Empresa terceirizada que criou sistemas para o governo paquistanês alega que a Huawei criou brechas para coletar dados indevidamente. A companhia chinesa diz que não há evidências para as acusações. Huawei
Reuters/Yves Herman
A Huawei está sendo processada nos Estados Unidos sob a alegação de ter roubado segredos comerciais e coletado dados sensíveis do governo do Paquistão.
O processo foi aberto na última quarta-feira (11) pela Business Efficiency Solutions (BES), uma empresa desenvolvedora de software da Califórnia que prestou serviços à Huawei em 2016.
A fabricante chinesa terceirizou a criação de sistemas para forças de segurança do Paquistão. Ao todo, o acordo previa que a BES desenvolveria oito programas para agregar dados de agências de governo, monitorar redes sociais, controlar o acesso em prédios, entre outros.
A acusação alega que Huawei exigiu que os sistemas fossem transferidos à sua sede na China para a realização de testes. Depois de receber o conteúdo, a fabricante chinesa teria cancelado o acesso dos prestadores de serviços às suas instalações.
Na ação, a BES afirma que, após a medida, revogou a autorização para os testes, mas diz que a Huawei não devolveu, nem desinstalou os sistemas.
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A empresa aponta que a Huawei assumiu o controle de seus "valiosos segredos comerciais" e criou um "backdoor", isto é, um brecha criada propositalmente para "obter acesso, manipular e extrair dados sensíveis" do governo do Paquistão.
A BES também alega que foi forçada a instalar o sistema agregador de dados na sede da Huawei, o que daria acesso a informações de diferentes agências de governo do Paquistão. A prestadora de serviço alega que aceitou a imposição após receber uma ameaça de rescisão do acordo.
A Huawei afirmou ao "Global Times", do governo chinês, que respeita os direitos de propriedade intelectual. A empresa também disse que não há evidências de que tenha criado um "backdoor" em seus produtos.