Relator da CPI também deve pedir o indiciamento de trĂȘs filhos do presidente Jair Bolsonaro.
A TV Globo apurou que Renan Calheiros também deve pedir o indiciamento de trĂȘs filhos do presidente:o senador FlĂĄvio Bolsonaro por advocacia administrativa (quando um servidor se vale do cargo que ocupa para defender interesses privados), incitação ao crime e improbidade administrativa;o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro, por incitação ao crime.
Os ministros Marcelo Queiroga, Onyx Lorenzoni e Wagner RosĂĄrio também devem ser alvo de pedidos de indiciamento.
MinistrosO relator deve ainda indiciar trĂȘs ministros: Marcelo Queiroga (SaĂșde), por epidemia culposa, com resultado morte e prevaricação;Onyx Lorenzoni (Trabalho, ex-ministro da Casa Civil e da Cidadania), por genocĂdio de indĂgenas;Wagner RosĂĄrio (Controladoria-Geral da União) por prevaricação.
Os ex-ministros Eduardo Pazuello e Ernesto AraĂșjo devem ser alvo de pedidos de indiciamento feitos pela CPI da Covid.
Ex-ministros e funcionĂĄriosO ex-ministro da SaĂșde Eduardo Pazuello deve ser o segundo com maior nĂșmero de pedidos de indicamento — sete, só atrĂĄs do presidente Jair Bolsonaro:epidemia com resultado morte;incitação ao crime;emprego irregular de verbas pĂșblicas;prevaricação;comunicação falsa de crime;genocĂdio de indĂgenas;e crime contra a humanidade.Outro ex-ministro, Ernesto AraĂșjo (Relações Exteriores), deve ser indiciado por epidemia culposa com resultado em morte e por incitação ao crime.Também são responsabilizados funcionĂĄrios ou ex-funcionĂĄrios de alto escalão do governo, como Élcio Franco, Mayra Pinheiro, Roberto Ferreira Dias, Arthur Weintraub e FĂĄbio Wajngarten.
Seis deputados devem estar na lista de indiciados do relator da CPI da Covid, Renan Calheiros.
DeputadosSeis deputados devem estar na lista de indiciados de Renan Calheiros: o lĂder do governo na Câmara, Ricardo Barros, por advocacia administrativa e improbidade administrativa;Osmar Terra, por epidemia culposa com resultado morte e incitação ao crime; Carla Zambelli, Bia Kicis, Carlos Jordy e Hélio Lopes, por incitação ao crime.
Relatório final da CPI da Covid deve pedir o indiciamento de pessoas apontadas como integrantes do gabinete paralelo.
Gabinete paralelo e nĂșcleosNa lista, devem estar também pessoas apontadas como integrantes do gabinete paralelo, como os empresĂĄrios Luciano Hang e OtĂĄvio Fakhoury, por incitação ao crime, e Carlos Wizard, por epidemia culposa com resultado morte, além da médica Nise Yamaguchi e do virologista Paolo Zanotto, pelo mesmo crime.A TV Globo também apurou que o relatório vai demonstrar a existĂȘncia de uma organização com sete nĂșcleos articulados entre si para disseminar conteĂșdo falso (as chamadas fake news) para a população sobre o combate à pandemia. A CPI constatou que a estrutura oficial do governo foi usada para levar desinformação aos brasileiros.Parte das informações que devem ser utilizadas no relatório foram compartilhadas pelo Supremo Tribunal Federal a partir de investigações jĂĄ feitas pela PolĂcia Federal no inquérito das fake news.De acordo com a apuração da CPI, o comando vem do presidente da RepĂșblica, Jair Bolsonaro, e dos filhos, que criam e replicam fake news sobre os impactos da pandemia.O relatório deve dizer que o segundo nĂșcleo (formulador) e o terceiro nĂșcleo (execução e apoio às decisões) são formados por servidores do gabinete da PresidĂȘncia, incluindo o que ficou conhecido como gabinete do ódio. E o quarto nĂșcleo (polĂtico) seria formado por parlamentares, polĂticos e religiosos que dão suporte às decisões da organização.Os outros trĂȘs nĂșcleos estariam mais relacionados a pessoas de fora do governo: o nĂșcleo de produção das fake news e operação das redes sociais; o de