Moscou revogou os registros de 15 organizações estrangeiras, incluindo Anistia Internacional e Human Rights Watch. Entidades afirmam que encontrarão formas de seguir com as denúncias de abusos do regime de Putin. Rússia expulsa vice-embaixador americanoO Ministério da Justiça da Rússia informou nesta sexta-feira (8) que revogou o registro de 15 organizações estrangeiras, incluindo a britânica Anistia Internacional (AI) e a americana Human Rights Watch (HRW).As unidades russas das organizações de direitos humanas "foram excluÃdas devido à descoberta de violações da legislação atual da Federação Russa", disse o ministério em comunicado, sem fornecer detalhes.A decisão foi anunciada dias depois que a HRW, com sede em Nova York, disse ter encontrado "vários casos de forças militares russas cometendo violações das leis de guerra" na Ucrânia."Há poucas dúvidas de que se trata de um movimento em resposta ao nosso relatório sobre a guerra na Ucrânia", disse a HRW."O governo russo já deixou bem claro que não tem qualquer consideração relacionada à proteção de civis na Ucrânia. Esta é apenas mais uma pequena prova disso", escreveu a entidade no Twitter.A Rússia proibiu que os termos "guerra" e "invasão" sejam usados para designar a situação na Ucrânia, justificando tratar-se de uma "operação militar especial" para desmilitarizar e "desnazificar" a Ucrânia. O governo de Kiev e seus aliados ocidentais consideram os argumentos falsos pretextos para uma invasão injustificada que já dura mais de seis semanas. O Kremlin, por sua vez, vem negando repetidamente ter cometido crimes de guerra e ter atacado alvo civis na Ucrânia.Outras organizações cujo registo foi revogado nesta sexta-feira são uma sucursal da Fundação Rosa Luxemburgo, a Fundação Aga Khan e o Instituto de Educação Internacional. No total, 15 organizações foram banidas: nove alemãs, três dos Estados Unidos, uma do Reino Unido, uma da Polônia e uma da SuÃça.ONGs dizem que seguirão com trabalhoSegundo a Anistia Internacional, as ONGs foram "punidas por terem defendido os direitos humanos e por terem dito a verdade às autoridades russas", afirmou a secretária-geral da entidade, Agnès Callamard."As autoridades estão profundamente enganadas se acreditam que fechando o nosso escritório em Moscou vão poder bloquear o nosso trabalho destinado a documentar e a expor as violações de direitos humanos", disse, destacando que a AI "vai redobrar os seus esforços para expor os graves abusos dos direitos humanos da Rússia em casa e no exterior".
Fonte: G1