Expo Favela une empreendedores e investidores em São Paulo

Cerca de 300 expositores de todo o país participam da primeira edição da feira. Expo Favela une empreendedores e investidores em São Paulo

Em São Paulo, uma feira de negócios junta pela primeira vez empreendedores de favelas e quem quer financiar os projetos.

Em São Paulo, são pontes que ligam o centro financeiro à periferia. E outras estão em construção. Invisíveis, de mão dupla, conectando a favela aos investidores do asfalto. É a hora de explicar por que a marca de roupa que veio da comunidade tem impacto social - e vale a compra.

“Todas as nossas peças são peças feitas com tecidos que iriam para o lixão, iriam para o aterro, que iriam ser incineradas e não são. E temos peças de todo os tamanhos, nós atendemos todos os corpos”, diz a assistente de estilo Maysa Martins Leite.

São cerca de 300 expositores do país todo. Jean é de Curitiba. A ponte que ele criou é uma via para fazer o dinheiro circular dentro das favelas.

“Essa aqui é a home do aplicativo, onde o consumidor entra. Ele encontrando uma categoria, ele vai clicar, vai encontrar os produtos. E aqui são os produtos que os vendedores cadastram e aparecem para os consumidores comprarem na comunidade”, explica.

A Expo Favela é uma vitrine de boas ideias. Algumas um pouco mais estruturadas, outras ainda tomando forma. Seja como for, estavam todas escondidas atrás de muros que separam quem mora nas grandes cidades. Nesse espaço, essas barreiras caíram.

“Eu conheço muitos empresários que gostariam de investir em pessoas das favelas, mas o preconceito contra aquele território faz com que elas sequer vão até as favelas com receio. Então aqui, quando a gente traz a favela para cá e monta esse encontro, é uma maneira que a gente tem de dizer: vocês dão um passo para frente e a gente também dá outro passo para frente e a gente se encontra e a gente vai ver se tem negócio ou se não tem negócio”, diz Celso Athayde, idealizador da Expo Favela.

Marcos Moraes é médico de formação, mas com faro para boas oportunidades.

“É um baita mercado que existe e que dá para ser explorado de uma maneira saudável. Para o investidor, vai ter lucro para o seu negócio. Para comunidade, isso vai reverter para comunidade também. Vai ter um crescimento econômico”, afirma Marcos Moraes, investidor-anjo.

Ele não perdeu a chance de uma conversa que dificilmente teria com o empreendedor de uma comunidade do Ceará. José Márcio desenvolveu um aplicativo de delivery, mas para quem vive à margem da tecnologia que já existe.

“Pensar estar nessa margem é girar essa economia periférica, essa economia marginal. Que girando ela, a gente garante que gere renda, emprego, possibilidades de criação e construção. De novos negócios e fortalecimento de vidas e famílias. Então, tudo ali dentro passa a girar. Essa economia marginal se fortalece e cresce e dá possibilidade maior. É sobre acreditar, e sobre acreditar no futuro que está por vir”, afirma o empreendedor José Márcio