disseminação das fake news; e o de financiamento desses conteĂșdos.Prevent SeniorO caso da operadora de plano de saĂșde Prevent Senior, que ganhou destaque ao final das investigações, deverĂĄ ter um capĂtulo à parte.Para a CPI, a operadora pressionava médicos a prescreverem remédios do chamado kit covid, comprovadamente ineficazes no combate à doença, como parte de um estudo sem o consentimento dos pacientes e em conjunto com o governo federal.A comissão também apurou indĂcios de que a Prevent ocultava mortes por Covid.No relatório, Renan Calheiros deve propor o indiciamento de oito médicos da Prevent e do diretor da empresa, Pedro Benedito Batista JĂșnior por perigo para a vida ou saĂșde de outrem, omissão de notificação de doença, falsidade ideológica e crime contra a humanidade.Se aprovado pela maioria dos senadores da CPI, na votação prevista para quarta-feira, o relatório serĂĄ enviado à Procuradoria-Geral da RepĂșblica, que terĂĄ a tarefa de conduzir as investigações sobre os indiciados com foro privilegiado, como o presidente Jair Bolsonaro, ministros e parlamentares federais.O relatório serĂĄ ainda enviado para a primeira instância do Ministério PĂșblico Federal e dos estados, que terão de levar à frente as apurações que envolvem os outros indiciados.Cópias das investigações serão encaminhadas para PolĂcia Federal e Receita Federal, além do Tribunal Penal Internacional, por causa das acusações de genocĂdio de indĂgenas e crimes contra a humanidade."O relatório de uma comissão parlamentar de inquérito equivale no processo penal a uma espécie do inquérito policial. Então, em havendo indĂcio ou em havendo provas é necessĂĄrio pedir o indiciamento dessas pessoas. Foi isso que nós fizemos", afirmou o senador Renan Calheiros."Foi um trabalho gigantesco, uma investigação que se deu à luz do dia, nós contamos com a aderĂȘncia muito grande na sociedade, com a participação dos meios de comunicação, não pretendĂamos investigar corrupção e logo nos deparamos com ela, e tivemos que aprofundar a investigação em todas as direções. Eu acho que foi sim um trabalho satisfatório, que precisa ter continuidade nas instâncias especĂficas para onde nós o mandaremos", complementou.O que dizem os citadosA assessoria do PalĂĄcio do Planalto não se manifestou sobre o assunto.FlĂĄvio Bolsonaro afirmou que as acusações contra ele e o governo não tĂȘm base jurĂdica e não fazem sentido.A Prevent Senior declarou que tem total interesse que investigações técnicas, sem contornos polĂticos, sejam realizadas por autoridades como o ministério pĂșblico; que houve um linchamento pĂșblico a partir de denĂșncias infundadas levadas à CPI, sem amplo direito à defesa e ao contraditório; que as acusações ocorreram em contexto extremamente politizado, em que tratamentos médicos foram previamente condenados por serem associados ao governo de Jair Bolsonaro; e que a empresa não tem vĂnculos nem com o presidente nem com partidos polĂticos.Carlos Jordy afirmou que a CPI cria narrativas contra Jair Bolsonaro.Luciano Hang declarou que a comissão é polĂtica e amparada em narrativas e não em fatos e que a "verdade irĂĄ prevalecer".Carla Zambelli acusou Renan Calheiros de antecipar o relatório e disse que vai denunciar o senador à Procuradoria-Geral da RepĂșblica.A defesa de Carlos Wizard afirmou que o empresĂĄrio não definiu polĂticas do governo e que, por isso, não pode ser responsabilizado por epidemia culposa.Nise Yamaguchi disse que vai se manifestar depois da leitura oficial do relatório.FĂĄbio Wajngarten e Roberto Dias não quiseram se manifestar. A TV Globo não conseguiu contato com Carlos Bolsonaro e Paulo Zanotto. Também procurou outras autoridades e ex-integrantes do governo que devem constar no relatório da CPI, mas não obteve resposta.
G1