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Especialistas esperam alta de 7% na safra 2022/2023 da cana no Centro-Sul, mas temem efeitos do clima

Por Redação em 12/03/2022 às 07:16:28
Usina de cana-de-açúcar na região de Ribeirão Preto (SP)

Usina de cana-de-açúcar na região de Ribeirão Preto (SP)

Chuvas de março e abril podem comprometer previsão de moagem de 562 milhões de toneladas, aponta Datagro. Com quebra histórica, fechamento da atual safra deve ficar 10,4% abaixo do projetado há um ano.


Preocupados com influências negativas do clima, especialistas do setor sucroenergético projetam, com cautela, uma alta de 7,04% na safra da cana-de-açúcar 2022/2023 no Centro-Sul do país, que concentra mais de 90% da produção da matéria-prima em território nacional.

As previsões iniciais, divulgadas esta semana em Ribeirão Preto (SP) no painel "Abertura de Safra", promovido pela consultoria agrícola Datagro, indicam uma moagem total de 562 milhões de toneladas.

Isso representa 37 milhões a mais com relação ao atual ciclo, que, em meio a uma quebra histórica causada por geadas e incêndios, já foi caracterizado por baixas e deve chegar a 525 milhões de toneladas - 10,4% abaixo do projetado um ano antes. O resultado obtido até março está na casa de 521 milhões de toneladas.

Além de ser inferior ao que foi realizado em 2020/2021, quando foram moídos 605,4 milhões de toneladas, a nova projeção pode ser ainda menor se for afetada pelo regime irregular de chuvas esperado para março e abril. É que os especialistas chamam de viés de baixa.

"Março e abril serão meses muito importantes para o canavial. Se o clima for regular, isso tende a permanecer, quem sabe até melhorar, mas acredito que não. Como em março não está chovendo muito bem até o momento, e abril ficou abaixo da média histórica, se não chover bem em março e abril tende a ser revisado para baixo o número", afirma Alberto Gomes, engenheiro agrônomo da Datagro.

Soma-se a isso a preocupação com relação à infestação de pragas, falhas de brotação, além da falta de chuvas que podem prejudicar o desenvolvimento das plantas, competitividade com outras culturas e maior intenção de reforma das lavouras.

"Não é uma situação fácil e se soma a isso a realidade que a gente está sofrendo, com 15, 30 dias por falta de precipitação em um momento crítico de desenvolvimento do canavial", diz Plinio Nastari, presidente da Datagro.

Etanol e açúcar

A Datagro projeta elevações consideradas "modestas" na produção de açúcar e etanol para a safra 2022/2023, com um mix parecido com o da atual safra - 55,3% da matéria-prima destinada ao combustível e 44,7% para o adoçante.

Ainda predominante, a produção de etanol esperada é de 29,8 bilhões de litros, um aumento de 7,5% proporcionado, em parte, pela elevação na participação do combustível derivado do milho - que de 3,4 bilhões passará a contabilizar 4,6 bilhões de litros.

Já o crescimento da produção de açúcar foi projetado em 2,8%, com um total de 33 milhões de toneladas.

Esse cenário de números pouco expressivos é influenciado por uma elevação de apenas 3% na área de plantio no Centro-Sul e por uma queda no rendimento industrial da cana: para cada tonelada de matéria-prima colhida, o esperado é de 138 quilos de açúcares totais recuperáveis, 3,4% a menos do que no ciclo 2021/2022.


Cana-de-açúcar cultivada na região de Ribeirão Preto — Foto: Érico Andrade/G1
Cana-de-açúcar cultivada na região de Ribeirão Preto


Norte-Nordeste

Para a região Norte-Nordeste, a moagem prevista é de 53 milhões de toneladas, com elevação de 0,94% na comparação com as projeções de encerramento da atual safra.

Com 53,9% do mix de produção, o etanol deve chegar a um volume de 2,2 milhões de litros, com elevação de 4,7%. Já o açúcar, com 46,1% da matéria-prima destinada, deve chegar a 3,1 bilhões de toneladas, em alta de 3%.


Fonte: G1

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