A equipe econômica do governo Jair Bolsonaro já trabalha com um cenário de que a inflação no Brasil possa ficar igual ou abaixo à dos Estados Unidos. Hoje, na avaliação do ministro da Economia, Paulo Guedes, a inflação aqui está em queda, enquanto a dos Estados Unidos, em alta.
Nos próximos meses, na avaliação de técnicos da área econômica do governo Bolsonaro, pode ocorrer algo inédito, talvez a primeira vez na história, de uma inflação menor aqui do que no país mais rico do mundo.
Por enquanto, a inflação anualizada no Brasil segue maior do que nos Estados Unidos. Até junho, a taxa acumulada nos últimos doze meses bateu em 11,89%, enquanto nos Estados Unidos chegou a um patamar muito elevado para os padrões norte-americanos, 9,1%. Tanto que economistas já falam num aperto mais forte na alta da taxa de juros pelo Banco Central dos Estados Unidos, o Federal Reserve.
Para o mês de julho, no Brasil, as previsões apontam, inclusive, para uma deflação, ou seja, na média, os preços vão cair mais do que subir neste mês. Resultado principalmente do corte de tributos sobre combustíveis e energia elétrica, que têm um peso significativo na composição do IPCA, o índice oficial para o sistema de meta de inflação do Banco Central.
Já nos Estados Unidos, a previsão é de que a inflação continue pressionada neste mês, levando até a previsões de que o país mais rico do mundo entre em recessão por conta da reação do Federal Reserve para baixar a inflação norte-americana, fora dos padrões daquele país. Fruto, principalmente, dos efeitos da pandemia do coronavírus e da guerra da Rússia na Ucrânia.
Nesta quinta-feira, o Ministério da Economia reduziu a previsão de inflação neste ano de 7,9% para 7,2%, e elevou a de crescimento da economia, de 1,5% para 2%. A economia deve manter seu crescimento, mesmo de forma mais gradual, diante do pacote de bondades que o governo aprovou no Congresso para este segundo semestre, que vai injetar no país R$ 41,2 bilhões.
