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'Nada para me desculpar': Merkel defende ligação com Putin e veto à Ucrânia na Otan

Por Redação em 08/06/2022 às 08:18:49
A ex-chanceler alemã defendeu sua atuação no cargo em relação ao presidente russo Vladimir Putin, em sua primeira grande entrevista desde que deixou o cargo no final do ano passado. Merkel deu entrevista na terça-feira pela primeira vez desde que deixou o cargo, no ano passado

EPA/via BBC

Em sua primeira grande entrevista desde que deixou o cargo, a ex-chanceler alemã Angela Merkel defendeu sua atuação no cargo em relação ao presidente russo Vladimir Putin.

Merkel disse que "não tem nenhum motivo para se desculpar" por sua resposta à anexação da Crimeia da Ucrânia pela Rússia em 2014, quando apoiou as sanções contra os russos.

Ela também defendeu sua oposição à adesão da Ucrânia à Otan. Merkel tem sido acusada por alguns críticos de deixar a Alemanha vulnerável ao buscar relações comerciais com a Rússia.

O gasoduto Nord Stream 2 para transportar gás natural russo diretamente para a Alemanha foi construído enquanto ela era chanceler e só foi suspenso por seu sucessor, o chanceler Olaf Scholz, pouco antes da Rússia invadir a Ucrânia em 24 de fevereiro.

Sob pressão para impor novas sanções, a Alemanha está lutando para reduzir sua dependência da energia russa sem prejudicar sua própria economia.

Mas Merkel disse que a Europa e a Rússia são vizinhos que não podem ser ignorados. "Temos que encontrar uma maneira de coexistir apesar de todas as nossas diferenças", disse ela.

A invasão foi "não apenas inaceitável, mas também um grande erro da Rússia", disse ela ao jornalista e autor alemão Alexander Osang em uma entrevista televisionada pela emissora ARD.

O gasoduto Nord Stream 2 vai da costa do Báltico da Rússia ao nordeste da Alemanha

GETTY IMAGES/via BBC

"Se começarmos a voltar ao longo dos séculos e discutir sobre qual pedaço de território deve pertencer a qual país, então só teremos guerra", disse ela. "Isso não é uma opção viável."

Ela defendeu as sanções impostas à Rússia em resposta à anexação da Crimeia e o papel da Alemanha na manutenção do processo de paz de Minsk, que tinha como objetivo pôr fim aos combates no leste da Ucrânia em 2014-15.

O processo de paz, argumentou ela, deu tempo à Ucrânia para se desenvolver como nação e fortalecer suas forças armadas.

"Eu não tenho que me culpar por não me esforçar o suficiente", disse ela. "Eu não vejo que eu tenha que dizer 'isso foi errado' e é por isso que não tenho nada para me desculpar."

Ela se opôs à adesão da Ucrânia à Otan em 2008, porque queria evitar uma escalada de tensões com a Rússia e porque a própria Ucrânia não estava pronta, na sua visão. "Não era a Ucrânia que conhecemos hoje", disse ela. "O país não era estável, estava cheio de corrupção."

Bandeiras dos países membros da Otan hasteadas do lado de fora da sede de Bruxelas

Olivier Matthys/Associated Press

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, cujo país permanece fora da aliança da Otan apesar da ajuda ocidental desde a invasão, descreveu a decisão da Alemanha em 2008 como um "erro de cálculo".

Na terça-feira (7), Merkel, que deixou o cargo há seis meses, disse ter "o maior respeito" por Zelensky e ficou impressionada com "a coragem e a paixão" com que os ucranianos lutam por seu país.

Fonte: G1

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