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Mulheres são maioria entre professores de inglĂȘs na rede bĂĄsica

Por Redação em 23/09/2021 às 17:03:51

O Brasil tem 172.030 professores e professoras de lĂ­ngua inglesa na educação bĂĄsica. Do total, 80,34% são mulheres e 19,66% são homens. A média de idade dos docentes é de 41,2 anos. Cada profissional leciona, em média, para cerca de 300 estudantes. Entre os docentes, 16,70% não tĂȘm ensino superior completo.

Os dados fazem parte de uma pesquisa nacional inédita feita pelo Observatório para o Ensino da LĂ­ngua Inglesa, uma plataforma online promovida pelo governo britânico e desenvolvida pelo British Council. A intenção é incentivar debates, compartilhar experiĂȘncias, sistematizar e produzir conteĂșdo, na busca pelo fortalecimento do ensino e aprendizagem do idioma no Brasil.

As informações podem ser obtidas em uma sessão interativa do Observatório, que permite ao pĂșblico o acesso a dados especĂ­ficos de seus estados e municĂ­pios, e aos cruzamentos de informações para conhecer as realidades locais do ensino de lĂ­ngua inglesa.

As fontes do estudo são o Censo Escolar da Educação BĂĄsica 2020 e o Censo da Educação Superior 2019, que são os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais AnĂ­sio Teixeira (INEP). Os pesquisadores analisaram dados de perfil como gĂȘnero, raça e idade e de formação, carga de trabalho e regime de contratação.

Além dos resultados dos profissionais em atuação, para compreender o perfil de futuros profissionais foram avaliados os dados relativos à formação inicial de docentes de lĂ­ngua inglesa, a partir dos micro dados do Censo da Educação Superior 2019.

Para a diretora do Programa do governo britânico, Thaiane Rezende, é muito importante entender o perfil, as necessidades e potencialidades dos docentes que lecionam lĂ­ngua inglesa no Brasil, organizando evidĂȘncias empĂ­ricas, conforme entende o governo britânico, que trabalha na perspectiva de parceria respeitando os contextos e saberes de cada paĂ­s.

"Enxergamos as professoras e os professores como agentes de mudança capazes de provocar impacto positivo na aprendizagem de inglĂȘs nas escolas pĂșblicas brasileiras, por isso a produção de diagnósticos como este", afirmou a diretora.

A pesquisa é resultado do programa do governo britânico UK-Brazil Skills for Prosperity, iniciativa global que, de acordo com o British Council, "coloca a lĂ­ngua inglesa como habilidade chave para melhores condições de empregabilidade e avanço social". No Brasil, o projeto é conduzido por um consórcio de quatro organizações sem fins lucrativos e liderado pela Fundação Lemann, incluindo a Associação Nova Escola, Instituto ReĂșna e o British Council.

Cor e raça

A pesquisa revelou um significativo percentual de não declarados (27,84%) ao fazer referĂȘncia a cor ou raça. Na visão dos pesquisadores esse dado prejudica o entendimento do quadro, uma vez que os dados existentes, indicam maioria branca (38,89%), seguida dos que se declaram pardos (27,68%) e pretos (4,01%). IndĂ­genas (0.81%) e amarelos (0.76%) são minoria. A maior quantidade de docentes de cor branca estĂĄ nas redes, estadual (51,39%) e federal (48,53%). JĂĄ em menor proporção estão docentes negras e negros, principalmente, nas redes, municipal (39,35%) e privada (28,08%). A rede privada é a que tem o maior percentual de docentes de lĂ­ngua inglesa. Entre eles, não hĂĄ informação sobre cor ou raça em 33,60%.

Carga de trabalho

O estudo apontou ainda que, no Brasil, um docente de inglĂȘs leciona em média para 303 alunos e atende aproximadamente 12,66 turmas, das quais 5,73 são de inglĂȘs. A maior sobrecarga de trabalho é a da rede estadual, que em termos de médias tem 416,06 alunos por docente, com 14,46 turmas, sendo 7,44 turmas de inglĂȘs.

Outra caracterĂ­stica é que, de modo geral, esses docentes não ensinam exclusivamente inglĂȘs. Eles também trabalham com turmas de outras lĂ­nguas e/ou de outras matérias, em diferentes escolas e etapas de ensino e de redes, o que, no entendimento dos pesquisadores, "compromete a possibilidade de maior engajamento e dedicação a projetos polĂ­tico-pedagógicos nas escolas".

GĂȘnero

Os professores de inglĂȘs tĂȘm maior média de alunos (363,92) no total das turmas do que as professoras (289,20). Os docentes de InglĂȘs do sexo masculino são também os que tĂȘm maior média de turmas de InglĂȘs (6,73), de turmas de outras matérias que não sejam de lĂ­nguas (5,75), que ensinam em diferentes etapas (1,72), e lecionam em escolas diferentes (1,57) e em diferentes redes de ensino (1,16).

