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Mulher que foi internada após procedimento para aumentar o bumbum em clínica clandestina morre em hospital de Anápolis

Por Redação em 03/05/2021 às 04:45:13
Delegada disse que biomédico se apresentou como falso médico à cliente e contou com a ajuda de um estudante de medicina para fazer a intervenção em clínica clandestina. Ronilza Johnson morava na Inglaterra e viajou ao Brasil para visitar o pai. Ronilza Johnson, de 46 anos, está na UTI após procedimento para aumentar bumbum em Anápolis

Reprodução/TV Anhanguera

Ronilza Johnson, de 46 anos, morreu na noite de sábado (1º) após fazer um procedimento estético para aumentar o bumbum em uma clínica clandestina de Anápolis, a 55km de Goiânia. Ela estava internada no Hospital Municipal da cidade (Huana) desde 31 de março, segundo a família.

Segundo nota do Huana, "a paciente veio a óbito na noite do dia 1º de maio, sendo encaminhada ao IML. O óbito foi confirmado às 22h10".

Com a morte de Ronilza, a delegada Cynthia Alves Costa, que investiga o caso, disse que a tipificação de uns dos crimes que os suspeitos poderiam responder muda para lesão corporal seguida de morte, além de exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica. A delegada informou ainda que pode pedir a prisão preventiva deles.

Segundo a investigação, o biomédico responsável pela intervenção se apresentou para Ronilza Johnson como médico e contou com a ajuda de um estudante de medicina para fazer a intervenção.

Ronilza morava na Inglaterra com a família e viajou para Anápolis para visitar o pai, assim como faz todos os anos. Desta vez, ela decidiu fazer o procedimento por indicação de amigos.

Ronilza Johnson está em UTI após procedimento estético clandestino em Anápolis

Reprodução/TV Anhanguera

Investigação

Segundo a delegada Cynthia Alves Costa, a pessoa que fez o procedimento é o biomédico Lucas Santana, que se apresentou como médico. A delegada disse que ele usou polimetilmetacrilato, mais conhecido como PMMA, para fazer o preenchimento.

Apesar de não ser proibido, o uso, porém, não é indicado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para este procedimento específico. O produto causou infecções graves no corpo de Ronilza, que depois necrosaram e viraram feridas abertas. Após passar mal e ser levada para o hospital, a mulher denunciou os suspeitos por telefone.

"O procedimento foi feito de forma ilegal, o que já foi verificado. Um dos tratamentos, segundo a vítima, foi a aplicação de ácido hialurônico nos glúteos. O outro foi uma rinomodelação. Ela passou mal uma semana depois e vizinhos chamaram uma ambulância", conta a delegada.

Orçamento dos procedimentos estéticos feitos pelo biomédico

Reprodução/Polícia Civil

Um documento mostra os serviços que foram feitos, totalizando quase R$ 9 mil. Na folha apreendida pela polícia, está o carimbo de Lucas Santana (veja acima). A polícia também apontou a participação de Thierry Cardoso, um estudante de medicina na Bolívia.

O G1 não localizou a defesa dos investigados, neste domingo (2), por telefone, para comentar a investigação.

A delegada cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas dos suspeitos e na clínica onde atuam, na última sexta-feira (30). A polícia também esteve em endereços domiciliares em Leopoldo de Bulhões e em Anápolis.

Na casa do estudante, em Leopoldo de Bulhões, foram apreendidos inúmeros medicamentos, inclusive de procedência estrangeira, de uso veterinário e receitas médicas em branco.

Sem alvará

A clínica onde o biomédico trabalhava foi fechada pela Vigilância Sanitária por falta de alvará de funcionamento. No local, foram apreendidos cadernos com anotações e tubos utilizados para coleta e armazenamento de sangue.

O Conselho Regional de Biomedicina disse, em nota, que o biomédico realizou um procedimento não autorizado pelo Conselho Federal de Biomedicina e que será aberto contra ele processo ético, sem prejuízo da análise de processo criminal pelas autoridades policiais. A nota diz que Lucas da Silva Santana tem registro profissional e habilitação em estética.

Polícia Civil encontra medicamentos e seringas em casa de suspeito de aplicar PMMA em mulher internada

Reprodução/Polícia Civil

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Fonte: G1

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