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Número de doações cai enquanto mais pessoas precisam de auxílio

Por Redação em 14/01/2022 às 23:31:19
Famílias brasileiras estão desamparadas com a queda no número de doações

Famílias brasileiras estão desamparadas com a queda no número de doações

O prolongamento da crise econômica tem piorado a situação, e já não é raro encontrar pessoas que antigamente doavam, e agora precisam receber doações.

O Natal passou, o calendário virou e muitas pessoas que se mobilizaram em ações solidárias no fim de 2021 pararam de fazer doações. O resultado disso é o desamparo de famílias brasileiras que dependem dessa ajuda para viver.

A fome segue caminho tortuosos. A empregada doméstica Selma Susy Gonçalves sofreu um acidente e não tem como trabalhar. Recebe o benefício do INSS, mas o pouco dinheiro que entra não é suficiente para abastecer os armários ou a geladeira, que nem prateleira tem mais.

"Eu estou vivendo de doação. Comunidade, meus vizinhos, as pessoas estão me ajudando, mas está meio complicado", conta.

No prato dos filhos da Maria Fernanda Morais Prado, a mistura é a salsicha: "Meu maior medo é meu filho pedir o que comer e não ter", desabafa a desempregada.

Faz 20 dias que a Associação X na comunidade no bairro Cidade Dutra, em São Paulo (SP), não recebe doações.

"Só hoje (sexta-feira,14), na parte da manhã, nós recebemos 10 pessoas atrás de alimento, e corta o coração da gente, que é líder comunitário, falar: "Não"", afirma o líder comunitário Xis Oliveira.

A queda na doação de cesta básica para as comunidades carentes no país se agravou no início de janeiro de 2022. Por ser um mês de férias, as doações geralmente caem nesse período. Mas o prolongamento da crise econômica tem piorado essa situação, e já não é raro encontrar pessoas que antigamente doavam, e agora precisam receber doações.

É o caso da cabeleireira Ruth Bastos Leite, que já ajudou muita gente, que nesta sexta, está na fila para receber cesta básica.

"Tem dia que a gente não tem o café para a gente tomar, sabe o que é isso?", revela, com lágrimas nos olhos.

Pular uma refeição também já se tornou hábito na casa de Antônia Aparecida Xavier, que está desempregada: "É duro você ver a sua filha: "Mãe, me dá um dinheiro para comprar um pão, alguma coisa para nós comermos", e a gente não ter esse dinheiro", lamenta a desempregada.

Em 2021, as doações chegavam toda semana na Central Única das Favelas, na Brasilândia. Agora, só uma vez por mês.

"A gente tem que fazer uma outra triagem que é selecionar aquela pessoa que está precisando, mas a que está mais precisando ainda", ressalta Guto Silva, liderança da Cufa/Brasilândia.

O problema se repete no Rio de Janeiro. O presidente da Voz das Comunidades, Rene Silva, conta que as doações caíram 60% nas últimas três semanas.

"É importante que a gente possa falar sobre a necessidade de mobilizar as empresas, de mobilizar o poder público, as instituições grandes para que essas instituições possam suprir essas necessidades do brasileiro", reforça.

Opinião que é compartilhada por Paula Fabiani. Ela é presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, o Idis, que presta consultoria para famílias, empresas e organizações que queiram contribuir de alguma forma com causas sociais.

"Acho que é necessário que a sociedade tenha mais campanhas de engajamento das empresas, e o próprio governo tenha políticas públicas para promover e cobrar essa participação social das grandes corporações e também das médias e pequenas", diz.

Fonte: G1

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