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'Parecia um gato', diz policial que em vídeo aparece brincando com onça-pintada resgatada de fazenda em MT

Por Redação em 07/02/2022 às 16:42:17
Animal silvestre vai passar por exames e depois por um processo de retorno à vida selvagem. Policial conta que ela deitava no sofá e cama dos moradores. Onça-pintada domesticada recebe carinho de policial em janela de casa

O cabo da Polícia Militar Ambiental Daniel Silva Mendes, um dos participantes da operação de resgate a um filhote de onça-pintada em uma fazenda localizada no município de Cáceres, a 220 km de Cuiabá, diz que ficou impressionado com a situação, numa mistura de medo, contentamento e admiração.

O resgate aconteceu na última quinta-feira (3). A onça-pintada domesticada ganhou o nome de Marruá, dado em homenagem à personagem Juma Marruá, da novela Pantanal.

Onça-pintada caminha solta ao lado de policial em fazenda de MT

O policial do Batalhão Ambiental disse que, quando chegou na fazenda, foi informado que o animal estava no curral. A princípio, ele disse que sentiu medo e um dos funcionários pediu para que ele a deixasse sentir o cheiro dele.

"Ela veio calmamente na nossa direção e me cheirou. Depois disso, virou um gato, passando na perna, passando embaixo da perna, igualzinho um gato", disse Silva Mendes.

Onça vivia solta junto com trabalhadores de fazenda em MT

Divulgação

O policial disse que a equipe que atuou na operação brincou com o animal e que em nenhum momento ela se estressou. "As brincadeiras machucam, ela é brincalhona, mas quer pular e morder", contou.

Onça-pintada é domesticada por funcionários de fazenda após perder a mãe em queimadas no Pantanal de MT

Segundo ele, a onça era muito bem tratada pelos moradores da fazenda e que não tinha nenhuma lesão. Ele informou que a onça vai passar por exames e iniciar um tratamento para a reinserção no mundo silvestre.

"Foi fantástico, uma experiência que eu jamais pude imaginar", resumiu.

O policial contou que durante o resgate foi até a janela e chamou o animal. Para sua surpresa, a onça veio e com a cabeça abriu a janela da casa. "Parecia um cachorro, você passa a mão nela e a onça quer brincar. Nunca pensei que poderia fazer isso com uma onça-pintada", disse.

Marruá

Onça resgatada será reinserida ao habitat natural

Divulgação

Os policiais acreditam que a onça tenha ficado órfã durante as queimadas no Pantanal em 2020. O filhote apareceu na fazenda e os trabalhadores do local passaram a cuidar do animal.

O tempo foi passando e o animal crescendo. Nos últimos meses, deixava a fazenda para caçar no mato e voltava dois ou três dias depois. "Ela passou a comer bezerro da fazenda e o pessoal ficou preocupado, porque por mais que ela seja domesticada, ainda é um animal selvagem. Ficaram com medo dela atacar uma pessoa", contou o policial.

Com isso, as pessoas da própria fazenda entraram em contato com o Batalhão Ambiental pedindo o resgate do animal.

O animal foi resgatado por instituições de preservação ligadas à preservação da fauna.

Perda do habitat

Além de "Marruá", estima-se que cerca de 4,65 bilhões de animais foram afetados com as queimadas no Pantanal em 2020.

O artigo intitulado de "Pantanal está pegando fogo e só uma agenda sustentável pode salvar a maior área úmida do mundo” mostra que dentre as espécies de animais mais afetadas com as queimadas estão: as onças-pintadas, a águia-solitária-coroada, o tamanduá-bandeira, o cervo-do-pantanal e a arara-azul.

Onça-pintada que teve as patas queimadas foi resgatada no Pantanal de Mato Grosso no dia 11 de setembro de 2020

Ailton Lara

À época, 85% do Parque Estadual Encontro das Águas, localizado na região de Porto Jofre, em Poconé (MT), que abriga maior refúgio de onças-pintadas no mundo foi destruído pelos incêndios.

Entre 1º de janeiro e 30 de novembro de 2020, as queimadas atingiram 4,5 milhões de hectares, em 21 municípios que compõem o Pantanal, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, conforme relatório técnico elaborado pelos setores de geoprocessamento do Ministério Público.

Segundo monitoramento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 2020 foi o que teve mais registros de fogo no Pantanal desde o fim da década de 1990.

Fonte: G1/MT

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