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Hopi Hari em fatos: sucesso, morte em brinquedo, disputa judicial e susto em montanha-russa marcam trajetória

Por Redação em 13/12/2021 às 18:15:37
Trava solta durante volta da atração Montezum é mais um capítulo da história do parque de diversões de Vinhedo (SP), inaugurado em 1999 e que foi do apogeu ao caos financeiro, e que desde 2016 convive com recuperação judicial. Vídeo mostra trava de montanha-russa na mão de visitante do Hopi Hari

O vídeo que mostra uma trava solta durante volta da montanha-russa Montezum (veja acima) marca mais um capítulo da história do parque temático Hopi Hari, em Vinhedo (SP). Inaugurado em 1999, o local atingiu o ápice entre 2010 e 2011, quando registrou recordes de público e faturamento, mas, desde então, acumula episódios negativos: da morte de uma adolescente no brinquedo elevador ("La Tour Eiffel"), em 2012, ao acúmulo de dívidas e disputas judiciais pelo controle e recuperação do empreendimento.

Fatos marcantes da história do parque

1999: Inauguração do Hopi Hari

2007: Adolescente passa mal em brinquedo e morre

2008: Esquiador norte-americano fica paraplégico após acidente

2009: Com dívidas, parque é comprado por consultoria

2010: Hopi Hari registra ano com maior número de visitantes

2011: Ano de maior faturamento do empreendimento

2012: A adolescente Gabriela Nichimura morre ao cair do brinquedo "La Tour Eiffel"

2014: Arrastão termina com 6 feridos após visita de MC's

2016: Justiça aceita pedido de recuperação judicial

2017: Parque suspende atividades para reestruturação

2017: Hopi Hari tem o registro suspenso pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

2017: Parque reabre ao público em agosto

2017: Hopi Hari chega a ter fornecimento de energia elétrica suspenso por inadimplência

2018: Juiz vê 'abuso' e manda Hopi Hari liberar entrada de consumidores com alimentos e bebidas

2018: Maior credor, BNDES contesta plano de recuperação do parque

2019: Hopi Hari fecha para o público após protesto de funcionários após troca de direção

2019: Aditivo ao plano de recuperação judicial inclui maiores credores

2020: Polícia analisa imagens para tentar identificar suspeitos por agressões contra mulheres no Hopi Hari

2020: Hopi Hari registra alta de 32% nos visitantes, mas saldo negativo de R$ 6 milhões

2021: Hopi Hari adia reabertura da torre de queda livre para 2022 e aponta atraso devido à pandemia

2021: Grupo com Beto Carrero World e Playcenter faz proposta para comprar Hopi Hari

Localizado na Rodovia dos Bandeirantes (SP-348) – uma das principais ligações entre a capital e interior do estado –, o Hopi Hari tem uma dívida estimada na faixa de R$ 500 milhões e a maior parcela é devida ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).

O pedido de recuperação do empreendimento foi feito em agosto de 2016, para evitar a falência, e depois de meses fechado por conta da crise financeira, reabriu em 2017.

Um plano de recuperação chegou a ser aprovado em abril de 2019, mas depois foi contestado pela Justiça porque os maiores credores foram deixados de fora do acordo.

Em novembro de 2021, um grupo de investidores ligados ao Beto Carrero World, Playcenter, Wet'n Wild e outras empresas chegou a fazer uma proposta de compra do parque. Na ocasião, a atual administração anunciou um acordo com um banco que oferece investimentos diretos e administrados por investidores na América do Norte, América Latina e Caribe. Qualquer desses cenários precisa ser analisado e aprovado em assembleia dos credores, que foi suspensa. A Justiça ainda não determinou nova data.

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Visitante mostra trava solta na montanha-russa do Hopi Hari, em Vinhedo

Reprodução/ Redes sociais

O que deu errado?

Com estudo de viabilidade feito por uma empresa norte-americana, o parque foi construído e teve as operações implementadas pela companhia GP Investimentos , por meio da equipe Playcenter SA – principal acionista da Hopi Hari S/A à época da fundação.

Presidente nos primeiros três anos de atividades, Marcelo Lopes Cardoso contou ao g1, em 2017, que o plano de negócios foi elaborado em 1995, e a projeção era de que o parque de diversões recebesse média de 2,4 milhões de visitantes por ano, e cada um deles representasse média de US$ 32 em gastos na visita.

"À época da elaboração, era pós Plano Real e havia um fenômeno de enriquecimento da população. Ao mesmo tempo, nos Estados Unidos, estava tendo um boom de investimentos em parques de diversão, TV a cabo, por exemplo", explicou o ex-presidente, um dos responsáveis pela construção, ao comentar que a inauguração atrasou por causa de um problema na licença ambiental.

