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Semifinalista na canoagem, Pepê Gonçalves começou em projeto social e concilia treinos com limpeza de rio

Por Redação em 30/07/2021 às 04:16:14
Família de Piraju (SP), incluindo a avó de 83 anos, acompanhou orgulhosa as disputas do atleta nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Canoísta fez carreira no Rio Paranapanema, local que ajudou a "manter limpo" ao recolher lixo enquanto treinava. Pepê Gonçalves começou em projeto social e concilia treinos com limpeza de rio

Instagram/Reprodução

Com a avó de 83 anos na torcida, capacete em homenagem ao ídolo Ayrton Senna e um cuidado excepcional pela natureza, o canoísta Pepê Gonçalves, de Piraju (SP), chegou à semifinal da disputa do K1 (caiaque individual) na canoagem slalom, nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Na madrugada desta sexta-feira (30) ele não conseguiu ficar entre os 10 melhores que passaram à final por conta de três penalizações que teve no trajeto, o que elevou em seis segundos seu tempo final, que ficou em 104.33. "Deus não quis que fosse hoje meu dia", disse após a prova.

Canoísta Pepê Gonçalves começou em projeto social e concilia treinos com limpeza de rio

Nascido em Ipaussu, no interior de São Paulo, o canoísta começou a carreira aos dez anos de idade, quando se mudou para Piraju e passou a acompanhar os treinos da seleção brasileira de canoagem no Rio Paranapanema, que corta os estados de São Paulo e Paraná.

Na época, a seleção brasileira de canoagem treinava de olho nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, que mantinha na época um projeto social batizado de "Navegar" – atualmente "Navega São Paulo". Foi a partir daí que o jovem, que chegou a treinar vela por conta da baixa estatura, começou a trilhar os passos até ser uma das referências na modalidade.

Pepê Gonçalves foi para Tóquio para disputar canoagem slalom

Instagram/Reprodução

Um dos locais de treinos de Pepê, o Rio Paranapanema significa "rio azarado" na tradução simples da língua meridional, usada pelos bandeirantes paulistas entre os séculos 17 e 18. Apesar da origem do nome, as águas do Paranapanema foram fundamentais para a formação de um dos principais nomes da canoagem brasileira.

Pepê Gonçalves treina no trecho do rio em Piraju até hoje. Apesar de ser considerado o rio menos poluído de todo o território paulista, o Paranapanema convive com o descaso e o descarte irregular de lixo. E Pepê é fundamental para a manutenção da sua principal ferramenta de trabalho: a natureza.

Durante um período de treinos do atual ciclo olímpico em Piraju, Pepê registrou a quantidade de lixo que recolhe sempre que usa as águas do Paranapanema para manter a forma.

"Como estou diariamente ligado com a natureza, todos os dias quando vou treinar tento pegar um pouco de lixo que encontro nas margens do rio e tem dia que é assustador. Alguns dias não cabe no caiaque todo o lixo que encontro. Aparece de tudo que você possa imaginar. Isso afeta todo o mundo" disse Pepê, em entrevista ao ge em 2019.

Canoísta Pepê Gonçalves usa capacete igual ao de Senna em Tóquio

Instagram/Reprodução

Aos 28 anos, Pepê tem um irmão e três irmãs, mas nenhum deles tentou carreira no esporte. Desde os 16 anos, o canoísta mora sozinho em Foz do Iguaçu, principal endereço de treinos para atletas de canoagem no Brasil.

Durante a pandemia de coronavírus, o atleta montou uma academia na casa dele para treinar, mas também conseguiu continuar praticando o esporte no rio, sem contato com outras pessoas.

Pepê Gonçalves em ação na Rio 2016

Christian Petersen/Getty Images

Esta foi a segunda participação de Pepê em Olimpíadas. Na Rio 2016, ele ficou em sexto na mesma prova, o melhor resultado de um brasileiro na modalidade.

Pepê Gonçalves também tem no currículo dois ouros no Pan de Lima (2019), no K1 e K1 extremo, além de uma prata no Pan de Toronto (2015), no K1. Em 2019, ele foi terceiro colocado no mundial de K1 extremo.

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Fonte: G1

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