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Empresários suspeitos de fraude na Saúde deram 2 coberturas em Miami para Paulo Melo, diz MPF

Por Redação em 15/05/2020 às 03:55:29

Procuradores dizem que Mário Peixoto e Arthur Soares repassaram imóveis a pessoas ligadas ao ex-presidente da Alerj. Suspeitam é de propina para que suas empresas se mantivessem como contratadas do governo. Coberturas em nome de filho de Paulo Melo fica em prédio em Miami, nos Estados Unidos

Reprodução

Investigadores da Lava Jato no Rio afirmam que os empresários Mário Peixoto e Arthur Soares "presentearam", em julho de 2016, o ex-presidente da Assembleia Legislativa (Alerj) Paulo Melo com duas coberturas em um mesmo prédio, em Miami, nos Estados Unidos.

A informação consta na investigação da Operação Favorito, deflagrada nesta quinta-feira (14), e que levou à prisão Peixoto e Melo – Arthur Soares, conhecido como "Rei Arthur" entre os empresários de transportes no Rio já era foragido por outro mandado de prisão.

O G1 obteve as fotos das coberturas. Os investigadores suspeitam que os apartamentos representam o pagamento de vantagens indevidas de Mário Peixoto para Paulo Melo como uma "forma de garantir sua hegemonia nos contratos de gestão da organização social IDR", que possuía contratos com o governo estadual.

Uma das coberturas em nome de filho de Paulo Melo, em Miami, nos Estados Unidos

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De acordo com as investigações, Mário Peixoto é dono da offshore MCK Holdings, nas Ilhas Virgens Britânicas.

A offshore tem duas empresas na Flórida em que o procurador é o vereador Eduardo Veiga (PSB) de Saquarema, na Região dos Lagos, e integrante da base eleitoral de Paulo Melo, segundo o Ministério Público Federal.

Essas empresas com sede nos Estados Unidos compraram as duas coberturas em 2016. O dinheiro utilizado na transação é da offshore. Um dos apartamentos custou US$ 1 milhão.

Os investigadores da PF e do MPF descobriram que a MCK é a mesma offshore que Arthur Soares retirou dinheiro para pagar propina ao ex-governador Sérgio Cabral e para comprar votos para a escolha do Rio para sediar as Olimpíadas de 2016.

Mário Peixoto era empresário influente no governo de Sérgio Cabral

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Arthur Soares, conhecido como Rei Arthur, durante caminhada em Miami, nos Estados Unidos. Ele levava uma vida de luxo na cidade

Reprodução/ Fantástico

Entre fevereiro e julho daquele ano, Paulo Melo, seu filho Iury, o vereador Eduardo Veiga e Mário Peixoto estiveram juntos em Miami. Chamou a atençãodos investigadores que, em julho, o quarteto viajou junto no dia 5 em um mesmo voo. Todos retornaram em datas diferentes, entre os dias 10 e 18 de julho.

Para os procuradores, eles foram ajustar a aquisição dos imóveis, o que aconteceu em julho daquele ano.

Em outubro de 2017, pouco mais de um ano depois, a operação Unfair Play trouxe a público irregularidades praticadas pelo empresário Arthur Soares e decretou a sua prisão. Naquele mês, o filho de Paulo Melo, Iury, assume o pagamento das prestações das coberturas sem que, segundo os procuradores, tivesse amparo documental para isso.

No mês seguinte, em novembro, Paulo Melo foi preso pela primeira vez, na Operação Cadeia Velha.

Cobertura de filho de Paulo Melo em Miami

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Nem assim, Mário Peixoto e Arthur Soares ficaram inibidos pelas investigações, segundo o MPF:

"Vale frisar que todas essas operações financeiras e empresariais continuaram a ser realizadas entre Mário Peixoto e Arthur Soares mesmo após a expedição de ordens de prisão preventiva por esse Juízo contra este último empresário, tornada pública com a deflagração da "Operação Unfair Play", em 05 de outubro de 2017."

Com Arthur Soares foragido, a troca de emails entre Mário Peixoto e o "Rei Arthur" se manteve sem interrupções, pelo menos, até 2019. Algumas mensagens tratam de empréstimos entre a offshore e a empresa nos Estados Unidos.

O deputado Paulo Melo se entrega na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro (RJ), nesta quinta-feira (16)

JOSE LUCENA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Os investigadores suspeitam que esse pagamento de vantagens indevidas de Mário Peixoto para Paulo Melo foi uma "forma de garantir sua hegemonia nos contratos de gestão da organização social IDR", que possuía contratos com o governo estadual.

"Essas circunstâncias revelam o absoluto desprezo pela ordem pública e pela aplicação da lei penal por parte dos representados, evidenciando o fundado receio de que Mário Peixoto e Vinícius Peixoto, caso permaneçam em liberdade, continuem a delinquir, ocultando bens no exterior e abastecendo financeiramente a organização criminosa investigada"

Apartamento de filho de Paulo Melo em Miami

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O que dizem os citados

Em nota, a defesa de Paulo Melo disse:

"A prisão do ex deputado Paulo Melo mostra-se absolutamente descabida e atemporal, uma vez que o inquérito policial que apura possíveis condutas criminosas de Mário Peixoto e supostas compras super faturadas para montagem de hospital de campanha, em absolutamente nada tem a ver com o ex deputado Paulo Melo que encontra-se preso desde novembro de 2017 tendo por questões da pandemia e por ser idoso e hipertenso sido impedido de voltar ao cárcere desde 20 de março de 2020.

A fundamentação da decisão que decretou a prisão menciona a amizade do ex deputado com Mário Peixoto, o que jamais foi negado pelo mesmo, sem que, contudo, tenham mantido qualquer contato nesses dois anos e seis meses em que Paulo Melo esteve preso.

Imperioso destacar que durante os 4 anos em que o ex deputado Paulo Melo fora presidente da Alerj e um ano como secretário de governo jamais realizou contratação das empresas do Sr. Mário Peixoto."

Fonte: G1

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