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Primeira noite: Reconstituição da morte de João Alberto, em Porto Alegre, tem simulação a partir de depoimentos de testemunhas

Por Redação em 11/08/2021 às 01:08:58
Pessoas que testemunharam as agressões prestaram depoimentos à polícia e, depois, versões foram simuladas a partir das 23h30 desta terça (10), no pátio do Carrefour. Defesas sustentam que ações não causaram diretamente o óbito. Reprodução simulada dos fatos simulou ação na noite da morte de João Alberto, em Porto Alegre

Nathalia King/RBS TV

A primeira noite de reprodução simulada dos fatos sobre a morte de João Alberto Silveira Freitas, homem negro espancado e morto na véspera do Dia da Consciência Negra, em novembro do ano passado, simulou as versões apresentadas por oito das nove testemunhas do caso. Somente a viúva, Milena Alves Borges, não compareceu ao local, como confirmou a Secretaria de Segurança Pública (SSP-RS).

Eles prestaram depoimentos à Polícia Civil no começo da noite desta terça-feira (10) e, a partir das 23h30, foram reproduzidos no pátio da unidade do Carrefour, em Porto Alegre, onde o crime aconteceu.

Um comboio com mais de 15 carros chegou pela Avenida Grécia, que estava bloqueada pela EPTC e policiais da Brigada Militar. O local onde a simulação ocorreu estava bloqueado por uma lona azul.

"A reprodução simulada é um dos meios de prova de um fato criminoso. Durante a instrução do inquérito policial, não vi necessidade de fazer esta reprodução, por conta de tantas imagens que foram captadas sobre o fato. No entanto, a defesa quer mais esta prova e, portanto, será feita", observa a delegada Roberta Bertoldo, responsável pelo inquérito.

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A polícia indiciou seis pessoas que, mais tarde, foram denunciadas pelo Ministério Público por participação no homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Giovane Gaspar da Silva e Magno Braz Borges, os seguranças que agrediram João Alberto, seguem presos. O advogado David Leal, que representa Giovane, foi quem pediu a reconstituição.

"O que queremos agora é apenas esclarecer a verdade, nada mais do que isso. Sendo esclarecida, a gente está satisfeito. Por isso que, neste momento, alguns detalhes terão que ser analisados. Como, por exemplo, onde estava o joelho de um, a mão de outro. Esses fatos são extremamente relevantes à medida em que eles podem ou não ter causado a asfixia", afirma.

Além deles, respondem pelo crime Adriana Alves Dutra, funcionária que tenta impedir gravação e tinha, segundo a polícia, comando sobre os demais funcionários; Paulo Francisco da Silva, funcionário da empresa de segurança Vector que impediu acesso da esposa à vítima; e Kleiton Silva Santos e Rafael Rezende, funcionários do mercado que participam da imobilização de João Alberto.

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Entenda o que é a reprodução simulada dos fatos

De acordo com o Instituto-Geral de Perícias (IGP), a reprodução simulada dos fatos, conhecida como reconstituição, é uma das mais complexas perícias criminais realizadas pelo IGP.

"Ela é realizada pelo perito criminal a pedido da autoridade policial ou judiciária. O objetivo é verificar a viabilidade de os fatos terem ocorrido da forma como foram narrados pelos envolvidos", explica o órgão.

Neste caso, as ações no pátio do supermercado serão registradas pelo fotógrafo criminalístico do IGP, e o perito pode fazer perguntas às testemunhas para esclarecer cada ato.

"Após, o perito analisa as versões relatadas, verificando quais são factíveis, tendo como base elementos técnicos da análise pericial. No laudo, o perito também responde os quesitos técnicos que podem ter sido formulados pelo solicitante, pela defesa e pela acusação", observa o IGP.

O prazo para entrega do laudo é indeterminado, pois depende da quantidade e complexidade das versões apresentadas, dos elementos a serem analisados e dos quesitos a serem respondidos.

O Grupo Carrefour Brasil informou que não faz parte desta etapa do processo criminal, mas que "está dando todo o apoio necessário para que as autoridades policiais realizem a reconstituição". O estabelecimento foi fechado mais cedo para a utilização do espaço pelos agentes do IGP.

Na quinta-feira (12), durante a segunda parte da reprodução simulada dos fatos, os réus participam da simulação. A área será isolada pela Brigada Militar, e não será permitido o acesso da imprensa.

Os resultados serão divulgados na sexta-feira (13).

Nota do Carrefour

O Grupo Carrefour Brasil está dando todo o apoio necessário para que as autoridades policiais realizem a reconstituição. A empresa não faz parte deste processo criminal, que visa investigar individualmente os envolvidos na ação. O Grupo Carrefour Brasil segue comprometido com a luta antirracista que se materializa no maior investimento privado já feito para redução da desigualdade racial no Brasil. São valores que superam R$ 115 milhões e serão majoritariamente investidos em educação e geração de renda para a população negra.

Vídeos: Caso João Alberto

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Fonte: G1

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