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A desigualdade é enfrentada por mulheres em todas as esferas de poder

Por Redação em 15/03/2022 às 11:52:58
Olho: Em webinar promovido pelo G1 Goiás e a TV Anhanguera, em parceria com a Megasoft, ministra Maria Claudia Bucchianeri, do TSE, apresentou dados estatísticos sobre a baixa participação das mulheres nos espaços de poder O Webinar “O Poder das Mulheres, Mulheres no Poder”, realizado pela TV Anhanguera e G1 Goiás em parceria com a Megasoft, no dia 11/02, na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, repercutiu os 90 anos da conquista do voto feminino no Brasil, celebrado no dia 24/2. Para além do debate de altíssimo nível e imensa repercussão, a parceria entre G1 e Megasoft traz aos internautas este blog que se debruça no tema com a participação de grandes especialistas que estudam, debatem e vivenciam a realidade das mulheres no poder público.

Entre 2010 e 2020, os tribunais superiores e o Supremo Tribunal Federal (STF) abriram 45 vagas, das quais apenas 6 foram ocupadas por mulheres, nenhuma negra. Atualmente, são 14 ministras de um total de 90, o que corresponde a 15%. De 2014 a 2021, nenhuma mulher foi nomeada, ciclo que somente foi rompido com a mais recente escolha para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando Maria Claudia Bucchianeri foi nomeada a partir de uma lista tríplice formada apenas por mulheres. Os dados foram apresentados por ela na sexta-feira, 11/3, no webinar “O Poder das Mulheres, Mulheres no Poder”, realizado pelo G1 Goiás e a TV Anhanguera em parceria com a Megasoft. Maria Claudia participou do primeiro painel do evento com o tema “90 anos do voto feminino no Brasil: desafios do pleno exercício político da mulher”, junto com o juiz e ouvidor do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), Márcio Moraes.

Confira a íntegra do webinar

A situação é mais desigual quando se considera as mulheres negras, que são 28% da população brasileira: elas correspondem a 4,9% da composição do Judiciário brasileiro, são 2,2% do parlamento federal e ocupam 4% das chefias de Executivo. “É preciso mudar o arcabouço legislativo e institucional para avançarmos nessa seara”, advertiu a ministra do TSE, acrescentando que municípios e empresas mais plurais performam melhor, têm melhor renda. “Isso, porque conseguem tomar decisões em uma perspectiva de maior diversidade, em que a decisão não é apenas de um homem branco, então, a qualidade da decisão é melhor”, enumerou Maria Claudia.

Por diversas vezes em sua fala, ela citou a filósofa Djamila Ribeiro. “É preciso saber de qual mulher estamos falando”, enfatizou a ministra, acrescentando saber que carrega privilégios por ser uma mulher branca. Ela lembrou que as sufragistas que lutavam pelo direito ao voto feminino cerca de um século atrás eram brancas e estudaram na Europa, onde foram influenciadas pelas europeias e suas conquistas. “A luta da mulher branca é de dentro para fora, de romper com o espaço doméstico, ao passo que a da mulher negra é inversa, porque desde sempre está na rua, trabalhando nas casas dos outros, então, a sua luta é para ter o próprio espaço doméstico, deixando de trabalhar em casas alheias. São movimentos emancipatórios diferentes”, pontuou.

Mesmo depois da conquista do direito ao voto, com a entrada em vigor do Código Eleitoral em 1932, não foi um processo integral, porque dependia de outros requisitos para votar. Analfabetas, por exemplo, não podiam exercer esse direito, em uma época em que a mulher pouco estudava. Além disso, o voto só era obrigatório para homens. Para Maria Claudia, a democracia brasileira está em construção. Ela citou o ranking de participação feminina na política, feito pela Organização das Nações Unidas (ONU), do qual fazem parte 192 países. O Brasil aparece em 142º lugar, atrás da Arábia Saudita. Na América Latina, o Brasil só está à frente do Haiti. “Há alguma coisa muito errada que precisa ser mudada”, ponderou, acrescentando que 15% das deputadas e senadoras são mulheres e que atualmente há apenas uma governadora no país.

Maria Claudia é mestre em Direito de Estado pela Universidade de São Paulo (USP), especialista em direitos fundamentais pela Universidade de Coimbra e fundadora da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep). Ela também atua como professora de pós-graduação em Direito Constitucional e em Direito Eleitoral.

Megasoft

A Megasoft atua há 29 anos na área de tecnologia para gestão pública, principalmente para prefeituras e câmaras municipais. Foi pioneira em Goiás, mas atua também nos estados de Tocantins, Mato Grosso do Sul e Maranhão

O reconhecimento dos produtos Megasoft, nas áreas de tecnologia e serviços, vai além dos próprios clientes. Órgãos auditores como Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO) e Tribunal de Contas do Estado do Tocantins (TCE-TO) reconhecem a Megasoft como sendo um dos melhores sistemas de seus estados, dada a qualidade e coesão dos dados enviados e clareza dos relatórios gerados pelos sistemas.

Além do desafio da permanente inovação tecnológica, a Megasoft assume para si desafios de interesse público tais como discutir a participação da mulher nos espaços de poder. É por isso que vem debatendo essa pauta em várias iniciativas, entre elas a série de lives "Participação feminina na gestão pública", realizada em 2021 como preâmbulo da celebração dos 90 anos da conquista do voto feminino no Brasil.

Fonte: G1

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