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Pesquisadores da UFJF desenvolvem estudos sobre análogos da cloroquina

Por Redação em 14/04/2020 às 13:15:27

Pesquisa conta com o apoio da Fiocruz e busca analisar, por meio de computador, os efeitos do medicamento com sequências de proteínas alvo do coronavírus. Remédios

Reprodução/Fantástico

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) está realizando estudos sobre a síntese de análogos da cloroquina, como a hidroxicloroquina, e a relação com o novo coronavírus.

O grupo, liderado pelo professor Adilson David da Silva, é vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Química.

A equipe já tem experiência na pesquisa da síntese de análogos da cloroquina para tratamento da malária, com resultados promissores na obtenção de compostos menos tóxicos.

Dentro da universidade, o Grupo de Modelagem Computacional Aplicada já trabalhava com a análise computacional de derivados de cloroquina para o tratamento de doenças parasitárias, principalmente a malária.

Devido ao contexto e a busca por um remédio para o enfrentamento à Covid-19, os pesquisadores estão realizando um estudo computacional com sequências de proteínas alvo do coronavírus.

Para desenvolver a análise, os grupos da UFJF contam com apoio do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Os grupos integram o Programa Emergencial de Apoio a Ações de Enfrentamento da Pandemia Causada pelo Novo Coronavírus, ligado à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

"Para comparar as diferenças nas sequências do SARS-CoV-2 de pacientes contaminados pelo coronavírus aqui no Brasil, estamos trabalhando com sequências de proteínas que pegamos de bancos de dados públicos e aquelas depositadas pelo consórcio montado entre o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Faremos a avaliação desses compostos como possíveis fármacos para o tratamento da Covid-19", explicou a coordenadora do Grupo de Modelagem Computacional Aplicada, Priscila Capriles.

O grupo do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo da Fiocruz já realiza testes anti-SARS-CoV-2 e, no projeto, contribui com o desenvolvimento dos ensaios experimentais.

Algumas amostras dos principais compostos identificados pelos grupos da UFJF como compostos que apresentaram baixa citotoxicidade e promissora atividade em SARS-CoV-2 já foram enviados para o Instituto para análise.

"Neste momento, estamos aguardando os resultados das primeiras triagens do grupo da Fiocruz e em seguida poderemos enviar para os testes in vivo, em modelos celulares", reforçou Priscila.

Fases do estudo

A pesquisa realizada na UFJF em parceria com a Fiocruz está na primeira etapa, a fase pré-clínica. Nesta fase inicial, os compostos são testados em in vitro, in vivo e in silico.

As duas primeiras expressões vêm do latim e referem-se, respectivamente, à técnica de executar um procedimento fora de um organismo, em um ambiente controlado; e à experimentação em um organismo vivo. Já a última expressão, in silico, caracteriza experimentos biológicos realizados inteiramente em um computador.

O próximo passo é a pesquisa clínica, quando serão realizados testes em seres humanos.

Esta etapa possui três fases e, cada uma demora cerca de três anos para ser finalizada.

De acordo com revisão da literatura científica realizada por um grupo de cientistas brasileiros, vinculados a instituições como os hospitais Sírio-Libanês e Oswaldo Cruz, existem 65 estudos sendo realizados no mundo que avaliam o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina.

Desses 65, três já foram concluídos e apresentam resultados controversos. Muitos dos problemas encontrados são consequência do uso de "atalhos" na pesquisa, negligenciando testes indispensáveis como o ensaio clínico randomizado, no qual os voluntários são divididos em dois grupos: um recebe o medicamento e, o outro, placebo.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disponibiliza o roteiro com todas as disposições e fases necessárias para a aprovação de um medicamento.

Efeitos colaterais

Em um cenário de urgência demandada pelo contexto pandêmico, a OMS demonstra preocupação com a automedicação e afirma que ainda não existem evidências empíricas para o uso da cloroquina no tratamento da COVID-19. A ingestão de um medicamento cuja eficácia ainda não foi comprovada pode trazer risco para a saúde daqueles que o administram. Hospitais suecos interromperam o uso da substância na última sexta-feira, 10, devido aos graves efeitos colaterais observados. Foram relatados câimbra, perda da visão periférica e forte dor de cabeça. Além disso, em 1% das pessoas, a cloroquina pode causar arritmia cardíaca, que pode levar a um infarto fulminante.

No Brasil, o uso medicamento foi liberado pelo Ministério da Saúde em casos graves, internados nos Centros de Tratamento Intensivo (CTI) dos hospitais e também em casos moderados. Além disso, o Ministério também autorizou a prescrição do remédio por médicos que julguem necessário o uso.

Fonte: G1

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