Rosevaldo Matias Motinho morreu no domingo, em Campo Grande. Ele chegou a ser socorrido na UPA Universitária, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O empresário Gabriel Gandi Zahran Georges, de 33 anos, autor do disparo acidental que provocou a morte de Rosevaldo Matias Motinho, de 46 anos, durante uma caçada em uma fazenda em Campo Grande, prestou depoimento nesta terça-feira (31), na 5ª Delegacia de Polícia Civil da capital.
A morte de Rosevaldo ocorreu no domingo (29). Ele chegou a ser socorrido após o disparo acidental e foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento Universitária, mas não resistiu e morreu. Gabriel responde em liberdade por homicídio culposo, que é quando não existe intenção de matar.
Flexibilizações do porte de arma x CACs
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021 aponta que aumentou em 43,3% o número de pessoas registradas como Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) junto ao Exército do Brasil, passando de 200.178, em 2019, para 286.901, em 2020.
Para o advogado e especialista em segurança pública, Edgar Paulo Marcon, os dados apresentam um fato, o de que está havendo uma procura maior após as flexibilizações dos decretos do governo federal relacionados ao porte e registro de arma no país. Entretanto, aponta que as regras, tanto técnicas, quando psicológicas, para se obter o registro nessa modalidade continuam tão rígidas quanto antes.
Em maio deste ano o Fórum Brasileiro de Segurança Pública se posicionou contra um dos decretos de flexibilização do porte de armas, argumentando que via com preocupação a facilitação ao acesso as armas de fogo e munições.
O coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, David Marques, chegou a afirmar “a cada 1% do incremento de armas em circulação há 2% de crimes”.
Nos últimos meses acidentes envolvendo mortes de caçadores com armas de fogo tem sido mais frequentes no país.
Em maio, um homem de 42 anos morreu na zona rural de Bom Jesus do Araguaia, a 850 quilômetros de Cuiabá, Mato Grosso, após ser atingido acidentalmente por um tiro durante uma caçada com um amigo.
Fabiano Alves Segurado foi atingido por um tiro de uma espingarda de pressão quando o amigo tentou acertar um porco.
O próprio suspeito levou Fabiano ao hospital, mas ele morreu no trajeto.
Ainda em maio e também em Mato Grosso, outra morte acidental envolvendo caçador. Um homem de 50 anos morreu após ser atingido por tiro disparado pela própria arma.
A suspeita é de que ele tenha perdido o equilíbrio de cima de um tablado onde estava e usado a arma para se sustentar, quando acabou ocorrendo o disparo. Amauri Araújo Ferreira ainda andou cerca de 15 metros e caiu morto.
O caso mais recente ocorreu em Campo Grande, neste domingo (29), com Rosevaldo.
