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Para aliados de Lula, PT deixou Bolsonaro dominar agenda na primeira semana de campanha

Por Redação em 22/08/2022 às 09:28:13
O ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidatos à Presidência nas eleições deste ano

Carla Carniel/Reuters

Aliados do ex-presidente Lula, candidato do PT à Presidência nas eleições deste ano, avaliaram ao blog que o partido deixou o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, pautar a agenda na primeira semana de campanha.

Para interlocutores de Lula, Bolsonaro direcionou o debate para a disputa pelo voto evangélico e saiu ganhando. Dizem que, mesmo com uma campanha baseada em fake news, Bolsonaro conseguiu levar Lula para esse "canto do ringue".

O blog já mostrou que a campanha de Bolsonaro tem a "guerra santa" como estratégia. O presidente tem ido a igrejas e feito discursos sobre Deus. Enquanto isso, Lula tem dito que não fará "guerra santa" para não estimular a rivalidade de religiões, e Ciro Gomes (PDT) tem afirmado que Bolsonaro está "manipulando" a fé das pessoas.

Bolsonaro está em segundo lugar nas pesquisas eleitorais e busca formas de conseguir mais votos. Levantamento Datafolha divulgado na semana passada mostrou Bolsonaro com 32%, enquanto Lula aparece com 47%

A ordem na campanha de Lula é tirar a eleição da disputa religiosa, combatendo as fake news, e focar na agenda de país.

"A eleição não é uma disputa religiosa, é uma discussão sobre o futuro do país, é uma agenda de país, para católicos, evangélicos, espíritas e outras religiões", afirma a presidente do PT, Gleisi Hoffman.

Agora, o PT quer reverter e evitar que Bolsonaro domine a agenda da campanha.

"Ele não tem um projeto para o país, por isso leva o debate para o campo dos costumes e da moral, quando a população quer saber é como será o seu futuro na economia, na educação, na saúde", completa Gleisi.

Ela diz que o PT não vai cair na agenda religiosa de Bolsonaro, mas vai combater as notícias falsas. "Durante o governo Lula, os evangélicos tinham representantes no Conselhão, eram ouvidos pelo presidente, nenhuma igreja foi fechada, vamos mostrar isso", afirmou, para combater a disseminação de notícia falsa pela equipe de Bolsonaro.

Os petistas sabem que o candidato que domina a agenda tem mais chances de subir nas pesquisas de intenção de voto. Por isso, quer evitar ficar “batendo boca” com Bolsonaro no campo dos costumes e da religião, onde o presidente se dá melhor e o PT, pior.

Inicialmente, o PT não iria adotar nenhuma estratégia para reverter a perda de votos entre evangélicos, mas depois avaliou que “dormiu no ponto” e precisa atuar para estancar a alta do presidente neste segmento do eleitorado. No fim de semana, o comitê de Lula pediu o registro no Tribunal Superior Eleitoral de vários perfis dedicados ao público evangélico, na busca de falar diretamente com esses eleitores.

Além disso, Lula vai continuar dizendo ser contra a “instrumentalização da fé” e que igreja não pode se transformar em partido político. Ao mesmo tempo, aliados do petista no mundo evangélico, como André Janones, vai começar a atuar diretamente neste eleitorado para melhorar a posição do petista.

Segundo o último Datafolha, Bolsonaro subiu de 43% para 49% entre os evangélicos, enquanto Lula oscilou negativamente de 33% para 32%. O eleitorado evangélico, segundo o Datafolha, representa cerca de 25% do eleitorado nacional. Já os católicos apoiam majoritariamente o petista: 52% a 27%.

Fonte: G1

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