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O Assunto #711 a #715: direitos negados às mães do Brasil, Doria fora - e agora 3 via?, varĂ­ola dos macacos, a matança no Rio de Janeiro, e Bolsonaro e a polĂ­cia da morte

Por Redação em 28/05/2022 às 06:14:16
O Assunto é o podcast diário com Renata Lo Prete. Perdeu algum nesta semana? Aproveite o fim de semana para maratonar. Você pode ouvir O Assunto no g1, no Globoplay, no Spotify, no Castbox, no Google Podcasts, no Apple Podcasts, no Deezer, na Amazon Music, no Hello You ou no aplicativo de sua preferência. Assine ou siga O Assunto, para ser avisado sempre que tiver novo episódio no ar.

O Assunto é publicado de segunda a sexta-feira e apresentado por Renata Lo Prete. Você pode aproveitar para ouvir todos os episódios da semana que passou:

#711: Mães do Brasil - direitos negados

Prevista desde 1948 na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a licença-maternidade está, no entanto, fora do alcance de parcela expressiva da população, dado o crescimento da informalidade. O percentual dos “sem-carteira”, hoje por volta de 40% da força, é até maior entre as mulheres. E a esse contingente “vários direitos não se aplicam", observa Cecília Machado, professora da Escola Brasileira de Economia e Finanças da FGV. Por isso, ela explica neste episódio, é preciso discutir políticas de proteção a mães e recém-nascidos que vão além da licença, além de estimular maior participação dos pais nos cuidados, combatendo a ideia retrógrada de que os primeiros meses de vida seriam essencialmente tarefa das mães. Sobre a licença propriamente dita, Cecília rebate o argumento, vocalizado por personagens do governo, de que seria prejudicial às empresas. Todas as partes ganham com a segurança familiar, diz a pesquisadora. E, “quando é destruído o vínculo”, nos casos de demissão após o retorno, não só a mulher perde”, avalia. “As firmas também perdem todo o investimento que fizeram na funcionária”.

#712: Doria fora - e agora, 3ÂȘ via?

O ex-governador de São Paulo terminou por ceder às pressões do PSDB, retirando-se da disputa pela Presidência meses depois de vencer a prévia interna. Agora, tucanos caminham para uma tentativa de acordo com Cidadania e MDB em torno de um nome desta última sigla, o da senadora Simone Tebet. Em conversa com Renata Lo Prete, a jornalista Vera Magalhães resgata o processo de fritura que culminou no movimento desta segunda-feira, revelador de um partido que perdeu “alma e caráter”, diz. Colunista do jornal O Globo, comentarista da rádio CBN e apresentadora do programa Roda Viva (TV Cultura), Vera recomenda cautela na avaliação das chances desta que será a nona opção para emplacar uma candidatura competitiva da chamada “terceira via”. Segundo ela, Tebet não está livre de ser vítima da mesma lógica aplicada a Doria. Como pano de fundo, lembra a jornalista, há a cristalização das intenções de voto em Lula (PT) e Bolsonaro (PL), primeiro e segundo colocados nas pesquisas, respectivamente. Vera trata ainda da situação de Rodrigo Garcia, neotucano que sucedeu Doria no Palácio dos Bandeirantes, trabalhou para tirá-lo do páreo nacional e agora tem uma eleição difícil pela frente em São Paulo. Para Vera, se o PSDB perder o maior colégio eleitoral do país, que comanda desde 1995, “será terra arrasada”.

#713: Varíola dos macacos - o que já se sabe

A doença, há muito tempo presente de forma controlada em regiões da África, agora surpreende ao aparecer em pelo menos 17 países — entre eles vários da Europa, EUA, Austrália e Israel. Diante do registro de mais de 200 casos, a OMS emitiu alerta e, no Brasil, o Ministério da Ciência e Tecnologia criou um comitê para acompanhar a situação. Uma de suas integrantes, a microbióloga Giliane Trindade, conversa com Renata Lo Prete para explicar que o vírus causador é, felizmente, muito menos letal do que aquele responsável pela outra varíola, erradicada em 1980 depois de causar 300 milhões de mortes ao longo do século 20. A atual se chama “dos macacos” porque neles foi primeiro identificada, esclarece a pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais. Giliane também conta quais são os medicamentos e vacinas existentes no mundo para tratar a doença, cujo traço mais visível são lesões de pele que depois secam. Outro motivo para alívio, diz ela, é que, “diferentemente do Sars-Cov-2, esse vírus não tem transmissão facilitada”.

#714: A matança no Rio de Janeiro

Apenas na favela do Jacarezinho, há um ano, a polícia matou mais do que nesta terça-feira na Vila Cruzeiro, uma das comunidades que formam o Complexo da Penha, na zona norte da capital fluminense. Entre as 25 vítimas, a cabeleireira Gabrielle da Cunha, atingida por um tiro dentro de casa, na vizinha Chatuba. Em conversa com Renata Lo Prete, Thainã de Medeiros, co-fundador do coletivo Papo Reto e testemunha da operação, relata o que viveu na mira de um fuzil. E reflete sobre o impacto de escolas e lojas fechadas, além do embaraço por que passam moradores impedidos de chegar ao trabalho em dias de confronto. “Não existe atestado-tiroteio”, diz. Participa também do episódio Bernardo Mello Franco, colunista do jornal O Globo e comentarista da rádio CBN. "A polícia do Rio está dentro de um caldo cultural, puxado por Jair Bolsonaro, de afronta à autoridade do Supremo", analisa, numa referência aos limites colocados pelo tribunal a operações em favelas durante a pandemia. Bernardo trata também das conexões entre a insegurança pública e a eleição que se aproxima: o governador Claudio Castro (PL), que herdou a cadeira do cassado Wilson Witzel, disputará o segundo mandato de olho principalmente no voto bolsonarista no Estado. O ambiente, afirma o jornalista, é de "naturalização de uma polícia que morre e mata muito”.

#715: Bolsonaro e a polícia da morte

Desde sempre, o presidente estimula a violência e o descontrole das forças de segurança. No cargo, deu tratamento privilegiado a essas corporações, com as quais espera contar para afrontar a Constituição em caso de derrota nas urnas. Nesta semana, a Polícia Rodoviária Federal se viu exposta em 2 casos reveladores desse estado de coisas. No Rio, ganhou as manchetes ao participar, de forma até agora mal explicada, da operação que deixou mais de 20 mortos na Vila Cruzeiro. Em Sergipe, “um caso de tortura seguida de morte, onde os envolvidos são agentes da lei”. É como o professor de direito constitucional Oscar Vilhena (FGV-SP) descreve a barbárie a que policiais rodoviários submeteram Genivaldo de Jesus Santos, homem negro de 38 anos, no município de Umbaúba. Na conversa com Renata Lo Prete, o integrante da Comissão Arns analisa o papel do mau exemplo que vem de cima e a complacência de parte da sociedade com o atropelo dos direitos mais básicos, que vitima sobretudo os pobres. “Em nenhuma outra democracia no mundo a polícia chegou a padrões de tamanha violência", diz.

O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Isabel Seta, Lorena Lara Tiago Aguiar, Gabriel de Campos, Luiz Felipe Silva, Thiago Kaczuroski, Eto Osclighter e Gustavo Honório. Apresentação: Renata Lo Prete.

O Assunto

Fonte: G1

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