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Covaxin: após alerta do risco de contrato não ser cumprido, SaĂșde defendeu 'compreensão'

Por Redação em 24/06/2021 às 22:56:07
Ministério PĂșblico Federal alertou sobre possĂ­vel descumprimento do contrato. Ministério da SaĂșde respondeu, afirmando que todos os fornecedores de vacinas enfrentavam dificuldades. Após receber um alerta do Ministério PĂșblico Federal em relação ao possĂ­vel descumprimento do contrato de compra da vacina indiana Covaxin, o Ministério da SaĂșde minimizou os riscos e defendeu que era preciso "compreensão" com as dificuldades enfrentadas por fornecedores de vacina.

A resposta ao Ministério PĂșblico consta de ofĂ­cio de 16 de abril assinado pelo diretor do Departamento de LogĂ­stica em SaĂșde, Roberto Ferreira Dias.

Ele foi cobrado, em 5 de abril, pela procuradora da RepĂșblica no Distrito Federal Luciana Loureiro sobre quais providĂȘncias o Ministério da SaĂșde adotaria "quanto ao provĂĄvel atraso e/ou descumprimento" do contrato.

Compra da Covaxin: 4 pontos sobre a denĂșncia de irregularidades

Os ofĂ­cios foram enviados pelo Ministério PĂșblico Federal para a CPI da Covid.

O Ministério da SaĂșde ressaltou que os problemas para a execução dos contratos não eram exclusivos do fabricante da Covaxin.

"Vale destacar que por se tratar de insumo de extrema importância, não só para este Ministério, mas para todo o paĂ­s, faz-se necessĂĄrio registrar o esforço e a compreensão das dificuldades encontradas por todos os fornecedores de vacina. Todos os contratados como Butantan, Fiocruz, União QuĂ­mica, Pfizer e Jansen em algum momento da assinatura do contrato até o presente momento apresentaram alguma dificuldade, sendo este Ministério responsĂĄvel por auxiliĂĄ-los na resolução dos problemas", diz o texto.

O ministério também informou à procuradora que chegou a notificar a empresa Precisa Medicamentos, que intermediou a negociação para aquisição pelo governo da vacina Covaxin, fabricada pelo laboratório indiano Bharat Biotech. Essa notificação ocorreu em 30 de março.

No mesmo documento, o diretor do Ministério da SaĂșde lembrou que o Bharat Biotech teve a certificação de boas prĂĄticas de fabricação negada pela AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa).

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O ofĂ­cio diz que a rejeição não necessariamente impediria a entrega dos lotes da vacina Covaxin pela empresa Precisa, mas que essa decisão acabou pesando em uma outra deliberação da agĂȘncia: a que negou, em março, autorização excepcional e temporĂĄria para importação e distribuição das doses da vacina — essa autorização acabou sendo posteriormente concedida no inĂ­cio deste mĂȘs.

"Cumpre esclarecer que o pedido de Certificação de Boas PrĂĄticas de Fabricação – CBPF, negado pela Anvisa, não necessariamente impediria a entrega dos lotes da vacina Covaxin pela empresa Precisa Medicamentos Ltda. No entanto, esse impedimento, após inspeção realizada pela agĂȘncia na fĂĄbrica e considerada insatisfatória, foi relevante na votação da diretoria colegiada da Anvisa para a concessão da autorização excepcional de importação desse insumo, a qual também teve decisão indeferida."

O documento relatou ainda que, até aquele momento, tinham sido feitas trĂȘs reuniões entre Anvisa, técnicos do Ministério da SaĂșde e a empresa Precisa para discutir a documentação necessĂĄria para a autorização de importação da vacina.

A empresa, por exemplo, não tinha apresentado o relatório técnico da avaliação do medicamento ou vacina para Covid-19, documento necessĂĄrio para a concessão de autorização de importação.

"Em vista dos fatos relatados, a empresa foi impedida de realizar o cumprimento do cronograma estabelecido no contrato nÂș 29/2021, que previa a primeira entrega em até 20 (vinte) dias a partir da assinatura do contrato, 25/02/2021."

Segundo a procuradora Luciana Loureiro, hĂĄ indĂ­cios de possĂ­veis irregularidades no contrato para a entrega de R$ 20 milhões de doses da Covaxin no valor total de R$ 1,6 bilhão. O preço de cada dose foi fixado em US$ 15, superior ao de outras vacinas no mercado internacional, como a da Pfizer.

O contrato para a compra da Covaxin foi firmado entre o Ministério da SaĂșde e a Precisa Medicamentos, empresa responsĂĄvel pela ponte entre o governo federal e o laboratório que produz a vacina na Índia.

A empresa é a Ășnica intermediĂĄria que não tem vĂ­nculo com a indĂșstria de vacinas. Mesmo após alertas sobre os problemas na execução, o governo teria insistido no contrato.

Fonte: G1

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