Guerra pela PGR: apoiadores de Gonet usam fantasma de Janot para atacar Bigonha

Lula tem sido aconselhado a tentar viabilizar uma 3ª via que não desagrade parte de seu entorno. O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot

Marcelo Camargo/Agência Brasil

A briga pela sucessão de Augusto Aras na Procuradoria Geral da República (PGR) ganhou novos contornos nos últimos dias. Ministros do STF que apoiam a indicação de Paulo Gonet têm feito chegar a Lula que vetam a indicação de Bigonha – nome que tem apoio e simpatia do PT – e o comparam com perfil de Rodrigo Janot, procurador que entrou em rota de colisão com ministros da Corte no auge das denúncias contra Michel Temer.

Apoiadores de Bigonha negam qualquer alinhamento com Janot e afirmam que ele está sendo alvo de processo de fritura.

Vale lembrar: Janot revelou em um livro de memórias, divulgado em 2019 (quando já estava fora do cargo de PRG), que foi armado até o STF com a intenção de atirar no ministro Gilmar Mendes, hoje decano no Supremo. À época, ele teve o porte de arma suspenso por Alexandre de Moraes.

A disputa pela vaga na PGR está tão acirrada que Lula passou a ser aconselhado a ouvir outros nomes para tentar viabilizar uma terceira via que não desagrade por completo parte a parte do seu entorno. Entre os nomes que despontam como terceira via, está o de Carlos Frederico.

Com a possível saída do ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino para o STF, o Centrão vê uma janela para pleitear o comando da Justiça – se dividida a pasta, como quer o PT. Parte do Centrão reclama da atuação de Dino – inclusive, ataca o que chama de ''excessos da Polícia Federal'' e, por isso, almeja controlar a Polícia Federal (PF).

Dentro do governo, essa possibilidade é vista como nula, mas o Centrão se junta à parte do PT para pressionar pela divisão da pasta e adesão a esse desenho.