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TarcĂ­sio e Haddad debatem salĂĄrio mĂ­nimo e outros temas nacionais e trocam acusações sobre o tiroteio em Paraisópolis e a Cracolândia

Por Redação em 28/10/2022 às 00:30:44
Os temas estaduais foram abordados no embate sobre a privatização da Sabesp, o transporte sobre trilhos, a merenda das escolas e as obras de infraestrutura. Evento foi transmitido ao vivo por TV Globo, GloboNews e g1 e mediado pelo jornalista César Tralli. Os candidatos Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante debate do 2Âș turno ao governo de SP mediado pelo jornalista César Tralli

Fabio Tito/g1

Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT) passaram boa parte das duas horas do debate do segundo turno para governador de São Paulo da TV Globo, nesta quinta-feira (27), abordando temas nacionais, como o salário mínimo, o auxílio Brasil, e até o oxigênio em Manaus, no Amazonas.

Os governos de seus padrinhos políticos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) foram criticados pelos adversários, bem como a Prefeitura da capital paulista, já administrada pelo petista.

Os temas estaduais foram abordados no embate sobre a privatização da Sabesp, o transporte sobre trilhos, a merenda das escolas e as obras de infraestrutura.

O tiroteio em Paraisópolis e seus desdobramentos vieram à tona ao final do debate, com questionamento de Haddad. Já Tarcísio criticou a gestão de Haddad frente à Cracolândia, no Centro de São Paulo.

Haddad disse que a equipe de Tarcísio não deveria ter pedido para o cinegrafista apagar as imagens do tiroteio, que ocorreu durante agenda do candidato do Republicanos, mas sim, ter levado à polícia.

"Se você tem uma imagem, que você acha que pode colocar em risco a vida de alguém, para quem você leva? Você apaga ou leva para alguma autoridade policial? É a autoridade que decide manter ou não em sigilo aquela imagem, esse procedimento que ele acabou de relatar é um absurdo", questionou o petista.

Segundo Tarcísio, o pedido para apagar as imagens foi por preocupação com a "segurança das pessoas".

"Esse colega, no final das contas que não tem nada a ver com a inteligência porque ele está afastado da Abin desde 2019, de servidor de carreira e licença para tratamento particular como prevê o estatuto dos servidores federais e ele pediu o seguinte "apaga isso, apaga aquilo", por preocupação com a segurança das pessoas, porque lá tinha equipe de comunicação, lá tinha outros profissionais porque a campanha vai acabar, mas a vida das pessoas continua”.

No primeiro turno, que ocorreu em 2 de outubro, Tarcísio obteve 9.881.995 (42,32%) dos votos e Haddad, 8.337.139 (35,70%).

Pesquisa do Ipec (ex-Ibope) divulgada na tarde da terça (25) indica um empate técnico no estado, com Tarcísio numericamente à frente, somando 46% das intenções de voto, e Haddad, 43%.

O debate realizado pela TV Globo foi dividido em quatro blocos e teve duas horas de duração. Foi o último encontro entre os dois candidatos para a exposição de propostas e o contraste de ideias antes do segundo turno da eleição, no domingo (30).

Fernando Haddad e Tarcísio de Freitas durante debate para governador de SP na Globo

Fábio Tito/g1

Primeiro bloco

Haddad abriu sua fala no debate com temas nacionais, como o salário mínimo, dizendo que vai aumentar no estado, e sobre o SUS. Na sequência, entrou com tema sensível a Tarcísio, sobre a vacinação das crianças. Em entrevista ao g1, o candidato do Republicanos disse que é contra a obrigatoriedade da vacinação infantil.

Tarcísio não respondeu, mas disse que precisava desmentir fake news que estavam sendo divulgadas contra sua campanha, como a suposta certeza de que ele quer privatizar a Sabesp e aumentar a conta de água. O candidato, afilhado de Bolsonaro, também trouxe o debate para a questão nacional e disse ser mentira que o presidente não vai aumentar o salário mínimo.

Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante debate nos estúdios Globo em SP

Fábio Tito/g1

A ordem de quem começou questionando e quem iniciou respondendo em cada bloco foi definida em sorteio.

Depois, Haddad subiu o tom e afirmou que se baseia em reportagens para falar o que diz e que Tarcísio não pode falar mentiras. A discussão seguiu na temática nacional, trazendo a pandemia e as decisões do governo federal sobre a distribuição de equipamentos para os hospitais, como o caso do transporte do oxigênio para Manaus, que viveu um colapso durante a pandemia.

Sobre o reajuste do salário mínimo paulista, Haddad afirma que propôs aumentar o valor para R$ 1.580. Tarcísio diz que também vai dar reajuste acima da inflação, cerca de R$ 1.550, mas diz que economia não se resolve "na canetada" e que quer promover o emprego. O candidato petista, porém, sabedor da falta de reajuste do salário mínimo nacional durante o governo Bolsonaro, voltou ao tema diversas vezes no primeiro bloco.

Já sobre o Auxílio Brasil, Haddad afirmou que o governo Bolsonaro está "espoliando, a palavra só pode ser essa, o beneficiário do Auxílio Brasil". "Esse [empréstimo] consignado que estão fazendo... Fizemos consignado para quem recebia contracheque no banco, foram as taxas mais baixas de juro já praticadas. Vocês estão fazendo no período eleitoral, estão fazendo consignado para arrancar o couro do beneficiário do Auxilio Brasil. O juro do consignado do Auxílio Brasil está chegando na casa do cheque especial. A quem estão pensando favorecer? O trabalhador que não consegue terminar o mês ou o banco que endivida as famílias. Concorda com a taxa de juros cobrada?", questionou Haddad.

