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Paulo Guedes diz que 'FMI tem de falar menos besteira' e que EUA e Europa 'estão dormindo no volante'

Por Redação em 12/10/2022 às 20:23:23
Paulo Guedes fala com jornalistas em Washington nesta quarta (12)

Paulo Guedes fala com jornalistas em Washington nesta quarta (12)

Ministro da Economia está em Washington para reuniões do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial e criticou países desenvolvidos por estarem atrás na política fiscal e monetária.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou o FMI (Fundo Monetário Internacional) e as políticas fiscal e monetária adotadas pelos Estados Unidos e por países europeus durante conversa com jornalistas nesta quarta (12) em Washington, nos Estados Unidos. O ministro está na capital americana para reuniões do FMI e do Banco Mundial.

Questionado sobre o FMI ter dito que o gasto social do Brasil durante a crise poderia ter sido menor, Guedes respondeu que o órgão precisa "falar menos besteira". "Há seis meses, estava todo mundo dizendo que os brasileiros estão passando fome. Aí o FMI diz que o gasto podia ser menor. Isso que eu falo: o FMI tem que falar menos besteira e trabalhar um pouco mais pra alertar os americanos, os europeus."

"Enquanto eles estão puxando a nossa orelha, o Brasil está crescendo mais, a inflação está mais baixa. Não acredito que o FMI esteja de má vontade com o Brasil, acho que é erro técnico mesmo", disse o ministro.

Apesar das três quedas mensais do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registradas de julho a setembro, a inflação acumulada nos últimos 12 meses, de 7,17%, ainda está bem acima do centro da meta do governo para 2022, de 3,5%, e também do teto, de 5%.

Além disso, o que mais contribuiu para a deflação foi a redução no preço dos combustíveis, sobretudo da gasolina. A queda da gasolina foi influenciada, principalmente, por dois fatores: o corte do ICMS incidente sobre o combustível às vésperas da eleição e a queda do preço do barril de petróleo, que passou de US$ 120 para cerca de US$ 90 nos últimos três meses.

Guedes disse ainda que tem "muito orgulho" por ter "criado o auxílio emergencial". "Nós criamos na urgência do combate ao Covid e acabou virando o Auxílio Brasil permanente agora, e o nosso programa social saiu de 0,4% do PIB pra 1,5% do PIB. É 3x maior, é o maior programa de combate à pobreza e de inclusão social que o país já fez. Se o FMI está achando que a gente gastou muito com programa social, ele não entendeu nada porque nós vamos continuar gastando esse dinheiro com o social", declarou.

O governo, no entanto, havia proposto o pagamento de R$ 200 mensais em março de 2020. Quando o projeto foi para o Congresso, os parlamentares aumentaram o valor para R$ 600. Além disso, a proposta do Orçamento de 2023 enviada pelo governo Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional no final de agosto não incluía a previsão de aumento para o Auxílio Brasil. O valor médio incluído no texto é de R$ 405 – abaixo dos R$ 600 pagos atualmente.

'Dormindo no volante'

O ministro citou a valorização do real frente ao dólar este ano e a queda da taxa de desemprego, que chegou a 8,9% em agosto, mas com recorde de trabalhadores sem carteira assinada, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

"Em relação aos Estados Unidos e à Europa, é a terceira ou quarta reunião que tivemos em que alertei que eles estão bem atrasados, estão dormindo no volante. É incrível porque geralmente as reuniões do FMI são usadas para alertar as economias emergentes para fazer o dever de casa. Acho que eles deveriam se olhar no espelho porque não estão fazendo um bom trabalho, estão bem atrasados ??no fiscal, na política monetária. O efeito é que a inflação está disparando", analisou.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), banco central americano, aumentou pela quinta vez no ano as taxas de juros, no fim de setembro, para uma faixa de 3% a 3,25%. A alta levou a taxa básica de juros dos EUA ao seu maior patamar desde 2008, pouco antes de o país passar por sua maior crise desde a quebra das bolsas em 1929.

O avanço dos juros nos Estados Unidos ocorre em um cenário de inflação bastante elevada. Nos 12 meses até agosto, os preços ao consumidor saltaram 8,3% no país.

Já a zona do euro fechou setembro com recorde de inflação, que alcançou 10% no acumulado de 12 meses. O resultado, registrado nos 19 países que utilizam a moeda única, foi puxado pelos preços de energia e alimentos. Para tentar conter o avanço da inflação, o Banco Central Europeu (BCE) intensificou sua política monetária com o aumento de 0,75 ponto percentual nas taxas básicas de juros.

Das principais economias europeias, a Alemanha teve inflação de 10,9% em setembro, contra 6,2% na França, 9,5% na Itália e 9,3% na Espanha, de acordo com a Eurostat.

Guedes também disse que as instituições internacionais deveriam "parar" a guerra a fim de, entre outras coisas, diminuir a inflação sobre alimentos e energia.

Fonte: G1

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