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Lava Jato foi assassinada como reação do mundo polĂ­tico contra as investigações, diz Dallagnol

Por Redação em 11/02/2023 às 20:47:46

Eleito na esteira da Operação Lava Jato e com uma bandeira de combate à corrupção, o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos-PR) lançou-se na vida pĂșblica e obteve quase 345 mil votos na eleição para deputado federal em 2 de outubro do Ășltimo ano, marca que lhe garantiu o posto de candidato mais bem votado do Estado do ParanĂĄ. Para falar sobre seus planos para o próximo quadriĂȘnio e de que maneira acredita que poderĂĄ ressuscitar a Lava Jato, o parlamentar recém-empossado concedeu uma entrevista exclusiva ao site da Jovem Pan, na qual fala sobre as razões que o levaram a entrar para a polĂ­tica, critica a liberdade concedida pelo Tribunal Regional Federal da 2ÂȘ Região (TRF-2) ao ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e pede a volta da prisão após condenação em segunda instância. "A Lava Jato morreu e não morreu de morte natural, ela foi assassinada em uma reação do mundo polĂ­tico contra as investigações", diz o parlamentar do Podemos. Agora congressista, Dallagnol afirma que irĂĄ brigar para recriar condições necessĂĄrias para que outras forças-tarefas possam acontecer.

Além de Dallagnol, o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR) e sua esposa, a advogada Rosângela Moro (União Brasil-SP), foram eleitos, respectivamente, para os cargos de senador e deputado federal, e são apontados como expoentes da chamada bancada lavajatista do Congresso Nacional. Deltan reconhece que o combate à corrupção é sua principal bandeira, mas faz questão de ressaltar que sua atuação no Parlamento não se limitarĂĄ a essa ĂĄrea. "Queremos promover causas relacionadas à Justiça, como segurança jurĂ­dica; pautas de prosperidade econômica com a defesa da independĂȘncia do Banco Central, a promoção de uma reforma administrativa e tributĂĄria, etc. Também defendemos pautas de fraternidade e cuidado com a vida das pessoas, desde a defesa da vida e a proteção contra todo tipo de violĂȘncia", afirma. Dallagnol reforça sua intenção de brigar pelo retorno da possibilidade de prisão após a condenação em segunda instância. Em novembro de 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) mudou de posição e estabeleceu o entendimento de que os réus condenados só poderão ser presos após o trânsito em julgado, ou seja, quando não houver mais possibilidade de recursos.

Na Ășltima quinta-feira, 9, Dallagnol apresentou um requerimento à Mesa Diretora da Câmara solicitando um parecer sobre uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para rever a prisão de condenados em segunda instância. De acordo com o deputado, o pedido representa um "anseio da sociedade brasileira que aguarda desde 2019 por uma justiça criminal que volte a ser efetiva". Questionado sobre a viabilidade da proposta, apresentada ainda em 2019 pelo deputado Alex Manente (Cidadania-SP) e que enfrentou resistĂȘncia de boa parte do Congresso, o ex-coordenador da Lava Jato disse apostar no convencimento dos parlamentares. "Precisa restabelecer a prisão em segunda instância no Brasil e reformar o sistema de Justiça para não ser tão moroso, para não permitir abusos recursais e para que tenhamos um nĂșmero de instâncias compatĂ­vel com a eficiĂȘncia da Justiça", justifica.

Liberdade de Sérgio Cabral

Na quinta-feira, 9, o Tribunal Regional Federal da 2ÂȘ Região (TRF-2) decidiu, por 4 votos a 3, conceder liberdade ao ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Os desembargadores revogaram a prisão domiciliar ao ex-gestor fluminense, condenado a mais de 400 anos de prisão, e a substituĂ­ram por medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica. Cabral também terĂĄ que entregar seu passaporte. Na avaliação de Dallagnol, a decisão do TRF-2 permite que o ex-governador exerça seu "direito à impunidade que existe no Brasil". Questionado sobre a razoabilidade de o Brasil possuir cerca de 40% presos provisórios, ou seja, sem condenação definitiva, como era o caso de Cabral, o ex-procurador disse que este quadro ocorre "porque o Brasil tem quatro instâncias de julgamento, o que não existe em nenhum lugar do mundo". "Temos infinitos recursos à disposição. É por isso que Cabral não estĂĄ preso. Ele estĂĄ exercendo seu direito à impunidade, que existe no Brasil, e apresentando infinitos recursos mesmo tendo condenações que ultrapassam centenas de anos. O lugar dele, com o devido processo legal, é sim na cadeia, uma vez condenado definitivamente. Mas, no Brasil, isso nunca acontece", afirma.

Entrada na polĂ­tica

Por fim, Deltan também explicou por que abandonou sua carreira como procurador no Ministério PĂșblico Federal (MPF) e decidiu ingressar na polĂ­tica. Segundo o parlamentar, essa foi a melhor forma encontrada por ele para trabalhar contra o sistema de corrupção. "O sistema é forte, como procurador eu descobri que eu estava limitado, e não originalmente limitado, mas a reação do sistema polĂ­tico nos limitou ao reagirem contra as investigações", resume. "Durante esse perĂ­odo, percebi que o sistema corrupto se retroalimenta, se desenvolve, ele faz com que a sociedade sofra. O grande objetivo, no combate à corrupção, é proteger as pessoas. É cuidar delas. Evitar o sofrimento humano que a corrupção causa. Vi na polĂ­tica um caminho para lutar contra ela. Quando vi que o sistema reagiu, entendi que o Ășnico modo de avançar nessa causa era dar um passo de fé", concluiu.

Fonte: JP

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