Documento aponta movimentos organizados em grupos de mensagem e nomes dos responsáveis pelo protesto feito por apoiadores de Jair Bolsonaro. Manifestação começou há 11 dias. Protesto em Maceió começou no dia 1 em frente ao quartel do Exército
Vivi Leão/g1
A Polícia Militar de Alagoas entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório que identifica grupos criados em WhatsApp e Telegram com intuito de organizar manifestações contra o resultado da eleiçõe em Maceió, Arapiraca e São Miguel dos Campos. O documento foi entregue no dia 3 de novembro e está disponível no site do STF.
Na capital a manifestação dura 11 dias em frente ao quartel do Exército, na Avenida Fernandes Lima, em Maceió. O documento também cita as pessoas responsáveis pela organização do movimento no local e em Arapiraca(veja lista mais abaixo).
O relatório dá detalhes das atividades, das condições em que os manifestantes estão acampados, dos veículos utilizados durante o protesto, além de detalhar a quantidade de membros em cada grupo, redes sociais dos organizadores, fotos deles durante os atos, prints de redes sociais e detalha a função de cada um na organização das atividades.
"Foi possível verificar pelo menos dois tipos de articulações de lideranças para viabilizar tal manifestação. Parte das lideranças se reúnem, articulam e organizam via Redes Sociais (WhatsApp e Telegram com maior ênfase, Instagram em menor escala), enquanto uma outra parte articula o movimento in loco (fazem uso frequente do microfone, tomam a frente de negociações e conversam com a imprensa como líderes)" diz o documento.
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A Polícia Militar concluiu que "as lideranças são difusas e não há uma centralização de comando entre eles, porém alguns indivíduos se destacam no sentido de prover insumos, meios, organização e incitação para que os atos aconteçam".
Foram identificados os seguintes grupos no WhatsApp e Telegram:
Intervenção Federal Já, com 225 membros
Brasil pelo Futuro, com 220 membros
Brasil Hoje, com 254 membros
Paralisação Nordeste Maceió, com 1.200 membros
PN (Paralisação Nordeste), com 247 membros.
O grupo 'Paralisação Nordeste Maceió' foi bloqueado pela plataforma a pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Já o grupo 'PN' (Paralisação Nordeste), foi criado como reserva do primeiro grupo bloqueado, no Telegram.
O relatório cita as seguintes pessoas:
Jean Kellwy Rodrigues da Silva Costa
Lucas Thyago Soares Silva
Ronyelle Diogo Oliveira de Deus
Cássio Tomas Lima Menezes
Icaro Manuel Santos Ribeiro
Deiwd Silva Cedro
Karinne Pereira dos Santos
Jacksuel da Silva Marques
Fernando Antônio Baltar Maia Filho
Kayo Gustavo Fragoso Carneiro da Cunha
Jordanes Brito dos Satos
Renato Bezerra
José Wilson Barboza de Magalhães Junior
Kayo Fragoso foi identificado como uma das lideranças do movimento. Ele foi foi candidato a deputado estadual nesse pleito eleitoral. O levantamento aponta que é conhecido como integrante de movimentos de direita e se coloca como porta-voz do grupo em negociações com o Gerenciamento de Crises.
O g1 entrou em contato com ele e aguarda posicionamento.
Todos foram identificados com telefones, endereços e números de CPF. Cada um exerce uma função na organização do protesto. Alguns administram os grupos, filtrando conteúdo, adicionando e removendo pessoas, criando grupos reserva, fazendo transmissões ao vivo, canalizando o debate para "incitar membros a participarem da manifestação e realizar a arrecadação financeira". Há inclusive várias chave PIX identificadas para para transferência de valores para compra de água mineral e alimentação. Outros se dividem na compra e entrega do material.
Lideanças também foram identificadas no interior do estado
Em Arapiraca, no Agreste de Alagoas, no dia 1 de novembro, os manifestantes fecharam a rodovia que liga a cidade ao município de São Sebastião durante 1 hora. Segundo o relatório, o bloqueio não gerou grandes problemas. No dia seguinte, houve um protesto em frente ao ginásio João Paulo II, sem fechamento de vias e com aproximadamente 400 pessoas.
Cerca de 50 pessoas permaneceram ocupando a frente do Tiro de Guerra, no bairro Primavera, de forma pacífica, sem registro de transtornos. Militares acompanharam a movimentação.
A PM cita como organizadores:
Wellington Faustino Santos
Daneil Felipe da Silva OLiveira
Já em São Miguel dos Campos, os apoiadores fecharam parcialmente a BR-101 no dia 1 de novembro. Eles queimaram pneus. O protesto durou cerca de uma hora. A Polícia Rodoviária Federal fez a intervenção e a rodovia foi liberada.
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