"O que vemos nos últimos anos foi o aumento da oferta de crédito, uma revolução silenciosa do sistema financeiro", respondeu Tarcísio. "Se o consignado do Auxílio Brasil fosse tão ruim, ia ter gente que ia judicializar, ia reclamar, se contrapor. O Auxílio Brasil foi um grande alívio, foi o momento em que mais pessoas precisaram de dinheiro, na pandemia, com R$ 600. As chefes de família recebiam R$ 1.200. No primeiro momento virou poupança, depois virou consumo e girou a economia. Isso ajudou a preservar empregos, famílias a fazer reformas e ter sobrevivência. Auxílio emergencial correspondeu a mais de 10 anos do Bolsa Família."

Na sequência, o candidato do Republicanos mirou na relação de Haddad com o Movimento dos Sem Terra (MST), que desagrada ruralistas do interior de São Paulo, e quis saber o que o petista fará pelo agronegócio. Haddad, no entanto, retomou o tema da vacinação e da pandemia e, depois, comentou o governo Lula promoveu "o maior avanço da agricultura familiar e do agronegócio da nossa história".

Ao final do bloco, Haddad afirmou que o estado terá foco no controle de gastos, e Tarcísio complementou na mesma linha.

Segundo bloco

Tarcísio abriu o segundo bloco, temático, perguntando a Haddad qual a solução que ele apresenta ao aumento de pessoas em situação de rua, tema compartilhado entre as esferas municipais e estaduais. O petista respondeu que o combate ao problema se dará em conjunto com prefeitos paulistas e também citou a questão dos usuários de drogas, repetindo o que respondeu ao g1 sobre a necessidade de internação, quando for necessário.

Haddad e Tarcísio, candidatos ao governo de SP, durante debate na TV Globo

Fabio Tito/g1

O candidato do Republicanos, na réplica, citou que um morador de rua morreu de frio durante a gestão de Haddad. O petista falou que o adversário não podia entrar nesse tema, o da habitação, já que o "governo Bolsonaro acabou com o Minha Casa Minha Vida", voltando, assim, para a temática nacional, corroborada por Tarcísio ao falar do programa bolsonarista Casa Verde e Amarela.

O orçamento secreto, do governo federal, também foi mencionado pelo petista. Depois, Tarcísio enumerou o que teriam sido derrotas de Haddad à frente da prefeitura.

O segundo tema foi sobre a falta de médicos, e Haddad perguntou sobre a questão no Brasil, citando o congelamento dos valores da tabela SUS. Tarcísio disse que Haddad tem "fixação no governo federal" e pediu para ele "superar" e falar mais sobre São Paulo.

No fim do bloco, os candidatos abordaram o investimento federal no estado. Haddad diz que não houve ferrovia, que a atual gestão "não botou um centavo no Metrô" paulista, e disse que vai restabelecer programas paralisados. Tarcísio respondeu enumerando investimentos do governo Bolsonaro em São Paulo, entre eles, "duplicação de Itirapina para Santos, contorno ferroviário de Catanduva, contorno ferroviário de Rio Preto recuperação do ramal de Colômbia".

As alianças partidárias do PT, e como Lula e Haddad vão compor seu ministério e secretariado, abrem o terceiro bloco. O ex-prefeito critica as falas de Tarcísio que já aventaram secretários em eventual governo.

O petista volta ao tema nacional e diz que o que ele já sabe é que "Paulo Guedes não vai ser ministro da Economia no governo Lula". Tarcísio diz que as ideias de Lula ficaram ultrapassadas e que o PT não fez um mea culpa sobre erros do passado.

A respeito de mobilidade urbana, Haddad menciona sua proposta de criar o Bilhete Único Metropolitano e pergunta se o adversário é favorável a ele. Tarcísio respondeu que apoia o projeto. "Essa proposta é antiga, mas, na época, o Alckmin, que é vice do Lula, não topou. Mas nós vamos implementar, já sabemos inclusive quanto custa, qual o valor do subsídio que nós temos que dar para implantar o Bilhete Único Metropolitano."

Ainda sobre o tema, Tarcísio diz que sua proposta para o transporte é retomar as linhas ferroviárias do estado e que vai fazer o trem intercidades. Ele elenca obras de infraestrutura, sua pasta quando fez parte do governo Bolsonaro. Para o petista, Tarcísio não fez obras no estado.

A Cracolândia, no Centro de São Paulo, voltou ao debate. Tarcísio também falou de obras do governo Dilma e Lula que, segundo ele, não priorizaram o Brasil, mas outros países.

“Nós vamos trabalhar com a Cracolândia alinhando várias políticas públicas: a política de saúde, vamos ampliar a quantidade de centros de referências de álcool e drogas para poder acolher essas pessoas e encaminhar para as comunidades terapêuticas, vamos tratar o dependente químico e dar para ele uma porta de saída, uma porta do emprego da requalificação."

Haddad abre o último bloco dizendo que muitas pessoas no país não respeitam as mulheres e questiona quais os projetos do candidato do Republicanos para o tema. Tarcísio diz que será "implacável" contra a violência de gênero e que criará uma Secretaria Especial da Mulher. Diz que é importante manter delegacias da mulher funcionando 24 horas, com "mulher sendo atendida por mulher". Também promete criar abrigos para acolher vítimas de violência. Haddad diz que mulher vítima de violência hoje passa por via sacra para ser atendida e promete unir os serviços em um mesmo espaço.

Só ao final do debate, Haddad trouxe o tiroteio de Paraisópolis abordado na semana. Tarcísio se dedica a explicar. E volta a dizer que apagou por preocupação com as pessoas.

Fonte: G1

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