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Maioria das defesas civis municipais sofre com a falta de equipamentos básicos

Por Redação em 17/04/2022 às 00:57:16
Levantamento mostra que órgão fundamental na prevenção e enfrentamento dos desastres naturais está em situação precária em todo Brasil. Maioria das defesas civis municipais sofre com a falta de equipamentos básicos

Um levantamento mostra que um órgão fundamental na prevenção e enfrentamento dos desastres naturais está em situação precária em todo Brasil.

Na goiana Rubiataba, temporais do início do ano destruíram oito pontes e deixaram moradores isolados. A Defesa Civil precisou da ajuda de várias secretarias para resolver o problema. Sem verbas municipais, sem viaturas, com uma conexão de internet precária, os cinco funcionários da Defesa Civil do município mal conseguem acessar os dados e alertas sobre temporais.

A Defesa Civil divide a sala com uma secretaria e depende da boa vontade dos colegas.

“Às vezes eu preciso receber os bombeiros para uma reunião. Aí pensa, todo mês eu chegar na colega e dizer: "Colega, eu vou precisar da sala hoje, vou recebê-los e tal". É constrangedor porque às vezes é aquele dia que ela tem que entregar todos os relatórios, entendeu?”, diz a secretaria administrativa e executiva da Defesa Civil de Rubiataba, Cristina Braga.

Essa não é uma situação isolada. Uma pesquisa encomendada pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil com quase 2 mil municípios mostrou que a grande maioria não tem rádios comunicadores (86%), telefones exclusivos (72%) nem carros (67%). E um terço trabalha sem um computador próprio (30%). O estudo foi feito pelo Cemaden, órgão do governo federal que alerta sobre riscos de temporais e outros eventos extremos.

O diretor Osvaldo Moraes diz que muitos municípios nem conseguem usar as informações que o Cemaden fornece.

“O papel das defesas civis não se restringe às atividades que são feitas durante a ocorrência de um evento. Os papéis das defesas civis são muito importantes em outras atividades que são relacionadas às condições que levam ao desastre, como por exemplo o mapeamento de áreas de risco, a comunicação com as populações que estão expostas, o treinamento de como as pessoas têm que agir no momento de um desastre”, afirma.

Quase 30% dos municípios com até 20 mil habitantes não têm nem Defesa Civil, segundo o IBGE.

“A legislação brasileira estabelece que a responsabilidade da gestão de risco de desastre é local e que o estado e o governo federal apoiem essa gestão. Então, a responsabilidade de estruturar a Defesa Civil municipal de acordo com o seu tamanho, para as suas necessidades, é da prefeitura, que é o órgão gestor dessa política pública local”, diz o secretário nacional de Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves.

Nas regiões metropolitanas, a estrutura costuma ser maior. Um exemplo é Franco da Rocha, na Grande São Paulo, em que a Defesa Civil tem prédio próprio. Oito funcionários trabalhando, cada um com o seu computador. Tem até uma sala de monitoramento, em que é possível acompanhar as informações da meteorologia. Mas quem trabalha lá diz que isso ainda é pouco para dar conta dos desafios do município.

Deslizamentos em janeiro levaram à morte de 18 pessoas na cidade. Os funcionários dizem que falta mais gente qualificada não só para auxiliar nos resgates, mas também na prevenção.

“Nós pedimos mais três técnicos, nós pedimos um geólogo, até para fazer a parte das estruturas dos morros, e pedimos mais um engenheiro”, afirma o diretor de Defesa Social de Franco da Rocha, Francisco Queiroz

A prefeitura de Franco da Rocha informou que vai publicar um edital para contratar os profissionais solicitados pela Defesa Civil.

Rubiataba, em Goiás, declarou que criou o Fundo Municipal de Proteção e Defesa, que vai apresentar projetos e pedir recursos federais.

Fonte: G1

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