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Bolsonaro recebe Major Curió, que comandou repressão à Guerrilha do Araguaia durante a ditadura

Por Redação em 04/05/2020 às 22:00:25

Coronel da reserva do Exército foi recebido no Palácio do Planalto. Ministério Público diz que Sebastião Curió praticou homicídios na ditadura e ocultou cadáveres. Presidente Jair Bolsonaro e Sebastião Curió, o Major Curió, durante encontro no Planalto

Reprodução/Facebook do senador Chico Rodrigues (DEM-RR)

O presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta segunda-feira (4) no Palácio do Planalto Sebastião Curió, o Major Curió, 81 anos, oficial do Exército que comandou a repressão à Guerrilha do Araguaia (PA).

O encontro aconteceu às 10h30 e não constava da agenda oficial do presidente, divulgada pela Secretaria de Comunicação Social. Por volta de 21h20, a assessoria de Bolsonaro atualizou a agenda e incluiu o encontro.

Major Curió, que passou para a reserva como coronel, foi denunciado pelo Ministério Público Federal por homicídio e ocultação de cadáveres durante o combate à guerrilha. Em 2009, ao jornal "O Estado de S. Paulo", Curió afirmou que o Exército executou 41 pessoas no Araguaia.

Em uma rede social, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) postou a foto do encontro, chamado por ele de "histórico". O parlamentar também escreveu que Major Curió é um "homem de honra" e "defensor dos garimpeiros" – ele foi intervertor, designado pelo regime militar, no garimpo de Serra Pelada, no Pará.

À TV Globo, Chico Rodrigues disse que não participou do encontro, que a foto foi feita por um funcionário dele e que não sabia das denúncias do MPF contra Curió.

Guerrilha do Araguaia

A Guerrilha do Araguaia foi um movimento contrário à ditadura militar, que atuou entre as décadas de 1960 e 1970.

O combate entre guerrilheiros e militares ocorreu no na divisa dos estados de Goiás, Pará e Maranhão, deixando mortos 67 opositores à ditadura.

Segundo o Ministério Público, Curió e os militares subordinados a ele chegaram a matar pessoas mesmo estando rendidas e sem apresentar resistência a eles.

"[Os crimes] foram comprovadamente cometidos no contexto de um ataque sistemático e generalizado contra a população civil brasileira, promovido com o objetivo de assegurar a manutenção do poder usurpado em 1964, por meio da violência", afirma o MPF.

Serra Pelada

Em maio de 1980, Major Curió foi designado pelo regime militar interventor em Serra Pelada (PA). Na ocasião, ele se tornou a única autoridade civil e militar da região.

Curió proibiu a entrada de mulheres, cachaça e armas na zona de trabalho. O revólver dele, como costumava dizer, era o que "cantava mais alto". Em 1982, Curió foi eleito indiretamente deputado federal pelo Pará.

Fonte: G1

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