Desvalorização da moeda faz dívida explodir

Em 1999, com a desvalorização do real em relação ao dólar – o Banco Central passa a operar em regime de câmbio flutuante –, o parque tem valor da dívida multiplicado e inicia as operações sob pressão para gerar caixa e, ao mesmo tempo, manter a qualidade e planejar investimentos.

"Cresceu exponencialmente, era quase R$ 500 milhões naquele ano. Ou seja, se sabia desde o início que o projeto financeiro foi mal desenhado e sempre se tentou conseguir as soluções", avaliou o empresário.

Funcionários do Hopi hari fazem protesto na entrada do parque.

Jonatan Morel/EPTV

Do maior faturamento a tragédia

Em 2009, quando a GP vendeu o controle do Hopi Hari para uma consultoria especializada em reestruturação de empresas, a dívida variava entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões, total que representava sete vezes o faturamento anual do parque.

O ano de maior faturamento do parque ocorreu em 2011, quando a dívida líquida declarada foi de R$ 123,7 milhões.

No entanto, a média de visitantes foi reduzida expressivamente após o acidente em 2012 que causou a morte de Gabriela Nichimura, adolescente que morava no Japão e passava férias no Brasil.

Doze pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público à Justiça pelo crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

Peritos no local do acidente que matou adolescente no parque Hopi Hari, em Vinhedo

Reprodução EPTV

A volta da torre

O parque projeta a reabertura da torre, antes conhecida como La Tour Eiffel, com o nome de "Le Voyage" - a decisão de reabri-la ocorreu após uma pesquisa com o público.

O processo, entretanto, acabou adiado por conta da pandemia. A expectativa da atual administração é reabrir a torre no segundo semestre de 2022.

O elevador tem 69,5 metros de altura, equivalente a um prédio de 23 andares. A queda livre chega a uma velocidade de 94 km/h. A atração segue interditada desde o acidente fatal, em 2012.

Torre de queda livre no Hopi Hari, desativada desde 2012

Patrícia Teixeira/g1

Montanha-russa

A montanha-russa Montezum, uma das principais atrações do Hopi Hari, teve o funcionamento suspenso no último sábado (11) após uma das travas se soltar. Nesta segunda-feira (13), a administração confirmou que houve parada técnica devido ao ocorrido. Ninguém se feriu.

Imagens que viralizaram nas redes sociais mostram o brinquedo no meio do percurso e um dos visitantes exibindo no alto a peça que se soltou, enquanto outros frequentadores fazem um sinal de "X" usando os braços.

Em nota oficial, o Hopi Hari disse que o carrinho da montanha-russa estava no início do seu percurso quando o problema foi identificado. A altura máxima do brinquedo é de 44 metros. A trava que se soltou é a que fica no colo dos visitantes, prendendo a região da perna e o abdômen.

"Logo após o início do ciclo, ainda no princípio da primeira subida da atração, o visitante sinalizou a necessidade de parada, fazendo o sinal de "X" com os braços acima da cabeça (protocolo utilizado em todas as atrações do parque, quando um visitante, por alguma razão, solicita a parada do brinquedo), imediatamente, a equipe responsável pela operação suspendeu o ciclo, e iniciou a análise da ocorrência", diz o texto.

A parada técnica ocorreu às 17h40 com o desembarque de todos os visitantes que estavam nos carrinhos. Funcionários com equipamentos de segurança retiraram as pessoas da montanha-russa, que foram conduzidas pelos trilhos.

Descida de visitantes na montanha-russa do Hopi Hari, em Vinhedo, após parada técnica

Reprodução/Redes sociais

A atração passou por uma inspeção nos assentos e não reabriu mais no sábado. O funcionamento foi retomado no domingo (12). A peça foi substituída por uma nova, segundo o presidente do parque.

"O Hopi Hari ressalta que mantém as inspeções diárias na atração – antes da liberação aos visitantes – e, durante toda a operação, os atendentes realizam a dupla checagem das travas e cintos de segurança, antes da liberação do ciclo operacional. E, ainda, inspeções semanais, mensais, anuais e auditoria independente externa, que fazem parte do protocolo de manutenção preventiva das atrações do Parque", completou o centro de entretenimento.

No caso da montanha-russa Montezum, além da trava, o brinquedo possui o cinto de segurança e os assentos têm "geometria e divisória lateral para auxiliar na contenção do visitante em sua posição", explicou o parque.

"Sobre a peça em questão, o Hopi Hari destaca que utiliza peças originais, segue os manuais e orientações do fabricante da atração e dividirá com ele essa ocorrência, em busca de melhorias no processo. Sendo assim, o Parque reitera seu compromisso de agir com transparência e responsabilidade e levar a melhor experiência ao seu público", completou na nota.

O parque ressaltou que investe em capacitação da equipe para monitoramento dos ciclos da atração e atendimento rápido.

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Fonte: G1

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