G1
Jonas Donizette citou que liminar de Nunes Marques contradiz decisão do plenário do STF que deu aos prefeitos a prerrogativa de decidir sobre abertura e fechamento das atividades nas cidades. O presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Jonas Donizette, pediu em uma rede social que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, se manifeste sobre a decisão do ministro Nunes Marques, que permitiu celebrações religiosas presenciais, como cultos e missas.Donizette afirmou que "é importante que os prefeitos cumpram o que foi decidido pelo ministro Nunes Marques sobre o funcionamento de templos religiosos", mas afirmou que uma decisão do plenário do STF deu aos estados e municípios a competência de decidir sobre aberturas e fechamentos das atividades. Segundo ele, o STF e o presidente Luiz Fux devem decidir qual decisão precisa ser seguida. "Essa flagrante contradição atrapalha o enfrentamento à pandemia em um país federado e de dimensões continentais como o nosso", disse.Nunes Marques decide que estados e municípios não podem proibir cultos e missasDecisão de Nunes MarquesEm decisão individual tomada na véspera do feriado de Páscoa, Nunes Marques libera cultos e missas em todo o país.Determina, também, que governadores e prefeitos não podem exigir o cumprimento de normas já editadas que barrem a realização de missas, cultos e reuniões de quaisquer credos e religiões.Na decisão, o ministro também estabeleceu que será preciso respeitar medidas sanitárias como forma de tentar evitar a disseminação do novo coronavírus, entre as quais:Limitar a ocupação a 25% da capacidade do local;Manter espaço entre assentos com ocupação alternada entre fileiras de cadeiras ou bancos;Deixar o espaço arejado, com janelas e portas abertas sempre que possível;Exigir que as pessoas usem máscaras;Disponibilizar álcool em gel nas entradas dos templos;Aferir a temperatura de quem entra nos templos.A liberação de cultos e missas no país, mediante medidas de prevenção, ocorre no momento mais crítico da pandemia, que se aproxima de 330 mil mortes por Covid-19, com média móvel acima de 3 mil óbitos por dia e falta de leitos de UTI em hospitais pelo país.Intimação do prefeito de Belo HorizonteApós o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, afirmar em redes sociais que os cultos e missas continuariam suspensos na cidade, apesar da liminar de Nunes Marques, o ministro do STF intimou o prefeito a cumprir "com máxima urgência" a decisão. Além do cumprimento imediato, a intimação dá 24 horas para que Kalil esclareça "as providências tomadas, sob pena de responsabilização, inclusive no âmbito criminal, nos termos da lei".