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Alexandre de Moraes prorroga por mais 90 dias inquérito que apura se Bolsonaro interferiu na PF

Por Redação em 20/07/2021 às 17:32:08
Inquérito foi aberto em 2020 com base nas acusações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. STF definirá em setembro se Bolsonaro deve depor presencialmente ou por escrito. O presidente Jair Bolsonaro, em imagem de 29 de junho de 2021

Adriano Machado/Reuters

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou nesta terça-feira (20) por 90 dias o inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal.

O inquérito foi aberto no ano passado pelo STF, que atendeu a um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), e tem como base acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro.

Quando anunciou a saída do ministério, Moro disse que Bolsonaro tentou interferir em investigações da PF ao cobrar a troca do chefe da Polícia Federal no Rio de Janeiro e ao exonerar o então diretor-geral da corporação, Mauricio Valeixo, indicado por Moro. O objetivo, segundo o ex-ministro, seria blindar investigações de aliados (leia detalhes mais abaixo).

O prazo para a PF concluir as investigações se encerra no dia 27 de julho, mas ainda falta o Supremo definir o modelo do depoimento do presidente - se será presencial ou por escrito. Esse julgamento está programado para setembro.

"Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, nos termos previstos no art. 10 do Código de Processo Penal, prorrogo por mais 90 (noventa) dias, contados a partir do encerramento do prazo final anterior (27 de julho), o presente inquérito."

Veja os principais trechos da gravação da reunião ministerial de 22 de abril

Reunião ministerial

Sergio Moro tem afirma que estão entre as provas de que Bolsonaro tentou interferir na PF mensagens trocadas pelos dois em um aplicativo de mensagens e a reunião ministerial de 22 de abril de 2020.

Na ocasião, Bolsonaro disse:

"Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro e oficialmente não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f... minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele. Se não puder trocar o chefe. Troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira."

Segundo Moro, ao mencionar a palavra "segurança", Bolsonaro se referia à Polícia Federal no Rio de Janeiro.

O presidente, por sua vez, sempre argumentou que se referia à sua segurança pessoal, exercida pelo Gabinete de Segurança Institucional.

O Jornal Nacional, contudo, mostrou que os seguranças de Bolsonaro no Rio foram promovidos, o que coloca em xeque a versão do presidente.

Análise

Ouça o episódio do podcast O Assunto sobre as acusações de Moro contra Bolsonaro:

Fonte: G1

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