Delegada ouviu familiares neste domingo (28) e narraram ciclo de violência que a vítima sofria. Crime aconteceu na noite de sábado (27), no Jari. Acusado conseguiu fugir. Darlene Araújo, vítima de feminicídio, já foi ameaçada de morte pelo marido; ela foi atacada na frente dos filhos
Polícia Civil/Divulgação
A Polícia Civil do Amapá descreveu que Darlene dos Santos Araújo, morta aos 38 anos pelo marido no sábado (27), já tinha histórico de ser vítima de violência doméstica. Ela chegou a ser ameaçada de morte por ele, sendo que o agressor já havia sido preso três vezes em flagrante por crimes contra Darlene. A vítima foi atacada com 4 facadas na frente dos filhos.
Era também um casal que terminava e reatava o relacionamento, segundo a família de Darlene. O crime aconteceu por volta das 21h de sábado, na sala da casa da vítima, em Laranjal do Jari, no Sul do estado. Segundo a polícia, o ataque ocorreu durante uma crise de ciúmes do marido, que estava com uma faca na cintura. Ele passou a questioná-la sobre traições e, descontrolado, deu as facadas.
"Destaco não só a importância da mulher romper com o ciclo da violência, a importância dos amigos, familiares e vizinhos denunciarem situações de violência. Nesse caso, os familiares narraram que essa vítima era constantemente agredida e ameaçada de morte pelo agressor, porém não denunciavam", disse a delegada Ellen Gomes, que comanda a investigação e ouviu testemunhas neste domingo (28).
As facadas atingiram o coração e o pulmão da vítima. Foram os próprios filhos da vítima, inclusive menor de idade, que comunicaram familiares sobre o crime. O marido foi visto com a faca em uma das mãos, mas conseguiu fugir antes da chegada da polícia. A vítima chegou a ser socorrida até o hospital do município, mas não resistiu e morreu.
Delegada Ellen Gomes, da Delegacia da Mulher de Laranjal do Jari
Polícia Civil/Divulgação
A Polícia Civil informou que solicitou a prisão preventiva do acusado, que tem 43 anos.
"Ressalto que esse agressor já foi preso três vezes em flagrante por violência doméstica e familiar contra essa vítima, nessas ocasiões ela solicitou medidas protetivas porém, infelizmente, a vítima retomou a convivência com esse agressor", pontuou a delegada, ressaltando a importância de todos em ajudar qualquer vítima a sair do ciclo de violência doméstica ou familiar.
O caso de Darlena foi o segundo registrado como feminicídio no Amapá em dois dias. Na noite de quinta-feira (25), em Macapá, Maria Eunice Viegas Pantoja, de 40 anos, levou golpes de terçado do ex-marido, que depois do ataque ainda foi jogar baralho. Ele foi preso preventivamente e assumiu a autoria do assassinato.
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