Conflito no Afeganistão alimenta temores na Europa de uma nova crise de refugiados. Em 2015, quase 1 milhão de pessoas fugindo de conflitos no Oriente Médio cruzaram a Turquia até chegar à Grécia, a grande porta de entrada para o continente. Grécia instala barreira para evitar chegada de refugiados afegãos ao país
O governo da Grécia instalou uma barreira para evitar que refugiados afegãos consigam entrar no país.
São 40 quilômetros de extensão e um sistema de vigilância automatizado. A cerca na fronteira com a Turquia começou a ser construída ano passado, mas as obras foram aceleradas para que ficassem prontas antes da possibilidade de chegada de refugiados do Afeganistão.
“A crise afegã está criando novos fatos na esfera geopolítica e não podemos esperar, passivamente, por um impacto”, afirmou o ministro da Cidadania grego.
O conflito no Afeganistão alimenta temores na Europa de uma repetição da crise de refugiados de 2015, quando quase 1 milhão de pessoas fugindo de conflitos no Oriente Médio cruzaram a Turquia até chegar à Grécia, a grande porta de entrada para o continente europeu.
O governo afirmou, então, que, dessa vez, pode mandar de volta qualquer afegão que chegue ilegalmente ao país.
A Turquia também está reforçando a fronteira com o Irã para impedir a entrada de afegãos que fogem do regime Talibã. Além do reforço de tropas e de torres de vigilância, um muro que está sendo construído na fronteira está quase concluído.
“Enquanto alguns países fazem de tudo para impedir a chegada de refugiados, outros se preparam para acolher essas pessoas, como a Alemanha, a Espanha e até mesmo Portugal. Neste sábado, mais cedo, a presidente da Comissão Europeia afirmou que vai propor um aumento de 57 milhões de euros em ajuda humanitária para o Afeganistão. Além disso, garantiu que o bloco está pronto para fornecer financiamento aos países da Europa que queiram receber refugiados.
Úrsula Von Der Leyen afirmou que a União Europeia não reconhece o Talibã e que o bloco não está mantendo qualquer negociação política com os militantes.
A líder da União Europeia visitou, neste sábado (21), em Madri, um centro de recepção para funcionários afegãos de instituições da União Europeia retirados de Cabul.
Segundo a Aliança Militar do Ocidente, até agora, cerca de 12 mil estrangeiros e afegãos que trabalharam para embaixadas e grupos de ajuda internacional já conseguiram deixar o Afeganistão.
A Otan reafirmou que esse processo continuará lento por causa dos riscos elevados em Cabul e que a organização quer evitar a todo custo um confronto com integrantes do Talibã.
