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Desligamentos por morte saltaram em ocupações que exigem atividade presencial, mostra levantamento

Por Redação em 01/07/2021 às 06:35:32
Encerramentos de contrato de trabalho por motivo de morte entre os trabalhadores com carteira assinada subiu 89% de 2020 para 2021; motoristas de caminhão, faxineiros e vendedores lideram registros. Levantamento feito pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho a pedido do G1 mostra que houve um salto de 89% nos desligamentos por motivo de morte entre os trabalhadores com carteira assinada este ano. Enquanto nos quatro primeiros meses de 2020 foram registrados 18.580 encerramentos de contratos CLT, no mesmo período de 2021 o número pulou para 35.125.

Quando se analisa a lista com as ocupações com maior número de desligamentos por morte, motoristas de caminhão, faxineiros e vendedores lideram o levantamento no número total de mortes nos primeiros quatro meses de 2021.

Ocupações com maior número de desligamentos por morte

Economia G1

Quando se verifica o maior crescimento percentual no número de mortes nos primeiros quatro meses de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado, os maiores aumentos também abrangem ocupações que exigem atividades presenciais, e em alguns casos consideradas essenciais, como motoristas de ônibus e caminhões, operadores de caixa, frentistas, zeladores e porteiros de edifícios.

Veja abaixo os maiores crescimentos nos desligamentos por mortes entre janeiro e abril de 2020 e de 2021:

Motorista de Ônibus Rodoviário: 181%

Supervisor Administrativo: 166,4%

Motorista de Caminhão: 152%

Gerente Administrativo: 145,2%

Motorista de Ônibus Urbano: 143,7%

Vigilante: 129,5%

Assistente administrativo: 115,2%

Operador de caixa: 114,7%

Motorista de Carro de Passeio: 114,2%

Vendedor de comércio varejista: 113,2%

Frentista: 105,2%

Auxiliar de escritório: 98,5%

Zelador de edifício: 94,9%

Porteiro de edifícios: 93,7%

O levantamento – que foi baseado no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia, ou seja, reflete apenas o mercado formal – não traz as causas das mortes. Portanto, não há como relacionar os óbitos com a Covid-19. Mas o cenário mostra que, na pandemia, as ocupações que exigem atividades fora de casa são as mais afetadas.

Em relação ao total de desligamentos por motivo de morte, os dados do Caged mostram que os números começaram a subir a partir de abril de 2020, quando a pandemia começou a se agravar no país, variando entre os patamares de 5 e 6 mil registros.

Mas, em março e abril deste ano, houve um salto para mais de 11 mil encerramentos de contrato por óbitos. Em abril, quase 1% dos desligamentos foi por motivo de morte, maior proporção pelo menos desde 2014, de acordo com os dados enviados pelo governo.

Desligamentos por morte mês a mês

Economia G1

Na comparação que leva em conta apenas os quatro primeiros meses do ano, 2021 tem o maior saldo de encerramentos de contrato de trabalho por motivo de morte pelo menos desde 2014, de acordo com os dados enviados pelo governo – aumento de 89% em relação a 2020.

Desligamentos nos quatro primeiros meses do ano

Economia G1

O total de encerramentos de contrato por motivo de morte teve aumento de 21% entre 2019 e 2020. Os primeiros quatro meses deste ano já têm 66,6% do total registrado em 2019 e 55,2% do total de 2020.

Desligamentos por morte ano a ano

Economia G1

Setor de serviços tem maior número de mortes

O setor de serviços, que é o que emprega o maior número de trabalhadores no país, tem o maior número de desligamentos por motivos de morte. Nesse caso, chama a atenção o crescimento dos óbitos dos trabalhadores entre os primeiros quatro meses de 2020 e mesmo período de 2021: 93,5%.

Na indústria e no comércio, o aumento foi de 89%. Já no setor da construção, o crescimento ficou em 78%.

A indústria da transformação foi responsável por 87% do total de mortes no setor entre janeiro e abril deste ano. De um ano para outro, o aumento também foi de 89%.

Dentro do setor de serviços, as atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas tiveram 7.152 desligamentos por morte entre janeiro e abril deste ano – 41,8% do total do setor – e um salto de 98% de um ano para outro. Em seguida vêm as atividades de transporte, armazenagem e correio, com 3.988 desligamentos e um aumento de 115,5%.

Desligamentos por morte por setor

Economia G1

Técnico de enfermagem tem mais mortes no setor de saúde

Entre os profissionais do setor de saúde, técnico de enfermagem registrou o maior número de desligamentos por morte entre janeiro e abril deste ano: 297. O aumento em relação ao mesmo período de 2020 foi de 45%.

Apesar de ter menor número de registros, a ocupação de farmacêutico teve o maior aumento no número de desligamentos por morte de um ano para o outro: 182,6%.

Veja abaixo as cinco ocupações da área de saúde com maior crescimento no número de desligamentos por morte entre 2020 e 2021:

Farmacêutico: 182,6%

Mecânico de Manutenção de Máquinas: 117%

Enfermeiro: 89,7%

Atendente de farmácia: 89%

Agente comunitário de saúde: 66,6%

Desligamentos por morte em ocupações na área de saúde

Economia G1

Mortes na área de educação crescem 128%

Na área de educação, o número de contratos de trabalho encerrados por motivo de morte cresceu 128% de janeiro a abril deste ano. Ao todo, foram 1.479 contratos encerrados pela morte do trabalhador, incluindo professores, faxineiros, porteiros, entre outros vinculados a instituições de ensino. No mesmo período do ano passado, eram 650.

Dados do Dieese apontam maior registro de mortes entre profissionais da educação

G1

Fonte: G1

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