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Delegado que invadiu casa de mulher que teria descumprido medida protetiva volta ao cargo em MT

Por Redação em 31/01/2023 às 20:40:28

Bruno França Ferreira pode exercer apenas funções administrativas enquanto procedimento disciplinar continua em curso. Ao g1, ele informou que optou por não se manifestar sobre o caso.

A Corregedoria Geral da Polícia Civil confirmou, nesta terça-feira (31), que o delegado Bruno França Ferreira, afastado das atividades por invadir a casa de uma mulher em um condomínio de luxo de Cuiabá, retornou ao cargo em funções administrativas. Segundo a Corregedoria, ele ainda deve passar por uma avaliação psicotécnica.

Ao g1, ele informou que optou por não se manifestar sobre o caso até o final do procedimento administrativo disciplinar, que continua em andamento.

A mulher que teve a casa invadida, segundo França, havia descumprido uma medida protetiva contra o enteado dele, de 13 anos. Um advogado que representa o delegado afirma que pediu a medida porque a mulher persegue o menino, com agressões verbais e ameaças físicas em locais públicos.

Contudo, a defesa da família da mulher afirma que não foi notificada da decisão que a proíbe de se aproximar do menino e diz que o filho dela foi agredido e sofreu bullying pelo enteado do delegado.

Relembre o caso

As imagens de uma câmera de segurança interna flagraram a agressividade de França, armado, e acompanhado por outros policiais. A filha da mulher, de 4 anos, chora durante toda a ação e, por diversas vezes, os policiais dão sinais para que França e também os moradores se acalmem.

A medida protetiva foi expedida pela juíza Gleide Bispo Santos, da 1ª Vara Especializada da Infância e Juventude de Cuiabá, no dia 24 de outubro, após investigação conduzida pela Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Além de manter distância do garoto, a mulher está impedida de frequentar a casa de familiares do adolescente e a escola que ele estiver matriculado, sob pena de sofrer as sanções previstas em lei.

Porém, o advogado dela, Rodrigo Pouso Miranda, afirma que nem ele nem a cliente tinham conhecimento da medida protetiva e desconheciam, até então, o teor dela.


Delegado armado invade casa de mulher à noite em Cuiabá — Foto: Câmeras de segurança/Cedida
Delegado armado invade casa de mulher à noite em Cuiabá


'Manda essa menina calar a boca'

A mulher, em entrevista à TV Centro América, disse que viveu cenas de terror ao ter a casa invadida pelo delegado.

"Minha filha tem 4 anos, e ele gritava demais "vou estourar a sua cabeça". Meu marido pedia calma, e minha filha pedia "por favor, para tio, não faz isso". E ele falava "manda essa menina calar a boca" e apontou a arma para ela. Ele foi agressivo", contou a mulher, que não quis ser identificada.

A vítima disse que, no momento da ação policial, fazia a menina dormir e assistia à televisão, enquanto o marido fazia uma sessão de massagem.

"Ninguém entendeu aquele absurdo. Foi uma cena de terror, ameaça o tempo inteiro. Nada justifica essa agressividade", relatou a mulher, que passou por uma cirurgia na mão e está com drenos.

A família morava em outro condomínio, onde o filho de 11 anos passou a ser agredido e a sofrer bullying por crianças do bairro – entre elas, conforme Miranda, o enteado do delegado. Por isso, decidiram se mudar.

"Fiquei em desespero, e meu marido deu a ideia de mudar de casa, porque a gente não aguentava mais. As famílias foram notificadas e ninguém veio falar com a gente. Meu marido conversou com alguns pais sobre a situação e alguns entenderam. Antes de acontecer isso, eu vi vários episódios de xingamentos, de empurrões. A vítima é meu filho e, agora, minha filha de 4 anos. Ela está sem dormir", disse a mãe.

Investigação

Conforme a investigação, o delegado trabalha em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, e estava em estado probatório. Ele foi aprovado no último concurso da Polícia Civil e ingressou na instituição em janeiro do ano passado.

"Já temos pessoas intimadas para apurar como foi e a justificativa para ter essa operação policial. A primeira coisa é buscar se houve alguma ação imprópria e, tendo indício, vai ser instalado um procedimento formal e, posteriormente, a responsabilização dos atos", disse o delegado-corregedor da Polícia Civil, Marcelino Felisbino.

Felisbino contou que a polícia também investiga se houve descumprimento da medida protetiva por parte da mulher.





Fonte: G1

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