Reportagem do programa registrou catedrais de mármores, lindos lagos, rios, geleiras, algumas das árvores mais antigas do planeta e animais selvagens. E ainda: os milionários americanos que compraram terras no Chile para transformar em áreas protegidas. Globo Repórter – Carretera Austral, no sul do Chile – Edição de 15/07/2022
Globo Repórter desta sexta-feira (15) fez uma viagem inesquecível pela Carretera Austral, o único caminho pelo Chile até um dos pontos mais remotos do país. A equipe saiu de Puerto Montt e foi até Vila O'higgins. Ao todo, foram percorridos 1247 quilômetros, ao longo de dez dias de viagem pela Patagônia Chilena.
Mapa com trecho percorrido pela reportagem
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No caminho, a reportagem registrou paisagens deslumbrantes e inúmeros exemplos de belezas naturais, como cisnes do pescoço preto, o tiuque - pequeno falcão patagônico – os simpáticos guanacos e o huemul - o cervo andino.
Guanaco no Parque Nacional Patagônia
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Veja também:
No Parque Nacional Patagônia, área visitada pela reportagem concentra animais selvagens, depois que de um longo processo e muito trabalho em que cercas foram derrubadas
No Parque Nacional Pumalin, o programa registrou os alerces andinos, árvore prima do pinheiro e que vive mais de três mil anos. A madeira é resistente e pode demorar 500 anos para se decompor. Por isso, o alerce atraiu a cobiça dos madeireiros. Atualmente, esses gigantes são protegidos e 25% dos remanescentes do mundo estão no Parque Pumalin.
Alerces andinos, no Parque Nacional Pumalin, no Chile
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Viver em alguns trechos da Carretera Austral é quase uma ousadia. A Cidade de Chaiten guarda escombros e lembrança de vulcão que, em maio de 2008, despertou de um sono profundo de mais de 9 mil anos. Uma coluna gigantesca de cinzas subiu a 12 mil metros de altura e uma avalanche de sedimentos e água de degelo desceu a cordilheira e atingiu o litoral. Sete mil pessoas tiveram que abandonar suas casas, na época. Mas os moradores fizeram de tudo para voltar e recuperar a cidade.
Em Futaleufú, a equipe de reportagem desceu em um bote pelo rio Futaleufú, o melhor do Chile e o terceiro do mundo para a prática do rafting. Foram percorridos 15 quilômetros no bote. A água do rio não é só transparente. É limpa e pode ser ingerida.
Equipe de reportagem faz rafting pelo rio Futaleufú, no Chile
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Ainda na cidade de Futaleufú, o programa conversou com um casal de brasileiros que decidiu viver entre as montanhas, após viagem de motorhome pelo sul do Chile. Patrícia e o marido, Gustavo, foram ao sul do Chile, em busca de uma vida mais tranquila, segura e conectada com a natureza. O lago Lonconao é a vista do quintal da família, que vive com simplicidade, tranquilidade, mais conectada e com uma natureza cheia de surpresas ao redor.
No quarto dia de viagem, a equipe chegou ao Parque Nacional Queulat. Para ficar mais perto da geleira Ventisquero Colgante, que significa glaciar pendente, foi preciso navegar pelo lago Témpanos. A geleira aparece como se estivesse caindo da rocha, a 600 metros de altura - um privilégio que a natureza divide com os visitantes. O Campo de Gelo Queulat tem 80 quilômetros quadrados e o glaciar se estende por 20 quilômetros de extensão.
No percurso da Carretera Austral, Cerro Castillo é ponto de parada obrigatória. O nome do lugar vem de escarpas no alto da montanha que lembram um castelo.
Cerro Castillo, no sul do Chile
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A reportagem visitou também o Lago General Carrera, chamado de Lago Buenos Aires pelos argentinos. Os povos antigos chamavam o lugar de Chelenko, o lago dos temporais.
Lago General Carrera, sul do Chile
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Na região, a equipe do programa viu de perto uma ilha inteira de mármore, onde há 900 metros de cavernas. A água do lago é o grande escultor da rocha. O lugar foi declarado um santuário da natureza pelo Chile.
Catedral de mármore, no sul do Chile
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O derretimento dos glaciares é um processo natural, mas percebe-se que este processo ocorre de forma mais rápida no Chile. Imensos paredões de gelo encolhem visivelmente, ano após ano. Num pequeno bote, a equipe do Globo Repórter chegou perto do glaciar San Rafael. Em pouco tempo, foi possível ver de perto um dos efeitos mais graves do aquecimento global.
Às margens da estrada, o Globo Repórter registrou um jardim de quilômetros de rosa mosqueta, uma planta usada na região para fazer doces e produtos de beleza.
A equipe atravessou a ponte Pênsil, uma das maiores da Carretera Austral. Ela passa sobre o canal onde o Lago General Carrera deságua e forma outro lago: o Bertrand. O encontro dos rios Baker e Neff é um lugar emblemático da Carretera Austral.
Ponte Pênsil, uma das maiores da Carretera Austral, no sul do Chile
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Confluência dos rios Baker e Neff, no sul do Chile
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A colonização da Patagônia Chilena é muito recente. Somente no fim do século, a região começou a acordar para a importância da preservação da natureza. E dois estrangeiros tiveram papel fundamental nesta virada: Douglas Tompkins e Kristine Tompkins, americanos milionários. O grande projeto da vida do casal foi comprar terras ameaçadas ou já degradadas para transformar em áreas de proteção à natureza.
Assista à íntegra do programa no vídeo acima.
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