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Campos Neto: saída para bancar Auxílio Brasil cobrou preço 'muito grande' em termos de credibilidade

Por Redação em 30/11/2021 às 13:34:01
Presidente do BC deu declaração em evento da Febraban. Governo aposta na PEC dos Precatórios para bancar auxílio; texto limita pagamento de dívidas e muda cálculo do teto de gastos. Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central

Reuters

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (30) que a saída encontrada pelo governo federal para bancar o Auxílio Brasil cobrou um preço "muito grande" em termos de credibilidade.

Campos Neto deu a declaração ao participar de um evento da Federação Brasileira dos Bancos (Febrabran).

O governo aposta na aprovação da PEC dos Precatórios para bancar o Auxílio Brasil. O texto limita o pagamento anual das dívidas da União e muda o período de inflação para o cálculo do teto de gastos. A estimativa da área econômica é que, se aprovado, o texto pode abrir espaço superior a R$ 106 bilhões no orçamento.

"O que foi feito pra promover essa continuação do programa de auxílio, nós pagamos um preço em termos de credibilidade muito grande para um desvio fiscal que eu não acho que é tão grande. Mas existe uma percepção que a forma que foi feita abalou o arcabouço fiscal que existia", declarou Campos Neto.

A PEC dos Precatórios já foi aprovada pela Câmara dos Deputados e está em análise no Senado. Segundo o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a expectativa é votar a proposta ainda nesta semana.

Cálculo da Instituição Fiscal Independente (IFI) mostra que, se aprovada, a PEC dos Precatórios pode gerar uma "bola de neve" de R$ 850 bilhões em precatórios não pagos até 2026.

Raio-X da Política: senadores discutem impasses da PEC dos precatórios

Percepções sobre a economia

Ao comentar nesta terça as percepções pessimistas dos agentes econômicos para o desempenho da economia brasileira em 2022, Campos Neto afirmou que a maior dúvida é sobre a capacidade do Brasil de crescer "estruturalmente", na casa dos 2,5% e com juros em patamar de 6% a 7%.

"O que começou a entrar nesse prêmio de risco é essa dúvida sobre nossa capacidade de crescer estruturalmente", afirmou.

O presidente do Banco Central disse ainda que os dois elementos que contribuem para o crescimento estrutural da economia brasileira são a continuidade da agenda de reformas e a credibilidade fiscal.

"Fica aqui a mensagem de que a gente está nesse processo de normalização de juros global, onde você tem retirada de liquidez do mundo emergente e, ao mesmo tempo, temos nossos ruídos locais, desafios locais. Por isso, é tão importante avançar nessa agenda de reformas, de credibilidade", declarou Campos Neto.

"Nós não temos recurso para sair, para gerar crescimento com recursos públicos, precisamos de recursos privados. Então, precisa de credibilidade, precisamos ter uma união de política em torno de gerar eficiência e produtividade nos próximos anos", acrescentou.

Ômicron

Sobre a nova variante da Covid-19, Campos Neto avaliou que a ômicron está avançando em países onde o percentual de vacinação é baixo. Por isso, ele defendeu o avanço da imunização no mundo.

"Esse é um problema global e que nós temos que atacar o problema como sociedade de uma forma mais ampla, não é possível esquecer áreas. Temos que combater também essa discrepância entre alguns países em termos de capacidade de obtenção de vacinas", disse o presidente do BC.

Fonte: G1

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