EUA: Tiroteio na Califórnia deixa quatro mortos, incluindo uma criança

Quatro pessoas, incluindo uma criança, foram mortas durante um tiroteio na Califórnia nesta quarta-feira, 31. Ao chegar ao local do incidente, um complexo com vários edifícios empresariais, os agentes trocaram tiros com o suspeito, que foi atingido por uma bala e teve que ser internado em um hospital da região, onde está em estado crítico. A Polícia do Condado de Orange ainda não identificou o autor do crime e nem revelou quais teriam sido as suas motivações. De acordo com a emissora de televisão norte-americana CNN, esse é o vigésimo tiroteio em massa, ou seja, que resultou em quatro ou mais vítimas, desde os ataques a três casas de massagem na Geórgia no dia 16, quando oito pessoas morreram. No dia 22, por exemplo, outro atirador matou dez pessoas que estavam em um supermercado do Colorado.

Dada a recorrência dos tiroteios nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden manifestou recentemente o seu desejo de endurecer as leis de armamento e proibir a venda de semiautomáticas no país. De acordo com a empresa de consultoria Small Arms Analytics, houve um aumento na compra desses produtos durante a pandemia do novo coronavírus: quase 23 milhões de armas de fogo foram compradas em 2020, um aumento de 65% em comparação com 2019. O fenômeno pode estar relacionado ao assassinato de George Floyd, o início das restrições para conter a Covid-19 e a tensão da disputa presidencial, momentos que geraram agitação política e social nos Estados Unidos. O salto nas vendas de armas continuou em janeiro desse ano, quando houve a invasão ao Capitólio e a posse de Joe Biden, cujo Partido Democrata geralmente é a favor da limitação da posse de armas. Só no primeiro mês de 2021, duas milhões de armas de fogo foram vendidas, um aumento de 75% em relação ao mesmo período de 2020, segundo a Federação Nacional do Tiro Esportivo.

O ex-presidente Barack Obama também se pronunciou sobre o assunto no último dia 23. “Uma pandemia que ocorre uma vez em um século não pode ser a única coisa que retarda os tiroteios em massa nesse país. Não deveríamos ter que escolher entre um tipo de tragédia e outro. Já é hora daqueles com poder para lutar contra esta epidemia de violência o fazerem”, defendeu. Já o senador republicano Ted Cruz considerou os apelos dos membros do partido de Joe Biden por novas leis de segurança de armas de fogo um “teatro ridículo”. “O que acontece neste comitê depois de cada tiroteio em massa é que os democratas propõem tirar as armas dos cidadãos cumpridores da lei porque esse é o seu objetivo político, mas o que eles propõem não só não reduz o crime, como o torna pior”, opinou.