Ensino superior completo

Apenas 29,42% do total de turmas de lĂ­ngua inglesa, em todas as redes, tĂȘm com docentes com titulação adequada, ou seja, que tenham cursado licenciatura Ășnica (letras: inglĂȘs) ou dupla (letras: portuguĂȘs-inglĂȘs) ou que tenham cursado bacharelado nas duas ĂĄreas e tenham complementação pedagógica concluĂ­da em lĂ­ngua inglesa. "Isso significa que a maior parte das turmas parece contar com docentes com titulação inadequada (70,58 %) de acordo com os dados do Censo Escolar 2020", apontaram os pesquisadores, acrescentando que nenhum ente federativo tem um percentual de turmas de lĂ­ngua inglesa, tendo à frente docentes com titulação adequada próximo dos 100%.

Distrito Federal, EspĂ­rito Santo, Rio Grande do Sul e Sergipe registraram os maiores percentuais por volta dos 60%. Os estados com maiores percentuais de turmas em que os docentes tĂȘm graduação em letras, mas sem formação linguĂ­stica em inglĂȘs (grupo C), são CearĂĄ, GoiĂĄs, ParĂĄ, Pernambuco e Santa Catarina. O maior percentual nesse grupo é de São Paulo (87,09%).

Redes

A rede federal é a que apresentou os maiores percentuais de turmas de lĂ­ngua inglesa, conduzidas por docentes com titulação adequada (61,32%), seguida da rede estadual (30,64%), rede privada (28,70%) e rede municipal (27,88%). Os trĂȘs nĂ­veis (municipal, estadual e federal) da rede pĂșblica tĂȘm 718.495 turmas de lĂ­ngua inglesa, que prioritariamente, estão nos anos finais do ensino fundamental (48,88%) e no ensino médio (24,59%).

O conjunto de redes estaduais, que é o maior existente no paĂ­s, oferece um maior nĂșmero de turmas de lĂ­ngua inglesa no ensino médio (45,36%) e nos anos finais do ensino fundamental (41,60%).

O segundo conjunto mais numeroso no Brasil é o das redes municipais. A maior quantidade de turmas de lĂ­ngua inglesa fica no ensino fundamental, tanto nos anos finais (58,3%) quanto nos anos iniciais (30,03%). A menor rede federal do paĂ­s é a federal. A maior parte das turmas nessa rede é voltada para o ensino médio técnico integrado (74,76%).

A terceira mais representativa é a rede privada, cuja maior oferta de turmas de lĂ­ngua inglesa ocorre no ensino fundamental, tanto nos anos iniciais (53,35%) quanto nos anos finais (31,28%). Os percentuais de menor adequação, ou seja, de docentes sem ensino superior, estão na rede privada, com 17,69% das turmas sob responsabilidade de docentes sem ensino superior completo.

Podcast

Junto com a divulgação da pesquisa sobre o perfil das professoras e professores de inglĂȘs do paĂ­s, o Observatório para o Ensino da LĂ­ngua Inglesa lançou o seu primeiro podcast original. O conteĂșdo é direcionado aos docentes de lĂ­ngua inglesa, gestores e profissionais da educação.

"O objetivo é oferecer informações e discussões qualificadas sobre a docĂȘncia em lĂ­ngua inglesa, com entrevistas que contribuem para o entendimento do ouvinte a respeito do cenĂĄrio brasileiro de ensino e aprendizagem de inglĂȘs".

A primeira temporada dispõe seis episódios, onde podem ser ouvidas entrevistas com especialistas de diferentes regiões do Brasil, em temas atuais do setor como letramento racial crĂ­tico em sala de aula, importância da avaliação, inglĂȘs no século XXI. Os episódios serão lançados semanalmente, sempre às quintas-feiras, nas principais plataformas de ĂĄudio, e disponibilizados no Observatório.

British Council

O British Council é a organização internacional do Reino Unido para relações culturais e oportunidades educacionais. No ano passado, os conteĂșdos digitais, publicações e transmissões em rĂĄdio e T, alcançaram mais 791 milhões de pessoas no total.?

UK-Brazil Skills for Prosperity

O Programa de Cooperação entre Reino Unido e Brasil em Educação estĂĄ incluĂ­do na iniciativa do governo britânico presente em diferentes regiões do mundo. No Brasil, o programa tem as atenções voltadas às oportunidades para estudantes no acesso à educação de qualidade e ao Ensino da LĂ­ngua Inglesa (ou ELT, sigla correspondente à expressão English Language Teaching. "A ação busca apoiar o crescimento inclusivo e a redução da pobreza por meio de parcerias com os paĂ­ses em setores como ambiente regulatório, infraestrutura, energia, finanças, educação e saĂșde", completou o British Council.

Fonte: EBC

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