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Justiça descarta tortura e indica maus-tratos de idosos em asilo que foi interditado, em Maringá

Por Redação em 02/08/2022 às 12:54:07
Segundo o MP-PR, dois idosos morreram por causa de abusos praticados no local. Caso deverá ser julgado por outra Vara Criminal. MP-PR investiga a morte de mais um idoso em decorrência de maus-tratos sofridos em asilo, em Maringá

Reprodução/RPC

A Justiça encaminhou para a 5ª Vara Criminal de Maringá, no norte do Paraná, o caso que apura maus-tratos a idosos em um asilo da cidade que foi interditado. A decisão descartou o crime de tortura e entendeu que houve maus-tratos contra pacientes.

As atividades do asilo foram suspensas em agosto de 2021, por meio de uma liminar concedida pela Justiça. O imóvel onde funcionava o estabelecimento continua fechado.

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O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou as duas responsáveis pela instituição por tortura seguida de morte. As investigações apontam que dois idosos morreram, me menos de 20 dias, por causa de abusos praticados no local.

Além das denunciadas, 25 pessoas foram ouvidas como testemunhas no processo. A Justiça entendeu que não ficou demonstrado que as responsáveis pelo asilo torturaram os idosos.

Entretanto, a decisão entendeu que houve maus-tratos seguidos de morte e lesão grave. Com isso, o processo foi encaminhado para a Vara de Crimes Contra Idosos, que deverá fazer um novo julgamento.

Durante audiência judicial, Sandra Raquel Kaminski e Larissa Kaminki Huss negaram as acusações de tortura no asilo.

A RPC tentou novo contato com a defesa das acusadas e aguarda retorno.

O Ministério Público disse que vai recorrer da decisão.

Investigação

O Ministério Público começou a investigar as proprietárias e o asilo após a morte de um idoso de 91 anos.

Antes de morrer, a neta desse idoso gravou um depoimento dele relatando que tinha sido agredido com socos na cabeça, asfixiado e também era dopado pela proprietária.

Os relatos de maus-tratos ocorreram enquanto este idoso estava internado em um hospital.

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“Na data de 5 de julho de 2021, o idoso [...] havia sido dopado com medicamentos pelas denunciadas, sofrendo uma queda que resultou na fratura de seu fêmur e, posteriormente, sua morte. No hospital foi constatado que sua higiene pessoal era muito precária, sendo apurado quadro de infecção urinária e sangue na urina”, diz um trecho da ação.

A promotoria também apurou a morte de um homem de 77 anos que foi vítima de um quadro infeccioso grave, possivelmente relacionado a lesões na pele.

Testemunhas disseram em depoimento que, por ter sido advogado, as denunciadas diziam que ele estaria “pagando os pecados” por ter “ajudado muitos bandidos a saírem da cadeia”.

Quando o idoso começou a morar na instituição não apresentava feridas pelo corpo, as chamadas escaras.

Para o MP-PR, isso “demonstra que as referidas lesões derivaram de sua submissão, mediante violência, a intenso sofrimento físico e mental pelas denunciadas como forma de aplicação de castigo por ter sido advogado e por supostos males que cometeu em vida, causando-lhe sua morte por sepse, úlcera de pele e pneumonia secretiva”.

A denúncia destaca que as investigadas podem ter jogado água sanitária nas feridas de pele e dado socos e empurrões na vítima durante o banho.

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Fonte: G1

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