Junior Mano (PL-CE) alegou não ter tempo hábil para emitir o parecer. Agora a comissão, que tem reunião prevista para às 18h desta sexta, deve definir um novo relator.
O deputado Júnior Mano (PL-CE) declinou na manhã desta sexta-feira (6) de assumir a relatoria do parecer contra o projeto que estabelece o voto impresso. O parlamentar afirmou que não esperava ser escolhido relator e que, por ter sido designado de última hora, não teria tempo hábil para preparar o material.
Caberá à presidência da comissão escolher um novo relator.
Júnior Mano havia sido indicado para a relatoria na noite de quinta-feira (5), após a comissão especial que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso rejeitar o texto, por 23 votos a 11.
Diante da rejeição, um novo parecer, contrário ao projeto, tem que ser aprovado.
Valdo Cruz: 'Até aliados de Bolsonaro acreditam em derrota do voto impresso no plenário'
A comissão tem uma sessão prevista para as 18h desta sexta, em que deve ser discutido um novo relatório.
Até o momento, não foi oficializado o nome do novo relator. Júnior Mano chegou a indicar que a deputada Dorinha Seabra (DEM-TO) poderia assumir a função. Ao G1, porém, Dorinha afirmou que não há esse compromisso e que ela inclusive já deixou a comissão especial. "Não é algo negociável", afirmou.
Lira
O presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), chegou a dizer na noite de quinta, após a rejeição do projeto do voto impresso, que o tema iria para o plenário da Câmara.
Isso é uma surpresa porque a expectativa era que, se o assunto fosse rejeitado na comissão, terminaria na própria comissão.
O lÃder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), afirmou ao G1 que "o parecer vencedor pode ir a plenário, mas depende de o presidente Arthur Lira pautar. A comissão tem caráter opinativo, não terminativo". "Mas acredito que ele não pautará o tema", completou.
Em meio à indefinição, o presidente da Câmara anunciou que fará um pronunciamento no fim desta tarde. O tema do discurso, no entanto, não foi informado.
Para valer nas eleições de 2022, qualquer mudança nas regras eleitorais tem de ser aprovada até outubro deste ano.
Bolsonaro
A impressão do voto é uma das bandeiras do presidente Jair Bolsonaro, que costuma lançar suspeitas de fraude em relação ao voto eletrônico — sem nunca ter apresentado provas de qualquer irregularidade.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nesta quarta-feira (4) a inclusão do presidente Jair Bolsonaro como investigado no inquérito que apura a divulgação de informações falsas.
A apuração levará em conta os ataques, sem provas, feitos pelo presidente às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral do paÃs.
Em razão dos repetidos ataques ao sistema eleitoral e ao Judiciário, o presidente do STF, Luiz Fux, anunciou nesta quinta o cancelamento da reunião dos chefes de poderes.
O convite para o encontro foi anunciado em 12 de julho, quando Fux e o presidente Jair Bolsonaro se encontraram na sede do STF em meio aos constantes ataques do presidente ao sistema eleitoral e a ministros do Supremo.
Nos últimos dias, Bolsonaro passou a reiterar diariamente as crÃticas ao sistema eleitoral e aos ministros – e chegou a ameaçar agir fora dos limites da Constituição.