultura e PecuĂĄria do Brasil (CNA), Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Confederação Nacional da IndĂșstria (CNI) e Confederação Nacional do Transporte (CNT).

Segundo o grupo, a medida é "equivocada" pelo ponto de vista econômico e contraria uma "inequĂ­voca" vontade polĂ­tica do Congresso Nacional.

"A reoneração da folha de pagamentos aumenta o custo de empregar no Brasil e prejudica ainda mais a competitividade da indĂșstria e do comércio, que jĂĄ enfrentam concorrĂȘncia desigual com as importações, em especial com o comércio eletrônico internacional, que não paga os mesmos tributos pagos pelo setor produtivo nacional", diz o texto.

"O setor produtivo entende a importância de se buscar o ajuste das contas pĂșblicas para que a economia possa crescer de forma sustentada. No entanto, o que temos observado é o aumento das despesas do setor pĂșblico e a busca do equilĂ­brio fiscal com o aumento contĂ­nuo da receita", prossegue a nota.

O Movimento Desonera Brasil, que reĂșne representantes dos setores afetados, também se manifestou contrĂĄrio à reoneração da folha. Em ofĂ­cio enviado a Rodrigo Pacheco, a entidade afirma que a edição da medida provisória gera "grave insegurança" e "elevado risco" para empregos.

"Diante do elevado aumento de carga tributĂĄria sobre o emprego de todos os setores contemplados, é provĂĄvel que as empresas sejam forçadas a fazer ajustes em seus quadros e em seus investimentos, o que poderĂĄ provocar demissões em massa no primeiro trimestre de 2023", afirma o documento.

A Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE) também pediu a Pacheco a devolução da MP do governo. Segundo o o presidente da FPE, deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), o texto "é uma afronta ao Poder Legislativo".

"Essa medida provisória da desoneração da folha editada pelo governo, é uma afronta ao poder Legislativo. Essa matéria foi votada este ano por duas vezes na Casa. Houve o veto. O veto foi derrubado nas duas Casas por ampla maioria, mostrando a vontade legislativa que representa a população desse paĂ­s", declarou.

Outras medidas

Além da reoneração parcial da folha de pagamento, a MP do governo prevĂȘ outras duas medidas:

a limitação das compensações tributĂĄrias feitas pelas empresas – ou seja, de impostos que não serão recolhidos nos próximos anos para "compensar" impostos pagos indevidamente em anos anteriores e jĂĄ reconhecidos pela Justiça;

mudanças no Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), criado na pandemia para beneficiar o setor cultural e prorrogado pelo Congresso, em maio, até 2026. Segundo Haddad, parte dos abatimentos tributĂĄrios incluĂ­dos nesse programa serĂĄ revogada gradualmente nesse perĂ­odo.

Fonte: G1

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